Ibovespa sobe após decisão de juros na Inglaterra e aprovação de relatório do impeachment

Mercado registra ganhos na esteira do bom humor mostrado nas bolsas internacionais

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – O Ibovespa caminha para fechar em alta de 1% nesta quinta-feira (4), impulsionado no front externo pela decisão do banco central da Inglaterra de reduzir as suas taxas de juro pela primeira vez desde 2009 para fazer frente às tensões pós-“Brexit”. Por aqui, a Comissão Especial de Impeachment no Senado aprovou o relatório do senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) recomendando a continuidade do processo de impedimento da presidente afastada Dilma Rousseff.  

Às 16h31 (horário de Brasília), o benchmark da bolsa brasileira subia 0,85%, a 57.564 pontos. Já o dólar comercial recua 1,24% a R$ 3,2005 na venda, enquanto o dólar futuro para setembro tem queda de 1,22% a R$ 3,228. No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2018 cai 5 pontos-base a 12,78%, ao passo que o DI para janeiro de 2022 registra perdas de 11 pontos-base a 11,95%. 

Entre as commodities, o minério de ferro spot com 62% de pureza e entrega no porto do Qingdao caiu 3,52% a US$ 59,50 a tonelada seca. Já os contratos futuros de petróleo viram para alta de 2,39% a US$ 44,13 o barril do Brent. 

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Relatório do impeachment aprovado
Por 14 votos a 5, a Comissão do Especial do Impeachment do Senado aprovou o relatório do senador Antonio Anastasia, favorável ao prosseguimento do processo e ao julgamento da presidente afastada Dilma Rousseff por crime de responsabilidade. Desta forma, o processo de impeachment de Dilma se aproxima da sua fase final, que pode ser encerrado ainda em agosto.

Na próxima terça-feira (9), o mesmo relatório será votado pelos 81 senadores no plenário da Casa. A sessão será presidida pelo presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Ricardo Lewandowski. Para o relatório ser aprovado em plenário, são necessários votos da maioria simples dos parlamentares, ou seja, metade mais um dos presentes à sessão. Caso os senadores decidam pela continuidade do processo, Dilma será julgada no fim do mês, em data ainda a ser definida.

Bank of England
Grande evento desta quinta-feira, a decisão do Bank of England foi como o esperado pelos mercados: a autoridade monetária cortou a taxa de juros pela primeira vez em sete anos, para 0,25% ao ano, chegando a uma mínima histórica, além de ampliar o seu plano de flexibilização monetária em 60 bilhões de libras, para 435 bilhões de libras e aumentar o programa de compra de títulos corporativos. Com essa decisão, as bolsas europeias ganharam forças e fecharam em altas superiores a 1%. 

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A decisão tomada nesta quinta-feira mostra a preocupação do BC da Inglaterra com a situação da economia britânica, que passou a mostrar sinais de fraqueza depois que os britânicos decidiram em plebiscito sair da União Europeia. Indicadores apresentados desde 23 de junho, data da votação, sugerem que a economia do Reino Unido está se contraindo à taxa mais acelerada desde 2009.

Sem paciência com Temer
No cenário político-econômico, destaque ainda para as divergências entre o presidente interino Michel Temer e o PSDB em meio à proposta de renegociação da dívida dos estados. Segundo o jornal Estadão, PSDB está pressionando Temer para deixar de praticar “bondades”A irritação dos tucanos, no entanto, não é motivada apenas pelo zelo do partido pelas contas públicas. Parte é alimentada pelos movimentos em prol da reeleição do presidente-interino Michel Temer, expostos pela entrevista do presidente da Câmara, Rodrigo Maia. Além disso, destaque para a Operação Lava Jato: o ex-presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, deve falar hoje à força-tarefa da operação. 

Ontem, o mercado já mostrou impaciência com os constantes recuos do governo interino. Alguns investidores, apesar de confiarem em Meirelles temem uma falta de apoio ao ministro para aprovar medidas de ajuste das contas públicas. Uma pergunta que tem sido feita por analistas é como a PEC do teto dos gastos pode se manter sem avanço no Congresso em meio a tantas concessões de Temer. 

Ações em destaque
As ações da Petrobras (PETR3, R$ 13,52, -0,22%; PETR4, R$ 12,01, +0,92%), seguem em alta, junto com a disparada dos preços do petróleo. O barril do WTI (West Texas Intermediate) avança 2,40% a US$ 41,81, ao mesmo tempo em que o barril do Brent registra ganhos de 2,46% a US$ 44,16. 

As maiores altas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

Cód. Ativo Cot R$ % Dia
 BRKM5 BRASKEM PNA 20,36 +11,07
 GGBR4 GERDAU PN 8,28 +5,48
 BVMF3 BMFBOVESPA ON 18,96 +4,18
 CMIG4 CEMIG PN 9,63 +4,11
 CYRE3 CYRELA REALTON 11,53 +3,22

 

Dentro do setor mais pesado no Ibovespa, o financeiro, bancos grandes sobem. Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 35,52, +0,79%), Bradesco (BBDC3, R$ 29,75, +1,50%; BBDC4, R$ 28,88, +0,70%) e Banco do Brasil (BBAS3, R$ 21,00, +2,34%) avançam. Juntas, as quatro ações respondem por pouco mais de 20% da participação na carteira teórica do nosso benchmark.

As maiores baixas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

Cód. Ativo Cot R$ % Dia
 ESTC3 ESTACIO PARTON 16,92 -4,41
 SUZB5 SUZANO PAPELPNA 9,56 -3,82
 FIBR3 FIBRIA ON 18,71 -2,75
 KROT3 KROTON ON 14,17 -1,94
 CSAN3 COSAN ON 32,08 -1,75

 

Já a Vale (VALE3, R$ 18,82, 0,00%; VALE5, R$ 15,47, 0,00%) vai na contramão e cai prejudicada pela baixa do minério de ferro. A commodity spot com 62% de pureza e entrega no porto de Qingdao teve queda de 3,52% a US$ 59,50.

De olho no InfoMoney
Nesta quinta, o destaque do InfoMoney é a entrevista do o economista Bernard Appy, ex-secretário de Política Econômica e de Reformas Econômico Fiscais do ministério da Fazenda. Ele afirmou que será muito difícil enfrentar a crise fiscal no curto prazo sem aumento temporário de impostos. De todo modo, o especialista acredita que o maior desafio está no longo prazo e terá que passar necessariamente por uma reforma na Previdência que discuta idade mínima, desindexações e equalização dos diversos regimes. Confira clicando aqui. 

Ásia
Na Ásia, os mercados fecharam antes da decisão do BoE. A maior variação ficou para o índice Nikkei, que subiu mais de 1% com o enfraquecimento do iene. Vale destacar que o vice-presidente do Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês), Kikuo Iwata, disse nesta quinta-feira que o BC japonês não tem uma agenda predeterminada para a ampla reavaliação que pretende fazer de sua política na reunião de setembro. “Permita-me deixar claro que não temos nenhuma diretriz futura específica de política monetária no momento”, declarou Iwata, durante discurso a líderes empresariais em Yokohama. As bolsas chinesas avançam, enquanto o índice Hang Seng, em Hong Kong, recupera-se após maior perda em 5 semanas. Entre os dados econômicos, a China registrou superávit em conta corrente de US$ 59,4 bilhões no segundo trimestre, mas o resultado foi contrabalançado por um déficit de mesmo valor na conta capital e financeira, segundo dados preliminares da Administração Estatal de Câmbio (Safe, na sigla em inglês).