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Ibovespa sobe 1,81% e volta aos 120 mil pontos em dia sem grandes notícias: o que explica ânimo na sessão?

Em dia pouco movimentado no noticiário, queda dos juros, avanço do Desenrola e petroleiras puxam a Bolsa brasileira para cima

Vitor Azevedo

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O Ibovespa fechou em alta de 1,81% nesta sexta-feira (21), aos 120.216 pontos, em um dia marcado pela ausência de notícias muito relevantes e destoando do que foi visto no exterior – em Nova York, o Dow Jones ficou estável, com mais 0,01% enquanto S&P 500 subiu 0,03% e o Nasdaq caiu 0,22%. O pregão também foi marcado pelo vencimento de opções, marcado por uma intensificação da briga entre comprados e vendidos.

Na semana, o principal índice da Bolsa brasileira ganhou 2,13%.

“Hoje nós tivemos alguns movimentos interessantes na bolsa. As ações de alguns setores específicos tiveram algumas altas expressivas, destacando aí as companhias aéreas e as empresas de varejo”, comenta Acilio Marinello, Coordenador do MBA Executivo em Digital Finance da Trevisan Escola de Negócios.

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De acordo com o especialista, as notícias provindas do Desenrola criam algum otimismo para os setores ligados ao consumo interno. A adesão do Nubank ao programa na véspera, segundo levantamentos, pode limpar o nome de até 2,5 milhões de pessoas.

“Acaba tendo uma parcela considerável da população apta a comprar a prazo novamente. Isso favorece o varejo”, comenta o especialista. Entre as principais altas do Ibovespa ficaram os papéis ordinários da Via (VIIA3), com mais 6,84%, e os do Magazine Luiza (MGLU3), com mais 4,14%.

“Entre as altas, também estão as ações de aéreas como Gol (GOLL4) e Azul (AZUL4) junto com Via e Magalu, que são papéis que possuem um beta mais avançado, possuindo ajustes corretivos para baixo e para cima com maior voracidade. São ações que têm a tendência de terem oscilações maiores. No caso das aéreas, a ANAC informou que em junho a demanda por transporte aéreo no Brasil subiu 7,5 %”, expõe Marcus Labarthe, especialista em mercado de capitais da GT Capital.

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O recuo da curva de juros também ajudou essas companhias. As taxas dos contratos futuros recuaram após dois pregões de alta, com realização, com auxílio do Desenrola e também com ajuda do exterior. Os DIs para 2024 ficaram a 12,73%, com menos 1,5 ponto-base, e os para 2025, a 10,76%, com menos quatro. Os rendimentos dos DIs para 2027 perderam quatro pontos, a 10,24%, e os dos para 2029, cinco pontos, indo a 10,61%. Os DIs para 2031 fecharam negociados a 10,83%, com menos três pontos.

Enquanto isso, a alta do petróleo, com o Brent subindo 1,53%, a US$ 80,86, puxou as ações ordinárias e preferenciais da Petrobras (PETR3;PETR4), com mais 1,83% e 1,96%, respectivamente. Os papéis têm peso importante no índice.

Nos Estados Unidos, os treasuries yields mais longos deram algum espaço, após sucessivas altas. Os para dez anos perderam 1,7 ponto-base, a 3,83%, e o para 20 anos, 1,2 ponto, a 4,102%.

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“Nos EUA, o ex-presidente do Federal Reserve, Ben Bernanke, comentou sobre a expectativa de que a autoridade monetária possa, na próxima semana, realizar a última alta na taxa de juros nos EUA, com mais 0,25 ponto percentual, e que essa seja talvez a última subida”, diz Labarthe.

O DXY, índice que mede a força do dólar frente a outras divisas de países desenvolvidos, fechou com alta de 0,18%, aos 101,06 pontos. Frente ao real, contudo, a moeda americana comercial caiu 0,47%, negociada a R$ 4,780 na compra e a  R$ 4,781 na venda – com queda de 0,3% na semana.

“O desempenho do dólar em relação ao real seguiu o humor externo nessa semana, embora a alta da moeda americana tenha sido mais contida aqui do que em relação a outros pares emergentes devido à entrada de recursos no país”, menciona Luiz Felipe Bazzo, CEO do transferbank. “O Brasil ainda mantém um carrego elevado de juros, que tende a manter o fluxo positivo de dólares. Temos visto uma boa entrada de fluxo investidor estrangeiro há alguns dias, porque o carrego do real ainda é muito bom”.