Ibovespa sobe mais de 1% com recuperação da Petrobras após Maia falar em zerar Cide

SÃO PAULO – A Petrobras (PETR3; PETR4) reduziu as perdas na última hora do pregão desta terça-feira (22) após o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, falar que acertou com o ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, que irá zerar a Cide para reduzir o preço do diesel. As ações chegaram a virar para alta, mas voltaram a perder um pouco de força em seguida, puxando o Ibovespa para alta de mais de 1%.

Com a recuperação das ações da estatal, o benchmark da bolsa brasileira ganhou força e fechou com alta de 1,13%, aos 82.738 pontos – após chegar a subir 1,93% na máxima do dia. O volume financeiro ficou em R$ 14,079 bilhões. Enquanto isso, o dólar comercial seguiu a correção vista na véspera e encerrou o pregão com queda de 1,20%, cotado a R$ 3,6447 na venda.

Nas redes sociais, Maia afirmou que combinou com o presidente do Senado, Eunício Oliveira, e com o governo federal que “os recursos da reoneração [da folha de pagamento] serão todos utilizados para reduzir o impacto do aumento do diesel”. Além disso, ele disse ter acertado com a Fazenda que a Cide será zerada com o mesmo objetivo. Eunício confirmou a informação em seu Twitter e ainda afirmou que seguirá “trabalhando para que o consumidor seja o mais rapidamente beneficiado com a redução dos preços dos combustíveis”.

A recente alta nos preços dos combustíveis e a pressão na sociedade têm levado o governo a uma sequência de reuniões sobre a política de reajuste de combustíveis da estatal, pressão que fez efeito. Pela manhã, a Petrobras anunciou uma redução no preço da gasolina, de R$ 2,0867/litro para R$ 2,0433/litro, e do diesel, de R$ 2,3716/litro para R$ 2,3351/litro. As alterações correspondem a respectivos cortes de 2,08% e 1,54%.

O movimento ocorre em contraste com a alta do petróleo no mercado internacional nos últimos dias. Logo após a decisão, o presidente da estatal, Pedro Parente, afirmou após reunião no Ministério da Fazenda que não houve discussão sobre uma alteração da política de preços da Petrobras e o corte anunciado pela manhã foi em função da queda do câmbio.

No exterior, os índices Dow Jones e S&P 500 fecharam queda de 0,72% e 0,31%, respectivamente, deixando para trás a alta de mais de 1% do pregão passado, após o Ministério das Finanças chinês anunciar o corte de 25% para 15% na tarifa sobre a importação de automóveis. Nesta tarde, o presidente Donald Trump afirmou que não está feliz com o andamento das conversas com a China para um acordo comercial, o que voltou a derrubar o humor dos investidores.

No domingo (10), o secretário do Tesouro norte-americano, Steven Mnuchin, afirmou que EUA e China vão “colocar a guerra comercial em modo de espera”, de modo que suspenderam temporariamente as tarifas sobre importações entre os países. Washington e Pequim anunciaram que chegaram a um consenso para reduzir drasticamente o déficit comercial. Para conseguir isso, a China comprometeu-se em aumentar “consideravelmente” suas compras de produtos norte-americanos, como commodities agrícolas e de energia.

Destaques do mercado

Do lado positivo, destaque para as ações da Ultrapar, que recuperam-se depois da queda de 5,94% no pregão passado. Enquanto isso, na ponta negativa, os ativos da Suzano recuam em vista da queda do dólar comercial, enquanto Vale e siderúrgicas caem em vista da queda de 3% dos contratos futuros de minério de ferro negociados na bolsa chinesa de Dalian.

As maiores altas, dentre as ações que compõem o índice Bovespa, foram:

As maiores baixas, dentre os papéis que compõem o índice Bovespa, foram:

As ações mais negociadas, dentre as que compõem o índice Bovespa, foram:

^* – Lote de mil ações
¹ – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão) IBOVESPA

Ata do Copom
Segundo o documento publicado nesta manhã pelo Copom, pesou a favor da decisão de manutenção da Selic a mudança no balanço de riscos para a inflação em função do choque externo, que reduziu as chances de a inflação permanecer abaixo da meta. Apesar disso, o Copom ressalta que não há relação “mecânica” entre o cenário externo e as decisões do BC. O mercado vinha temendo que o BC, após parar de cortar a Selic, elevasse a taxa nos próximos meses diante da valorização do dólar e passou a precificar alta para entre agosto e setembro.

Apesar das preocupações do Copom com o risco externo e a redução das chances de inflação abaixo da meta, os juros futuros com vencimento em janeiro de 2019 registravam queda de 3 pontos-base, cotados aos 6,59%, enquanto com os contratos de 2021 estavam praticamente estáveis, aos 8,70%.

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