Ibovespa sobe mais de 2% e supera 100 mil pontos com PIB e forte alta das bolsas nos EUA

Crescimento da economia brasileira surpreendeu e foi o dobro do esperado no segundo trimestre deste ano

Ricardo Bomfim

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SÃO PAULO – O Ibovespa acelera ganhos nesta quinta-feira (29) repercutindo o desempenho acima do esperado do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro no segundo trimestre e acompanhando as bolsas internacionais. Nos Estados Unidos, os índices Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq avançam entre 1,2% e 1,6%.

Às 16h20 (horário de Brasília) o Ibovespa tinha alta de 2,47% a 100.617 pontos.

Por outro lado, o anúncio do governo da Argentina, que pediu por um prazo maior para pagar suas obrigações de curto prazo e declarou que pretende renegociar o acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), traz impacto principalmente no mercado de câmbio. 

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Ainda não é um calote, pois nada se falou a respeito de um haircut (redução no montante devido), mas mesmo assim é uma péssima notícia para emergentes. 

O dólar comercial tem leve variação positiva de 0,06% a R$ 4,158 na compra e a R$ 4,16 na venda. O dólar futuro para setembro cai 0,28% a R$ 4,158.

Já os contratos futuros de juros viram para queda, o DI para janeiro de 2021 recua nove pontos-base a 5,60%, e o para janeiro de 2023 registra perdas de 11 pontos-base, a 6,68%. 

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Também foi divulgado hoje o PIB dos Estados Unidos, que cresceu à taxa anualizada de 2% no segundo trimestre de 2019, de acordo com dados divulgados pelo Departamento do Comércio na manhã desta quinta.

Esta é a segunda estimativa para a atividade econômica dos períodos entre abril e junho. A expectativa era de crescimento anualizado de 2%, ante dado anterior de 2,1%. 

Também no exterior, o Ministério de Comércio da China disse hoje que Pequim e Washington continuam “em comunicação efetiva” sobre a atual disputa comercial, e que ambos os lados estão discutindo se seguirão adiante com negociações marcadas para setembro.

O porta-voz do ministério chinês, Gao Feng, afirmou na coletiva de imprensa semanal que a China tem amplas medidas retaliatórias para tomar contra eventuais aumentos de tarifas dos EUA. Ele também apelou a Washington que crie as condições necessárias para que as conversas bilaterais tenham continuidade.

Retomada econômica

Sobre o PIB, a economia cresceu 0,4% na comparação com o trimestre anterior, o dobro das estimativas dos economistas, que era de expansão de 0,2%.   

A surpresa positiva foi guiada pelos investimentos, mas eles devem arrefecer no terceiro trimestre, segundo Marcos Ross, economista sênior da XP.

A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), que incluem os recursos em máquinas, equipamentos, construção civil e inovação, tiveram aumento de 3,2% no segundo trimestre sobre o trimestre anterior.

Foi o melhor desempenho desde o segundo trimestre de 2013, quando subiram 5,8%.

Noticiário Corporativo

A Petrobras (PETR3; PETR4) informou que obteve decisão favorável definitiva, sem possibilidade de recurso, do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF), cancelando débito da ordem de R$ 5,9 bilhões em favor da companhia referente à homologação de créditos de PIS e Cofins.

A petroleira informou ainda que aprovou uma nova política de remuneração aos acionistas. A principal alteração trazida pela nova política é a definição de que da distribuição dos proventos com base no nível de alavancagem da companhia.

Entre as captações que podem surgir no mercado, a Bloomberg informa que a BR Distribuidora pretende levantar cerca de R$ 3 bilhões em dívida local.

A BR Distribuidora (BRDT3) pretende levantar cerca de R$ 3 bilhões em dívida local, disseram duas pessoas com conhecimento do assunto, segundo a Bloomberg.

A companhia ainda não decidiu qual instrumento irá usar, podendo emitir uma debênture, um certificado de recebíveis do agronegócio (CRA) ou uma combinação dos dois, disseram as pessoas, que pediram para não ser identificadas pois as discussões não são públicas.

A Coluna do Broadcast diz que a BRF (BRFS3) já definiu os bancos que vão assessorar a companhia em uma captação externa, inicialmente, de US$ 750 milhões, que pode alcançar US$ 1 bilhão, a depender da demanda dos investidores. Citi, Bradesco, BTG Pactual, Santander, Itaú BBA e Banco do Brasil devem participar da operação.

Segundo a publicação, os recursos serão utilizados para a recompra de papéis emitidos com custos maiores. A empresa conta com US$ 750 milhões em bônus que vencem em janeiro de 2020.

As maiores altas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 USIM5 USIMINAS PNA 7,60 +8,42 -16,17 120,66M
 MRFG3 MARFRIG ON 8,19 +6,78 +50,00 37,73M
 BTOW3 B2W DIGITAL ON ES 47,07 +5,99 +13,34 170,25M
 YDUQ3 YDUQS PART ON 32,23 +5,53 +38,88 55,78M
 UGPA3 ULTRAPAR ON ED 16,85 +5,51 -35,05 119,60M

As maiores baixas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 RADL3 RAIADROGASILON 92,60 -1,05 +62,78 91,95M
* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)

Previdência

A votação da reforma da Previdência na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) no Senado, prevista para a próxima quarta-feira, 4, pode ficar para o dia seguinte, de acordo com o relator da proposta, Tasso Jereissati (PSDB-CE). O atraso pode ocorrer se as discussões se alongarem, afirmou o relator.

Até o momento, foram apresentadas 287 emendas à proposta, 135 entre terça-feira, 27, e esta quarta, após Jereissati apresentar o relatório. Ele deverá se manifestar sobre as novas emendas antes da votação. Depois, os parlamentares poderão apresentar novas sugestões de alterações no plenário.

Jereissati afirmou que poderá fazer novas alterações ao texto mantendo o princípio de “atender às eventuais durezas de baixo da pirâmide social para cima”. Ele defendeu, por exemplo, a cobrança de contribuições previdenciárias para empresas do agronegócio e entidades filantrópicas.

Juntas, as cobranças devem render aos cofres públicos R$ 120 bilhões em 10 anos – R$ 60 bilhões referente às filantrópicas e R$ 60 bilhões referentes ao agronegócio. Além disso, o relator propôs uma cobrança no Simples destinada a incentivar micro e pequenas empresas na prevenção de acidentes de trabalho, o que pode render R$ 35 bilhões em receitas ao longo de dez anos.

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Ricardo Bomfim

Repórter do InfoMoney, faz a cobertura do mercado de ações nacional e internacional, economia e investimentos.