Ibovespa sobe com estímulo na China; dólar e DI viram para queda

Presidente Dilma Rousseff nega mal-estar com declaração de Levy e mercados mudam de direção

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – O Ibovespa opera em alta nesta segunda-feira (30) com espera por estímulos na China. Também impacta a Bolsa as indicações da presidente Dilma Rousseff (PT) aos ministérios da Comunicação Social e da Educação, que podem trazer um alívio à tensão política e beneficiar o ajuste fiscal proposto pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy. 

Às 14h45 (horário de Brasília), o benchmark subia 2,14%, a 51.166 pontos, enquanto o dólar comercial ficava praticamente estável, registrando leve baixa de 0,05%, a R$ 3,2388, na venda. No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2017 caía 0,07 ponto percentual, a 13,49%, enquanto o DI para janeiro de 2021 subia 0,13 ponto percentual, a 13,03%. 

Nos casos do câmbio e dos juros, as críticas de Levy à presidente Dilma, podendo atrapalhar sua negociação no Congresso, fizeram pressão compradora pela manhã. No entanto, Dilma já negou que os comentários do seu ministro tivessem causado mal-estar, afirmando ter certeza de que ele foi mal interpretado. Ela ainda disse que Levy ficou muito triste com a repercussão do caso. Apesar disso, na terça, o ministro da Fazenda falará no Senado e deve ser bombardeado com perguntas a respeito dessas declarações. 

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No noticiário econômico, mesmo com as mudanças da revisão metodológica, que impactaram positivamente os números do PIB brasileiro, o balanço de riscos é muito desfavorável para a atividade econômica nos últimos meses, conforme ressalta o Credit Suisse. Com isso, o banco revisou para baixo a expectativa de contração do PIB em 2015, passando de contração de 0,5% para contração de 1,3%.

Entre os indicadores, hoje foi divulgado o relatório Focus do Banco Central, com a mediana das projeções de economistas para os principais indicadores macroeconômicos. A previsão do PIB para o fim de 2015 caiu de uma retração de 0,83% para uma ainda maior, de 1%. Já no caso da taxa Selic, a projeção foi de 13% para o final do ano para 13,25%. 

Ações em destaque
No noticiário corporativo, a Petrobras deve publicar seus balanços do terceiro e quarto trimestres no dia 13 de abril, segundo informações da Veja. Na semana passada, a companhia havia comunicado que a próxima assembleia com acionistas iria ocorrer dia 29 de abril. As ações da petroleira (PETR3; PETR4) subiam. 

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Ainda sobre a estatal, a Petrobras estuda implementar um plano de ressarcimento pelos danos causados no esquema de corrupção da operação Lava Jato que inclui a cobrança de indenizações das empreiteiras envolvidas no esquema. Um grupo de trabalho envolvendo a estatal e a AGU (Advocacia Geral da União) estuda um plano de ressarcimento que garanta caixa para a estatal e condições para que as empresas possam retomar os projetos paralisados. Os ADRs (American Depositary Receipts) da petroleira negociados no pré-market da Bolsa de Valores de Nova York (NYSE) subiam 1,05%, a US$ 5,76.

A Eletrobras (ELET3; ELET6) também era destaque. A companhia reduziu o prejuízo no quarto trimestre para R$ 1,174 bilhão, ante R$ 5,4 bilhões no mesmo período do ano anterior, informou a companhia na noite de sexta-feira. A receita operacional líquida da empresa teve crescimento de 64,3% na comparação anual, para R$ 9,781 bilhões, com as receitas da Celg D, cuja aquisição do controle acionário foi aprovada por acionistas em setembro. Desconsiderando esse efeito, a receita operacional líquida foi de R$ 8,522 bilhões de outubro a dezembro do ano passado. Segundo o Santander, as ações da empresa devem reagir negativamente aos números. Para os analistas, o resultado melhor no mercado spot (à vista) foi ofuscado por provisões maiores, impairments e resultados da unidade Madeira. 

Apesar das perspectivas apontarem para estímulos na China este ano, os papéis da mineradora Vale (VALE3; VALE5) operavam em terreno negativo por conta dos preços do minério de ferro, que atingiam nova mínima histórica. Pela manhã foi noticiado que a China planeja cortar até 80 milhões de capacidade excedente de produção de aço nos próximos três anos para lidar com um quadro de excesso de oferta que mergulhou o setor siderúrgico em uma crise, de acordo com uma autoridade do governo chinês. O gigante asiático, principalmente suas siderúrgicas, é o principal mercado consumidor do produto da Vale. 

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As maiores altas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

Cód. Ativo Cot R$ % Dia
 CESP6 CESP PNB 24,23 +7,50
 ELET3 ELETROBRAS ON 5,75 +5,12
 ESTC3 ESTACIO PART ON 18,90 +4,65
 ENBR3 ENERGIAS BR ON 10,36 +4,54
 RENT3 LOCALIZA ON 36,22 +4,47

As maiores baixas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

Cód. Ativo Cot R$ % Dia
 OIBR4 OI PN 5,56 -5,60
 QUAL3 QUALICORP ON 23,12 -1,62
 BRFS3 BRF SA ON 62,49 -1,25
 BRKM5 BRASKEM PNA 11,18 -0,97
 CYRE3 CYRELA REALT ON 13,50 -0,66
* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)

Cenário externo
Os mercados asiáticos fecharam em alta nesta segunda-feira sustentados por expectativas de estímulos para impulsionar a economia da China. Enquanto isso, na Europa, o mercado também repercute as notícias sobre o mercado chinês. 

No Japão, o índice Nikkei avançou 0,65 por cento impulsionado por conversas sobre demanda para o novo trimestre e ano financeiro.

As ações chinesas saltaram para máximas de sete anos, auxiliadas pelo lançamento de um plano ambicioso por Pequim de construir uma moderna Rota da Seda à Europa e à África, e por sinalizações do presidente do banco central chinês, Zhou Xiaochuan, que aumentaram expectativas de mais afrouxamento da política monetária.

Analistas disseram que o investimento na iniciativa de infraestrutura “Um Cinturão, Uma Estrada” só neste ano pode alcançar entre 300 bilhões a 400 bilhões de iuanes (48 bilhões a 64 bilhões de dólares).

Enquanto isso, o petróleo registra queda, em meio à retomada das negociações sobre o
programa nuclear do Irã. Já o cobre sobe e níquel recua.

Na Europa, destaque ainda para o índice de sentimento econômico da zona do euro, que mede a confiança de vários setores corporativos e dos consumidores, subiu para 103,9 em março, de 102,3 em fevereiro, atingindo o maior nível desde junho de 2011, segundo dados da Comissão Europeia, braço executivo da União Europeia. O número superou a previsão de analistas consultados pela Dow Jones Newswires, que estimavam avanço menor do indicador, a 103,0.

(Com Reuters) 

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