Ibovespa tem leve alta, de olho em China e Levy; meta fiscal no radar

Presidente Dilma Rousseff defendeu novamente a permanência de Joaquim Levy; dia é de queda de commodities e bolsas mundiais, mas petróleo amenizou perdas

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O Ibovespa abriu em leve alta na sessão desta terça-feira (20), de olho no exterior, mas também repercutindo as várias notícias do cenário doméstico. Se o dia é de leves quedas no exterior seguindo as commodities, o mercado brasileiro olha para a possível redução da meta fiscal para este ano, com anúncio de um rombo de até R$ 50 bilhões e para as notícias de que a presidente Dilma Rousseff estaria se mobilizando para defender o ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Porém, em meio ao cenário de incertezas, o mercado segue cautela. 

Às 10h22 (horário de Brasília), o índice registrava leve alta de 0,36%, a 47.616 pontos, com destaque para a Petrobras, que sobe mais de 1% com o petróleo diminuindo as perdas

No radar doméstico, está a defesa contundente da presidente Dilma pela permanência do ministro da Fazenda Joaquim Levy, além da expectativa pela nova meta fiscal. De acordo com o colunista Fernando Rodrigues, do UOL, o governo deve anunciar na quinta-feira um rombo de até R$ 50 bilhões, ou déficit primário de 0,85% do PIB, o que seria o maior da história. 

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Destaque ainda para a notícia do jornal Valor Econômico de que o Ministério da Fazenda trabalha numa proposta de acerto de contas entre a União e o BNDES para quitar R$ 24,5 bilhões das “pedaladas fiscais” e cumprir a exigência feita pelo TCU (Tribunal de Contas da União) de que as contas sejam regularizadas. 

Entre os dados econômicos nacionais, sob forte pressão do avanço dos preços de produtos agropecuários e industriais no atacado, o Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) acelerou a alta a 1,86% na segunda prévia de outubro, contra avanço de 0,65% no mesmo período do mês anterior.

Vale destacar ainda que hoje é o primeiro dia da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central, que se encerra amanhã. A expectativa é pela manutenção dos juros em 14,25%. O contrato de juros futuros para janeiro de 2017 tem queda de 0,70 ponto percentual, enquanto o contrato com vencimento em janeiro de 2021 tinha queda de 0,4 p.p., a 15,78%. O dia é de leve queda para o dólar, com perdas de 0,43%, a R$ 3,8601 na venda.

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Destaques da Bolsa
Como destaque de alta, estão as ações da Kroton (KROT3). Ontem, elas já haviam registrado ganhos na esteira do anúncio da compra da startup Studiare por R$ 4,1 milhões. Na semana passada, as ações da companhia dispararam 11,6% somente na quinta-feira depois de dados operacionais do terceiro trimestre. A companhia afirmou que obteve crescimento de 4% na captação total de alunos de graduação no terceiro trimestre na comparação com o mesmo período de 2014.  

 Chama também a atenção as prévias operacionais. A MRV vê suas ações em leve alta após seus lançamentos subirem 13% no terceiro trimestre na comparação anual, mas as vendas caíram quase 11% na mesma comparação, em meio a um ambiente de maior restrição de crédito pelos bancos.  

Em dia de queda do dólar, as ações das companhias que possuem receita atrelada à moeda registram baixa, como é o caso da Fibria (FIBR3) e Suzano (SUZB5).

As maiores altas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

Cód. Ativo Cot R$ % Dia
 KROT3 KROTON ON 10,78 +3,95
 RUMO3 RUMO LOG ON 7,64 +2,41
 QUAL3 QUALICORP ON ER 15,94 +2,30
 HGTX3 CIA HERING ON 15,62 +2,23
 ESTC3 ESTACIO PART ON 16,91 +2,11

As maiores baixas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

Cód. Ativo Cot R$ % Dia
 SUZB5 SUZANO PAPEL PNA 18,12 -3,87
 FIBR3 FIBRIA ON 53,95 -3,75
 CCRO3 CCR SA ON 13,03 -0,91
 KLBN11 KLABIN S/A UNT N2 22,49 -0,88
 BRKM5 BRASKEM PNA 20,69 -0,72
* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)

Bolsas mundiais
No cenário internacional, o principal índice acionário da Ásia, que exclui o Japão, recuou nesta terça-feira após os preços das commodities se enfraquecerem com os dados fracos de crescimento da China e menor apetite por risco.

O dia também é de queda para as bolsas europeias seguindo a baixa das commodities e também de olho na temporada de resultados e após diretores do BC europeu descartarem aumento do programa de estímulos atual. O dia também é de queda para os índices futuros norte-americanos. 

Hong Kong teve baixa de 0,37% e Xangai registrou uma valorização de 1,11%, este último com uma alta das ações de empresas com menor valor de mercado reacendendo o interesse dos investidores, prejudicado mais cedo pela fraqueza das blue-chip, e impulsionando todos os setores na última hora de negócios.

Já o índice australiano teve queda de 0,65 por cento uma vez que preocupações com a China pesaram sobre as ações de energia e mineração na esteira dos dados do Produto Interno Bruto (PIB) chinês divulgados na segunda-feira.

“Os números oficiais do PIB mostraram que o crescimento desacelerou para 6,9 por cento em relação ao ano passado no terceiro trimestre, abaixo dos 7 por cento nos dois primeiros trimestres. Infelizmente, esses números têm que ser vistos com certo cuidado”, escreveram economistas do Capital Economics.

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.