Ibovespa tem 5ª alta semanal consecutiva e já avança mais de 7% desde fundo de agosto

Mercado termina o dia em baixa, mas semana é positiva graças a alívio na guerra comercial e acordo para votar cessão onerosa

Ricardo Bomfim

Painel de cotações (Shutterstock)

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SÃO PAULO – O Ibovespa fechou em leve queda nesta sexta-feira (27), mas se afastou das mínimas e conseguiu terminar com desempenho positivo de 0,27% na semana. Foi a quinta consecutiva de alta no índice, que desde o fundo de 97.667 pontos subiu 7,6%.

Os últimos dias foram marcados positivamente pelo avanço nas negociações comerciais entre Estados Unidos e China e a articulação entre o Ministério da Economia e o Congresso para aprovar a cessão onerosa e garantir o leilão de petróleo de novembro.

Hoje, por outro lado, o principal índice da B3 caiu 0,23% a 105.077 pontos puxado pelas correções de Petrobras e bancos. O volume financeiro negociado foi de R$ 12,036 bilhões. Para saber mais destaques de ações, clique aqui.

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Enquanto isso, o dólar comercial registrou leve queda de 0,13% a R$ 4,1552 na compra e a R$ 4,1563 na venda, ao passo que o dólar futuro com vencimento em outubro tem queda de 0,32% a R$ 4,157.

No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2021 recua um ponto-base a 4,96%, ao passo que o DI para janeiro de 2023 registra perdas de dois pontos-base a 6,06%.

Se, durante a manhã, os investidores repercutiram positivamente as indicações de que fluiriam bem as conversas no dia 10 de outubro entre as duas maiores economias do mundo em busca de um acordo, as novas informações de que os EUA estão considerando limitar o fluxo de investimento americano na China, o que teria repercussão de bilhões de dólares atrelados aos principais índices, conforme informou a Bloomberg, contribuiu negativamente para o ânimo do mercado.

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Uma fonte ouvida pela Reuters afirmou que os EUA podem deslistar empresas chinesas das bolsas americanas. A medida seria parte de um esforço mais amplo para limitar os investimentos dos EUA na China.

De acordo com Luiz Eduardo Portella, sócio da Novus Capital, a notícia de que os EUA estudam colocar restrições para que americanos invistam na China está pesando nas bolsas do mundo todo. “Como as conversas estavam caminhando bem, essa notícia contrária piora o mercado, mas não é nada certo, as informações ainda são de fontes, nada foi confirmado”, ressalva.

Também pressionam o mercado os rumores de que um grupo do Senado ameaça atrasar a votação da reforma da Previdência por estar insatisfeito com a cessão onerosa. O líder do PSD, Otto Alencar, diz que o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), descumpriu um acordo feito para a votação da reforma da Previdência – que medidas do chamado pacto federativo, de repartição de recursos com estados e municípios, fossem aprovadas.

Também por aqui, aumentam as incertezas após o Supremo Tribunal Federal (STF) fazer maioria para derrubar as decisões proferidas até hoje na Operação Lava-Jato em que delatados e delatores foram ouvidos juntos nos julgamentos.

Na prática, a maioria dos ministros entendeu que o delatado pode falar por último nesta fase, mesmo não estando previsto em lei. O entendimento foi baseado no princípio constitucional do contraditório e da ampla defesa.

Com a decisão, condenações em que as defesas não falaram por último no processo poderão ser anuladas, e o processo deverá voltar à fase de alegações finais na primeira instância da Justiça.

A repercussão da decisão nos casos que estão em tramitação em todo o país deverá ser decidida pela Corte na semana que vem. A expectativa fica por conta, especialmente, do ex-presidente Lula, preso desde abril de 2018, que poderia se beneficiar. O ex-presidente da Petrobras Aldemir Bendine já havia se beneficiado deste entendimento.

Noticiário Corporativo

A Delta Air Lines anunciou que venderá sua fatia minoritária de 9% na Gol (GOLL4), enquanto pagará US$ 1,9 bilhão – US$ 16 por ação – para adquirir uma participação de 20% na Latam, a maior companhia aérea da América Latina. Além disso, a americana investirá mais US$ 350 milhões em uma parceria com a empresa chilena.

Com receio de que a crise das queimadas afete as exportações de carnes bovinas, grandes frigoríficos como JBS (JBSS3), Minerva (BEEF3) e Marfrig (MRFG3) preparam campanhas institucionais, relata o Estadão. A ideia seria a de veicular anúncios em publicações em países como Arábia Saudita, Egito e Alemanha.

Europa

Na Europa, as preocupações seguem com o Brexit. O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker afirmou à imprensa alemã que o Reino Unido seria responsabilizado por um saída do bloco sem um acordo.

Já membros do comitê de política monetária do Banco da Inglaterra sinalizaram ser “bastante plausível” que o próximo passo do banco seja de um corte nas taxas de juros, mesmo que o país evite um Brexit sem acordo.

Entre os indicadores, o índice de sentimento da zona do euro atingiu 101,7 em setembro, ante 103,1 de agosto, no patamar mais baixo desde fevereiro de 2015.

Entre as commodities, os preços do petróleo operam de forma mista, enquanto os futuros do minério de ferro estão em alta.

(Com Agência Estado, Agência Brasil e Bloomberg)

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Ricardo Bomfim

Repórter do InfoMoney, faz a cobertura do mercado de ações nacional e internacional, economia e investimentos.