Ibovespa sobe de olho em domingo após decisão do STF frustrar governo; dólar ganha força

Mercado opera em alta refletindo o cenário de maior chance de impeachment da presidente

Equipe InfoMoney

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 SÃO PAULO – O Ibovespa opera em alta nesta sexta-feira (15) com todo o mercado à espera da votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff no plenário da Câmara dos Deputados no domingo. O processo foi reforçado ontem após o governo ser derrotado no STF (Supremo Tribunal Federal) em ações que tentavam barrar o impedimento. Placares do Globo e do Estado de S. Paulo, mostram a oposição com maioria para emplacar o processo. Além disso, especulações sobre nomes para a equipe econômica de um eventual governo Michel Temer animam investidores. Lá fora, as bolsas internacionais realizam ganhos. 

Às 16h00 (horário de Brasília), o benchmark da bolsa brasileira subia 1,22%, a 53.050 pontos. Já o dólar comercial avança 1,67% a R$ 3,5339 na venda, enquanto o dólar futuro para maio tem alta de 1,29% a R$ 3,546. No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2017 tem queda de 5 pontos-base a 13,60%, ao passo que o DI para janeiro de 2021 opera estável a 13,02%. 

Delação de Odebrecht
Marcelo Odebrecht, presidente da empreiteira que está sendo investigada pela Polícia Federal na Operação Lava Jato, começou a prestar depoimentos há duas semanas como delação premiada. Para que o acordo seja homologado pela Justiça, Marcelo Odebrecht precisa confessar todos os crimes que tenha praticado e revelar fatos relevantes ainda desconhecidos pela Lava Jato. Ele está preso na sede da PF em Curitiba.  

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Ações em destaque
As ações da Petrobras (PETR3, R$ 11,57, +0,87%; PETR4, R$ 9,21, +0,55%), operam em alta, descolando-se dos preços do petróleo. Em um dia de forte queda do preço do petróleo, com o brent em baixa de 2,74%, a US$ 42,61 o barril, a Petrobras tem ganhos, com todo o mercado à espera da votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff no plenário da Câmara dos Deputados no domingo. O processo foi reforçado ontem após o governo ser derrotado no STF (Supremo Tribunal Federal) em ações que tentavam barrar o impedimento. Placares do Globo e do Estado de S. Paulo, mostram a oposição com maioria para emplacar o processo. 

No noticiário da companhia, segundo informações do colunista Ancelmo Gois, do jornal O Globo, a filial da Petrobras Argentina pode ser vendida por um valor bilionário. A nova proposta foi feita pela Pampa Argentina, que tem preferência pela negociação e o processo deve se estender até o fim do mês.  

As maiores altas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

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Cód. Ativo Cot R$ % Dia
 CSNA3 SID NACIONALON 12,10 +5,58
 GOAU4 GERDAU MET PN 2,74 +4,18
 BBAS3 BRASIL ON 22,53 +2,74
 RUMO3 RUMO LOG ON 4,00 +2,56
 USIM5 USIMINAS PNA 2,05 +2,50

Dentro do setor mais pesado no Ibovespa, o financeiro, bancos grandes sobem, beneficiados pelo cenário político, que aumenta a probabilidade de uma troca de governo que significasse uma mudança na condução da política econômica rumo à ortodoxia. Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 33,13, +1,22%), Bradesco (BBDC3, R$ 32,24, +1,19%; BBDC4, R$ 28,99, +1,01%) e Banco do Brasil (BBAS3, R$ 22,54, +2,78%) avançam. Juntas, as quatro ações respondem por pouco mais de 20% da participação na carteira teórica do nosso benchmark.

As maiores baixas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

Cód. Ativo Cot R$ % Dia
 JBSS3 JBS ON 9,47 -2,87
 OIBR4 OI PN 0,97 -2,02
 BRKM5 BRASKEM PNA ED 24,16 -1,23
 VALE5 VALE PNA 13,67 -0,94
 VALE3 VALE ON 18,06 -0,77

 

Já a Vale (VALE3, R$ 18,03, -0,93%; VALE5, R$ 13,67, -0,94%) vai na contramão e cai prejudicada pela baixa do minério de ferro. A commodity spot com 62% de pureza e entrega no porto de Qingdao teve queda de 1,85% a US$ 58,28.

Entre as quedas estavam os papéis da Oi (OIBR4, R$ 0,97, -2,02%). Em meio às discussões sobre o fim do regime de concessão, a companhia pode ter de resolver dívida antes de migrar de contrato, de acordo com informações da Folha de S. Paulo. A operadora está em “vigilância econômica” pela agência desde o final do ano passado e, segundo a proposta do conselheiro Rodrigo Zerbone, empresas nessa situação não poderão migrar para o novo modelo de contrato na telefonia. Para a Oi, migrar para o novo modelo daria fôlego para buscar investidores e fazer a renegociação da dívida com credores a quem hoje a companhia deve mais de R$ 50 bilhões. Sem isso, a situação da tele ficaria ainda mais complicada.

STF
Após sete horas de sessão, o Supremo Tribunal Federal (STF) negou hoje (15) cinco ações contestando a votação do pedido de abertura de processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, previsto para domingo (17).  A sessão começou às 18h e terminou à 1h. Ações impetradas pela AGU (Advocacia Geral da União) e por partidos da base aliada tentaram barrar o andamento do processo do impeachment, marcado para ser votado neste fim de semana, mas a maioria do Supremo decidiu manter o processo. Além disso, destaque para outra notícia: de acordo com mapeamento feito pelo Estadão e o Globo, o impeachment tem 342 deputados a favor, o suficiente para passar na Câmara. 

Fazenda e BC sob Temer
Estão permanentemente na imprensa os nomes dos ex-presidentes do Banco Central Henrique Meirelles e Armínio Fraga — por mais que o último negue disposição em aceitar eventual convite –, do ex-secretário de política econômica da Fazenda Marcos Lisboa ou até o presidente da Febraban (Federação Brasileira dos Bancos), Murilo Portugal para ocupar o Ministério da Fazenda sob Temer. O economista-chefe do Itaú Unibanco, Ilan Goldfajn, ganharia o Banco Central, no lugar de Alexandre Tombini. 

Plenário da Câmara
A permanência de Dilma à frente do país começa a ser debatida hoje pelo plenário da Câmara dos Deputados. A primeira sessão de análise da admissibilidade do processo de impeachment está marcada para as 8h55, com a exposição, por 25 minutos, do jurista Miguel Reale Junior, um dos autores da denúncia contra a presidente. Em seguida, o advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, fará a defesa de Dilma, também por 25 minutos. De acordo com o regimento da Casa, os tempos são improrrogáveis. Paralelamente às apresentações da acusação e da defesa, a partir das 9h será aberto prazo para que os deputados interessados em discursar sobre o processo se inscrevam na Mesa Diretora. As inscrições serão encerradas às 11h. Os inscritos poderão se manifestar da tribuna da Câmara, por três minutos, no sábado (16), em sessão marcada para ter início às 11h, conforme cronograma definido pelo presidente da Casa, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e os líderes partidários.

Bateria de dados da China
A economia chinesa desacelerou ainda mais no começo do ano, de acordo com dados oficiais divulgados nesta sexta-feira (horário local), na mais nova indicação de que o governo pode precisar tomar mais medidas para impulsionar o crescimento. O produto Interno Bruto (PIB) da China cresceu 6,7% no primeiro trimestre de 2016, na comparação com o mesmo período do ano passado, segundo o Escritório Nacional de Estatísticas. O número veio em linha com a média de crescimento prevista por 14 economistas consultados pelo The Wall Street Journal. Foi a expansão trimestral mais lenta para a China desde o primeiro trimestre de 2009, quando a economia cresceu 6,2%, na comparação com o mesmo período do ano anterior. O banco central chinês cortou sua taxa de juros em seis ocasiões desde novembro de 2014, em um esforço para impulsionar a economia. O governo também acelerou projetos de infraestrutura e entrou com medidas para diminuir os fardos financeiro e fiscal das empresas do país.

Cenário externo
As bolsas chinesas terminaram em queda nesta sexta-feira, mas ainda acumularam ganhos na semana, com os investidores realizando lucros após os dados do Produto Interno Bruto (PIB) divulgados pelo governo ficarem em linha com as expectativas. 

 A economia chinesa cresceu 6,7% no primeiro trimestre, ritmo mais lento desde 2009, mas deu sinais de recuperação nascente. Tanto o índice CSI300 quanto o de Xangai caíram após atingirem as máximas em três meses na quinta-feira. Na semana, acumularam ganhos de 2,7% e 3,1%, respectivamente. 

 As ações no resto do continente operaram sem direção definida, reflexo da cautela antes do encontro no fim de semana entre produtores de petróleo. Lá, porém, os mercados reagiram relativamente bem aos resultados do PIB chinês.  

O dia é de queda também para as bolsas europeias, com o DAX caindo de 0,51%, o FTSE em baixa de 0,37% e o CAC 40 tem baixa de 0,44%. Enquanto isso, os preços do petróleo caem mais de 2%, na terceira baixa diária com o mercado esperando encontro de produtores de Doha. 

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