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SÃO PAULO – O Ibovespa segue em alta nesta sexta-feira (12) corrigindo as perdas da última sessão, no mesmo movimento registrado pelas bolsas norte-americanas. Também anima os mercados a possibilidade de um acordo da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) para cortar a produção do petróleo. Além disso, o resultado melhor que o previsto do Commerzbank trouxe otimismo diante de todo o temor com a situação dos bancos da zona do euro. Por aqui, os investidores repercutem o adiamento do anúncio dos cortes do Orçamento para março.
Às 12h59 (horário de Brasília), o benchmark da Bolsa brasileira subia 0,78%, a 39.626 pontos. Já o dólar comercial opera em alta de 0,21% a R$ 3,9922 na venda, enquanto o dólar futuro para março tem queda de 0,35% a R$ 4,008. No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2017 cai 2 pontos-base a 14,44%, ao passo que o DI para janeiro de 2021 cai 1 ponto-base a 16,11%.
Segundo Pablo Spyer, diretor da mesa de trade da Mirae Asset, os investidores brasileiros continuam com medo do que o Federal Reserve pode fazer e da saúde dos bancos europeus, sabidamente expostos às fragilizadas empresas do setor de Óleo e Gás. Uma possibilidade de acordo da Opep, neste contexto, traz um bem-vindo alento. “A Opep está falando que está disposta a diminuir a produção. O que é importante saber é que os detentores de poços de petróleo também são detentores de ações de bancos dos EUA. Então eles se preocupam com a queda do mercado e o custo de penalizar a Rússia tem limite”, afirma, explicando o porquê de ser bastante verossímil um acordo a esta altura de campeoonato.
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Nos Estados Unidos, os índices Dow Jones e S&P 500 abriram com altas de 0,7% e 0,8% respectivamente. A correção vem junto com alguns dados positivos que ajudam a desanuviar a procupação que caiu sobre a situação da atividade econômica estadunidense. As vendas do varejo no país cresceram 0,2% em janeiro, ante expectativas de 0,1% de avanço. O indicador se soma à alta do petróleo para ajudar a manter as bolsas no positivo.
Também em correção estão as taxas de juros dos títulos da maioria dos países considerados como “portos seguros”. O yield do bond de 10 anos dos EUA sobe 3 pontos-base a 1,69% e do título de mesmo vencimento do Japão teve alta de 6 pontos-base a 0,08%. Para Spyer, o caso japonês reflete a projeção de que os estímulos que o país vem fazendo eventualmente façam pressão na inflação, de modo que a terceira maior economia do mundo tenha que subir juros na próxima década.
Ações em destaque
As ações da Petrobras (PETR3, R$ 6,18, +4,57%; PETR4, R$ 4,36, +3,07%) registram ganhos acompanhando o petróleo. O barril do WTI (West Texas Intermediate) sobe 7,59% a US$ 28,20, ao mesmo tempo em que o barril do Brent tem ganhos de 5,78% a US$ 32,56.
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Além disso, segundo informações do Valor Econômico, a companhia pode obter até US$ 6 bilhões vendendo dutos de gás da TAG. Os canadenses Brookfield e o CPPIB (Canadian Pension Plan Investiment Board) já estão analisando os ativos e também é esperado dinheiro chinês, dado o tamanho dos negócios. Os ativos de gás devem ser os primeiros vendidos.
Destaque ainda para a fala do ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga. Ao ser questionado sobre a sua posição em relação ao projeto de lei do senador José Serra (PSBDSP), que propõe rever o papel central da Petrobras na exploração das grandes reservas de petróleo, o ministro afirmou que aceita participar do debate. Porém, ressaltou ser importante considerar os benefícios em adotar o modelo de partilha associados à política de conteúdo nacional e ao papel da estatal como operadora única dos campos do pré-sal.
As maiores altas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:
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Também sobem os papéis da Vale (VALE3, R$ 10,22, +3,55%; VALE5, R$ 7,58, +2,29%) apesar do desempenho do minério de ferro. A commodity spot com 62% de pureza e entrega no porto de Qingdao caiu 3,54% a US$ 43,65.
As maiores baixas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:
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Entre as maiores quedas está o papel da Sabesp (SBSP3, R$ 21,19, -1,44%).
Contingenciamento adiado
O governo adiou para março o anúncio do corte de gastos do Orçamento da União de 2016 para buscar cumprir a meta de 0,5% do superávit primário em relação ao PIB (Produto Interno Bruto). A justificativa oficial é ganhar tempo para criar medidas de ajuste adicional, mas se especula que a meta seja reduzida, realizando um contingenciamento menor que esperado. Entre as propostas em discussão está a introdução de uma banda de flutuação da meta de superávit primário. Se aprovada pelo Congresso, a reforma abre caminho para a redução da meta deste ano.
Por outro lado, os investidores esperam a publicação de decreto que limita gasto do governo até março. Os gastos ficarão limitados a uma fatia do orçamento total previsto para o ano até que governo decida, no próximo mês, o valor a ser contingenciado, segundo uma pessoa da equipe econômica a par das discussões ouvida pela Bloomberg.
Fitch diz que empresas brasileiras vivem pesadelo
Num relatório intitulado “Carnaval, válvula de escape para a tristeza”, a agência de classificação de risco Fitch Rating traça um cenário nebuloso para as empresas brasileiras. Na avaliação da agência, que retirou o grau de investimento do Brasil no fim do ano passado, a continuidade dos riscos econômicos, fiscais e políticos, aliada à recente baixa dos preços das commodities, deve levar o rating (nota) das empresas nacionais ao grau especulativo.
Na carteira brasileira, a Fitch atribuiu perspectiva negativa para 53% das empresas. Apenas 6% têm perspectiva positiva. “A combinação de demanda em queda, aumento do desemprego e inflação, taxas de juros altas, preços de commodities em baixa, volatilidade cambial e aperto no crédito criou um cenário de pesadelo para as empresas brasileiras.”
PIB da zona do euro
Divulgado pela Eurostat às 8h, o PIB da região teve um crescimento de 0,3% no quarto trimestre de 2015, em linha com as expectativas. No terceiro trimestre de 2015 a expansão do PIB também havia sido de 0,3%. Já o PIB da Alemanha cresceu 0,3% no quarto trimestre de 2015 ante o terceiro e avançou 1,3% na comparação anual, conforme o esperado.
Cenário externo
As bolsas europeias tem um dia expressivo de alta, com o DAX com ganhos de 1,90%, o FTSE em alta de 2,02% e o CAC 40 em alta, devolvendo parte da queda de ontem. Aliviando tensões após semana marcada por receios sobre bancos europeus, o banco alemão Commerzbank chegou a subir 15% hoje após anunciar lucro acima do previsto.
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