Ibovespa vira para queda pressionado por Petrobras e Vale; dólar sobe com dados dos EUA

Mercado registra perdas após um início de pregão positivo

Ricardo Bomfim

Painel de ações e gráfico (Crédito: Shutterstock)

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SÃO PAULO – O Ibovespa vira para queda nesta quinta-feira (16) pressionado pelas ações de blue chips ligadas a commodities. Petrobras cai 0,5% e Vale recua 0,3%.

Mais cedo, a Bolsa se beneficiava do alívio após o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) ir na contramão dos dados econômicos divulgados até agora em 2020 e superar as expectativas dos economistas. Em novembro, o IBC-Br subiu 0,18% na comparação mensal com ajuste sazonal, acima da projeção indicada pelo consenso Bloomberg.

Já na comparação com novembro de 2018, o índice apresentou crescimento de 1,10%, ante expectativa de alta de 0,90%. Considerado uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB), o IBC-Br mede o crescimento da economia brasileira todo mês.

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Às 15h32 (horário de Brasília), o Ibovespa tinha baixa de 0,14% a 116.269 pontos. Enquanto isso, o dólar comercial tem alta de 0,21% a R$ 4,1928 na compra e a R$ 4,1936 na venda. O dólar futuro com vencimento em fevereiro registra ganhos de 0,42% a R$ 4,1985.

O câmbio reflete dados positivos dos Estados Unidos, que sugerem um crescimento mais forte da economia americana. O Índice Philadelphia de condições de negócios subiu para 17 pontos em janeiro, acima das expectativas de 3,8. Já as vendas do varejo de dezembro subiram 0,3%, em linha com o previsto.

No mercado de juros futuros o DI para janeiro de 2022 avança oito pontos-base a 5,10%, o DI para janeiro de 2023 disparam nove pontos-base a 5,68% e o DI para janeiro de 2023 avança oito pontos, a 6,42%.

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Lá fora, os futuros dos índices acionários dos Estados Unidos também operam com ganhos, estimulados pela assinatura do acordo comercial entre EUA e China ontem. O gigante asiático se comprometeu a comprar US$ 200 bilhões em produtos agrícolas, combustíveis e outros tipos de mercadorias dos americanos.

A China divulgará, às 23h de hoje, o seu PIB de 2019, indicador que mostrará qual é a desaceleração do gigante asiático.

Acordo EUA-China e efeito no Brasil

O jornal O Globo aponta que, segundo cálculo da consultoria Oxford, a primeira fase do acordo comercial assinada ontem entre Estados Unidos e China poderá gerar uma perda de até US$ 10 bilhões nas exportações brasileiras.

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A China se comprometeu ontem a aumentar suas compras de produtos agrícolas americanos em US$ 50 bilhões nos próximos dois anos, incluindo soja, milho, carnes bovina e suína, aves e algodão, produtos que o Brasil exporta para o gigante asiático. Segundo a matéria, os US$ 10 bilhões equivalem a 5% dos US$ 223 bilhões exportados pelo Brasil no ano passado.

Por outro lado, o Brasil pode ganhar com o fato de que o acordo beneficia a economia chinesa, o que pode aumentar as exportações brasileiras para o país.

Noticiário corporativo

A fabricante de papel e celulose Klabin comunicou que emitirá US$ 200 milhões (R$ 812 milhões) em notes nos Estados Unidos. A empresa brasileira fará a emissão através de sua subsidiária na Áustria e pagará um yield (retorno) de 6,10% ao ano para os compradores dos papéis. Já a Petrobras iniciou a etapa de venda (teaser) dos polos de Golfinho e Camarupim, que ficam em águas profundas na Bacia do Espírito Santo.

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Ainda em destaque, Décio Odonne, diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP), enviou uma carta ao presidente Jair Bolsonaro e ao ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, anunciando antecipação do fim de seu mandato, que venceria em dezembro deste ano.

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Ricardo Bomfim

Repórter do InfoMoney, faz a cobertura do mercado de ações nacional e internacional, economia e investimentos.