Ibovespa cai e perde os 117 mil pontos com leve realização após ânimo na abertura com dados de China e Brasil

Índice registra uma nova sessão de alta com boas notícias para a economia tanto no Brasil quanto no exterior

Lara Rizério

(Shutterstock)

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SÃO PAULO – Após uma abertura em alta, chegando a subir 0,50% e chegando perto dos 118 mil pontos, o Ibovespa passou a registrar queda em um leve movimento de correção após as fortes altas. Na véspera, o índice voltou a registrar recorde histórico, fechando acima dos 117 mil pontos.

Já às 12h05 (horário de Brasília), o Ibovespa registrava queda de 0,55%, a 116.562 pontos, enquanto o dólar amenizou a queda, mas segue em baixa. O dólar futuro com vencimento em janeiro tinha queda de 0,18%, a R$ 4,049. A moeda comercial, por sua vez, tinha baixa de 0,15%, a R$ 4,0559 na venda.

Contudo, a tendência segue de variação positiva para o benchmark da bolsa brasileira, ainda na esteira de dados econômicos positivos no Brasil e no exterior. Nesta sessão, destaque para números animadores da produção industrial chinesa e de uma taxa de desemprego menor do que a esperada no Brasil.

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De acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desemprego fechou em 11,2% no trimestre encerrado em novembro, caindo em comparação com o trimestre anterior, quando a taxa foi de 11,8%, e em relação ao mesmo trimestre de 2018 (11,6%). A estimativa era de que o desemprego caísse a 11,4%, segundo mediana da Bloomberg.

A pesquisa não usa só os trimestres tradicionais, mas períodos móveis (como fevereiro, março e abril; março, abril e maio etc.).

No cenário internacional, as companhias do setor industrial da China voltaram a registrar crescimento no lucro em novembro, em linha com a recuperação da produção das fábricas, conforme as políticas do governo começam a fazer efeito. O lucro industrial teve crescimento de 5,4% em novembro, na comparação anual, a 593,9 bilhões de yuans (US$ 84,9 bilhões), segundo dados divulgados nesta sexta-feira pelo Escritório Nacional de Estatísticas.

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Em outubro, o lucro industrial havia tido queda de 9,9% na comparação anual. Nos primeiros 11 meses de 2019, o lucro industrial na China registrou recuo de 2,1% ante igual intervalo do ano passado.

O maior ânimo também ocorre em meio a um amplo clima positivo de risco nos mercados globais, com as ações americanas
em níveis recordes e commodities em alta.

Os futuros de Nova York operam em alta na manhã desta sexta-feira, após os três principais índices de Wall Street terem batido recordes na jornada de ontem, com o Nasdaq fechando acima de 9.000 pontos pela primeira vez. As bolsas da Ásia fecharam mistas, embora Hong Kong tenha avançado 1,3% na volta do feriado de Natal. A percepção do mercado é que Estados Unidos e China assinarão a primeira fase do acordo comercial no início de janeiro.

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Enquanto isso, os juros futuros não registram direção definida, com o contrato com vencimento em janeiro de 2021 em alta de 1 ponto-base, a 4,59%, enquanto o de janeiro de 2023 está estável a 5,86%.

Vale destacar o dado do IGP-M, da FGV, que subiu 2,09% em dezembro, ante 0,30% em novembro. A alta ficou em linha com estimativa de 2,11% compilada pela Bloomberg; de janeiro a dezembro de 2019, índice acumulou alta de 7,30%. A pressão das carnes bovinas seguiu presente em vários estágios; no Índice de Preços ao Consumidor, que subiu 0,84%, o item carnes bovinas passou de 3,76% para 18,03%.

Em transmissão ao vivo nas redes sociais na última quinta-feira, Bolsonaro afirmou que, apesar da reclamação da população não vai tabelar o preço da carne, porque é a favor do livre mercado.

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“É acomodação. Tivemos lá atrás crise de outros alimentos, do tomate, do feijão, devagar o mercado vai se acertando. O pessoal dizendo que o preço do boi subiu porque o dólar estava R$ 4,26, agora tá R$ 4. Outros países estão comprando? Estão, estão fazendo negócio. A questão do pecuarista é isso, passaram 9 anos no zero a zero, perdendo, conseguiram dar uma recuperada agora”, afirmou.

Vendas de Natal 

As vendas de Natal tiveram crescimento de 9,6% em 2019, informa a Alshop, Associação de Lojistas de Shopping centers. Foi o melhor desempenho do varejo brasileiro na data desde 2014, quando começou a recessão, que afetou as vendas do comércio até 2018.

O presidente da Alshop, Nabil Sahyoun, disse ao jornal Valor Econômico desta sexta-feira que a queda na inflação e na taxa de juros, no decorrer do ano, bem como a lenta retomada no nível de emprego – mesmo que informal – contribuíram para o aumento nas vendas. Sahyoun disse que os shoppings brasileiros tiveram um faturamento bruto de R$ 168,2 bilhões em 2019, uma expansão de 7,5% sobre o ano passado e acima da projetada, que era de 5%.

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Noticiário corporativo

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou, sem restrições, a parceria entre BB Banco de
Investimento e o UBS A.G. – Suíça para atuação em atividades de banco de investimentos e de corretora de títulos e valores
mobiliários no segmento institucional, segundo comunicado ao mercado.

A MRV Engenharia alterou a proposta sobre AHS a ser discutida em AGE em 31 de janeiro. A companhia ponderou comentários que recebeu de acionistas em relação a eventuais procedimentos relacionados à estrutura do potencial investimento na AHS Residential.

A companhia ainda aprovou a incorporação da sua subsidiária MDI Desenvolvimento Imobiliário na empresa matriz, uma operação avaliada pela construtora mineira em R$ 685 milhões e que demandará a emissão de 37,2 milhões de ações ordinárias.

A BRF comunicou ontem que contratou uma linha de crédito rotativo no valor de R$ 1,5 bilhão com o Banco do Brasil. Já a Construtora Rossi Residencial, da capital paulista, informou que chegou a um acordo com o Bradesco para liquidar em 180 dias sua dívida de R$ 800 milhões com o banco. A Rossi informou que o débito representa 70% do seu endividamento e que sua solução permitirá à empresa se capitalizar para lançamentos a partir de 2020.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.