Ibovespa vira para queda pressionado por Petrobras e bancos; dólar sobe a R$ 5,91

Mercado opera com ganhos após sequência de baixas

Ricardo Bomfim

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SÃO PAULO – O Ibovespa virou para queda nesta quarta-feira (13) pressionado por Petrobras e bancos, de modo que volta a acompanhar o desempenho das bolsas americanas. Os índices Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq caem entre 1,5% e 2% depois do discurso de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve.

Powell disse há pouco que mais ferramentas podem ser necessárias para tirar os EUA da recessão, que já custou pelo menos 20 milhões de empregos, destacando que as perspectivas para a economia americana ainda são de incerteza.

Na Europa, o Produto Interno Bruto (PIB) do Reino Unido sofreu uma contração de 5,8% em março. As bolsas europeias registram baixas.

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Hoje, o Eurostat informou que a produção industrial despencou 11,4% na União Europeia também em março na comparação anual. O Commerzbank, segundo maior banco privado alemão, reportou prejuízo líquido de 295 milhões de euros no primeiro trimestre, enquanto o ABN Amro, maior banco da Holanda, teve prejuízo líquido de 395 milhões de euros. As bolsas da Ásia fecharam de novo em direções diferentes.

Às 12h51 (horário de Brasília) o Ibovespa caía 0,69% a 77.334 pontos. Já o dólar futuro para junho tinha ganhos de 0,69% a R$ 5,932. O dólar comercial, por sua vez, registra valorização de 0,92%, a R$ 5,9187 na compra e R$ 5,9197 na venda.

No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2022 cai um ponto-base a 3,43%, o DI para janeiro de 2023 vira para alta de um ponto-base a 4,67% e o DI para janeiro de 2025 avança cinco pontos-base a 6,72%.

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Entre os indicadores nacionais, as vendas no varejo caíram 1,2% em março na comparação com o mesmo mês do ano passado, revelou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em relação a fevereiro, a queda foi de 2,5%.

A expectativa mediana dos economistas do mercado financeiro compilada no consenso Bloomberg era de uma retração de 5,5% na base de comparação mensal e de 3,9% no indicador na base anual. Em fevereiro, as vendas no varejo haviam crescido 4,7%.

Política

De acordo com relatos de fontes ouvidas por jornais como O Globo, Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo, o presidente Jair Bolsonaro pressionou o então ministro da Justiça, Sergio Moro, a trocar o comando geral da Polícia Federal (PF) e o da superintendência do Rio de Janeiro para evitar que familiares, como seu filho, o senador Flávio Bolsonaro, e amigos fossem “prejudicados” por investigações em curso.

A interferência estaria documentada no vídeo da reunião ministerial do dia 22 de abril, que foi exibida ontem ao ex-ministro, à Procuradoria Geral da República (PGR) e à Advocacia Geral da União (AGU), informam os jornais.

Na reunião, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, defendeu que fosse “todo mundo para a cadeia”, começando pelos 11 ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). A ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, teria defendido a prisão de prefeitos e governadores.

Bolsonaro negou ter dito “polícia federal” e “investigação” no vídeo. Segundo o general Braga Netto (Casa Civil), o presidente se referia à troca da sua segurança pessoal no Rio de Janeiro e não à troca na PF.

Depoimentos de ministros aparentemente favoreceram o presidente, mas eventual íntegra da gravação ainda poderá gerar ruídos. STF dá 48 horas para as partes envolvidas falarem sobre fim do sigilo, segundo os jornais.

Bolsonaro se reúne nesta quarta com os ministros do STF Luis Roberto Barroso e Edson Fachin no Palácio do Planalto às 10h.

Decreto sobre serviços 

A inclusão de academias, salões de beleza e barbearias como atividades essenciais pelo governo federal gerou conflitos com os governos estaduais, parte dos quais afirmam que não seguirão o decreto – São Paulo não informou posição. O presidente Jair Bolsonaro afirmou que os governadores que não concordam podem recorrer à Justiça, informa a Folha de S. Paulo.

Já o Ministério da Saúde informou na noite de ontem que o país bateu novo recorde de mortes diárias pela Covid-19, com 881 óbitos em 24 horas – entre segunda-feira e terça-feira. Com isto, o total de mortes pela epidemia do coronavírus subiu para 12.400 no Brasil e há mais de 177 mil pessoas contaminadas.

Noticiário corporativo

A Tegma Logística reportou um lucro líquido de R$ 19,2 milhões no 1º trimestre de 2020, uma queda de 26% sobre o resultado de igual período do ano passado. A empresa, especializada no transporte de veículos, informou que as operações foram atingidas pelos efeitos da epidemia da Covid-19 no final de março.

Já a Santos Brasil, que também atua em logística, mas principalmente portuária, teve um prejuízo de R$ 13,3 milhões no 1º trimestre deste ano. A movimentação no terminal do porto de Santos (SP) aumentou no período, mas a empresa registrou queda nos terminais de Imbituba (SC) e Vila do Conde (PA).

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(Com Bloomberg)

Ricardo Bomfim

Repórter do InfoMoney, faz a cobertura do mercado de ações nacional e internacional, economia e investimentos.