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Ibovespa sobe 0,75%, com ajuda da Petrobras (PETR4), e tem sexto pregão seguido de alta; dólar cai 0,27%

Anuncio de dividendos na petroleira afastou, ao menos por enquanto, temor de que o Governo Federal irá intervir na política de dividendos

Vitor Azevedo

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O Ibovespa fechou em alta de 0,75% nesta quinta-feira (11), aos 108.256 pontos, com ajuda, principalmente, das ações da Petrobras (PETR3;PETR4). O principal índice da Bolsa brasileira teve seu sexto pregão consecutivo de alta e, mais uma vez, destoou daquilo que foi visto no exterior.

As ações ordinárias e preferenciais da Petrobras subiram, respectivamente, 2,40% e 3,64%. As altas dos papéis, que têm peso relevante no Ibovespa, vieram após a petroleira anunciar seus dividendos para o primeiro trimestre, de R$ 24,7 bilhões – afastando no momento o temor de que o Governo, controlador da companhia, interveria na política de distribuição de proventos.

“O Ibovespa abriu em queda, acompanhando os índices internacionais, mas se recuperou gradualmente, até passar para campo positivo no meio da tarde, com grande impulso do movimento dos papéis da Petrobras”, explica Alexsandro Nishimura, economista e sócio da Nomos. “As ações da petroleira ganharam força à tarde, com a notícia de que o conselho de administração aprovou pagamento de dividendos em torno de R$ 24 bilhões, relativos ao resultado do primeiro trimestre do ano”.

Os papéis da petroleira conseguiram segurar o peso da queda das ações da Vale (VALE3) e de outras empresas do setor de siderurgia e mineração.

“As ações da Vale e das siderúrgicas exerceram peso negativo, seguindo a baixa das commodities, pressionadas após o CPI [inflação ao consumidor] chinês  e o PPI [inflação ao produtor] americano indicarem uma desaceleração global”, fala o especialista da Nomos.

Na China, o índice de preços ao consumidor caiu 0,1% em abril na base mensal. Nos Estados Unidos, o IPP do mesmo mês trouxe alta de 0,2%, aquém do consenso de 0,3%.

O barril de petróleo Brent caiu 1,19%, a US$ 75,50. O minério de ferro negociado em Dalian recuou 3,5%, com a tonelada negociada a US$ 101,05.

“O pregão de hoje teve forte influência negativa das notícias advindas da China nos papéis das exportadoras, principalmente nos setores de siderurgia, mineração e frigoríficos, uma vez que dados de CPI abaixo do esperado confirmam uma demanda interna ainda enfraquecida na segunda maior economia do mundo”, afirma Gabriela Joubert, estrategista-chefe do Inter.

“O cenário político também ajuda um pouco, com oposição atuando contra algumas tentativas de movimentos mal recebidos pelo mercado, como por exemplo a reestatização da Eletrobras, alterações no Marco do Saneamento, entre outros, mas sem alterar o fluxo de votação do arcabouço fiscal, que deve acontecer na próxima semana”, acrescenta a especialista.

Em parte, o anúncio de dividendos da Petrobras, e a não intervenção, também dá algum alívio nas contas federais – uma vez que a União é o maior acionista da petroleira e, consequentemente, quem mais recebe.

A curva de juros brasileira caiu em bloco. As taxas dos DIs para 2024 perderam um ponto-base, a 13,25%, e as dos DIs para 2025, recuaram quatro prontos, a 11,64%. Os contratos para 2027 foram a 11,34%, com menos 12,5 pontos, e os para 2029, a 11,72%, com menos 13 pontos. Os DIs para 2031 perderam 17 pontos-base, a 11,96%.

Nos Estados Unidos, com os dados de inflação ao produtor mais fracos, os treasuries yields também recuaram. Os para dez anos perderam cinco pontos, indo a 3,386%, e os para dois anos perderam um ponto, indo a 3,904%.

Por lá, o temor de recessão, contudo, pesou mais do que o alívio na curva de juros. O Dow Jones, índice com participação de mais empresas da “economia real”, recuou 0,66% e o S&P 500, 0,17%. Os Nasdaq, que conta com empresas de tecnologia, ou de crescimento, subiu 0,18%.

O dólar ganhou força mundialmente, com o DXY, que mede a performance da divisa americana frente a outras de países desenvolvidos, subiu 0,60%, aos 102,08 pontos. Frente ao real, contudo, houve queda de 0,27%, a R$ 4,936 na compra e  R$ 4,937 na venda.