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SÃO PAULO – O Ibovespa opera em alta nesta segunda-feira (7), deixando para trás a queda da sexta-feira. Para analistas, o dia de hoje é mais um reflexo do ambiente político, com os investidores repercutindo as declarações do vice-presidente, Michel Temer, que mostrou com clarezao isolamento da presidente Dilma Rousseff e aumentou as apostas para que o impedimento vá à frente. A alta das bolsas europeias também ajuda o índice brasileiro a se manter em alta, mas as bolsas norte-americanas operam em queda.
Às 13h04 (horário de Brasília), o benchmark da Bolsa brasileira subia 0,72% a 45.685 pontos. Já o dólar comercial registra ganhos de 0,30% a R$ 3,7501 na venda, enquanto o dólar futuro para janeiro de 2016 tinha leve alta de 0,01% a R$ 3,786. No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2017 cai 2 pontos-base a 15,69% e o DI para janeiro de 2021 recua 5 pontos-base a 15,62%.
Para o economista da Leme Investimentos, João Pedro Brugger, o mercado está mais uma vez animado com a possibilidade de uma saída de Dilma, que acarretasse uma mudança na política econômica, com uma guinada mais pró-mercado. “Acho que o cenário continua imprevisível, mas o PMDB parece bem rachado com o governo e os rumores do Temer reafirmam que a possibilidade da saída da Dilma aumenta”, afirma. Para ele, isso se associa com o mercado externo e produz otimismo na nossa Bolsa.
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No noticiário doméstico o principal evento a ser acompanhado é a instalação da Comissão para analisar o impedimento de Dilma, com 65 deputados. O governo e o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disputam o controle da comissão que analisará o pedido de impeachment de Dilma. A situação ocorre em um momento complicado de relações entre o planalto e o PMDB, já que o ministro da Aviação Civil, Eliseu Padilha, deixou o cargo ao mesmo tempo em que o vice-presidente, Michel Temer, diz que a presidente jamais confiou nele. Segundo informações do Globo, Padilha será secretário-geral do PMDB.
Em meio a este quadro de tensão, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse ao Valor Econômico que Dilma deve combater impeachment com reformas como a da Previdência. Para ele, o pedido não atrapalha, apenas traz mais transparência. Ele também disse que a única maneira de fazer a inflação convergir para a meta é acertar os desequilíbrios fiscais do governo, mas não se arriscou a dizer quando isso irá ocorrer.
Também tinha algum peso por aqui o Relatório Focus, com a mediana das projeções de diversos economistas, casas de análise e instituições financeiras para os principais indicadores macroeconômicos. A previsão para o PIB (Produto Interno Bruto) em 2015 saiu de uma retração de 3,19% para uma ainda maior, de 3,50%. Já no caso do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que é o medidor oficial de inflação utilizado pelo governo, as projeções são de que haja um avanço de 10,44% este ano.
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Venezuela
Após 16 anos, oposição ganha maioria na Venezuela. O presidente do país, Nicolás Maduro, admitiu a derrota, afirmando que seu partido reconheceu “os resultados adversos”. A oposição beneficiou-se do forte descontentamento popular na Venezuela com uma crise econômica provocada pela queda do preço do petróleo, cujo país detém as maiores reservas do produto do mundo, mas está atualmente imerso a uma situação de escassez de alimentos e bens de primeira necessidade
Os resultados eleitorais traduzem uma virada histórica depois da chegada do poder do “chavismo” (de Hugo Chávez) em 1999, apesar de diversos analistas advertirem que Nicolás Maduro pode tentar limitar os poderes do Parlamento para contrariar esta vitória, arriscando desencadear protestos
Ações em destaque
Ainda em alta estão as ações da Cetip (CTIP3, R$ 38,55, +4,05%). A oferta de compra da Cetip pela BM&FBovespa (BVMF3, R$ 11,65, +0,78%) por R$ 39,00 por ação foi rejeitada. A Bolsa informou que o Conselho vai avaliar a resposta da empresa. “O primeiro posicionamento da CETIP sobre a proposta da Bolsa marca um passo importante, já que agora as partes partem para negociações formais. A expectativa é que a Bolsa contrate uma instituição financeira para realizar um parecer, a “fairness opinion”. Com isso, as discussões devem prosseguir até um acordo sobre o preço”, afirmou a BM&FBovespa.
As maiores altas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:
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Já os papéis da Gol (GOLL4, R$ 3,48, -0,29%) operam entre perdas e ganhos após a empresa anunciar sua projeção de volume de decolagens no mercado doméstico para o primeiro semestre de 2016. A companhia aérea estima queda de 4% a 6% na primeira metade do próximo ano. “A projeção reitera a estratégia de racionalidade de capacidade e otimização da malha doméstica da companhia”, informou a Gol, em fato relevante enviado à CVM (Comissão de Valores Mobiliários).
As maiores baixas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:
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Em dia de queda para o preço do minério de ferro, que registrou baixa de 2,4%, a US$ 39,06 a tonelada no porto de Qingdao, a Vale (VALE3, R$ 12,20, -1,21%; VALE5, R$ 9,87, -1,20%) fica novamente do lado negativo do pregão.
Cenário externo
O dia é de alta para a maior parte das bolsas europeias, após os dados sólidos de emprego nos EUA darem maiores indicações de que o Federal Reserve pode elevar os juros em dezembro. Por outro lado, vale destacar a forte queda das ações da Electrolux, com baixa de quase 12%. A companhia sueca informou que um acordo para comprar o negócio de utensílios domésticos da General Electric foi encerrado depois que a GE quebrou o contrato de 3,3 bilhões de dólares.
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos pediu a um tribunal federal em julho que impedisse que a Electrolux comprasse o negócio da GE, e disse que o acordo elevaria os preços em cinco por cento. Na Europa, destaque para as eleições na França: a Frente Nacional, de extrema direita, obteve um resultado recorde neste domingo no 1º turno das eleições regionais.
Enquanto isso, as bolsas asiáticas tiveram um dia misto, com as ações chinesas subindo em meio à alta de ações de companhias ligadas à “nova economia”. Xangai subiu 0,34%, enquanto o japonês Nikkei teve alta de 0,99%. Hoje, o ministro da Economia do Japão, Akira Amari, disse nesta segunda-feira que o governo do primeiro-ministro Shinzo Abe não tem a intenção de elevar o imposto sobre vendas novamente após o aumento já marcado para 2017.
O governo de Abe elevou o tributo a 8% em 2014. Outro aumento a 10% está marcado para 2017. Há alguma especulação sobre a possibilidade de o governo ter de elevar o imposto ainda mais para pagar gastos com saúde.
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