Ibovespa renova máxima histórica empurrado por alta do petróleo; dólar fica estável

A valorização do petróleo, que chegou a mais de 3%, foi verificada após a notícia de que a Rússia aceitou cortes de produção

Weruska Goeking

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SÃO PAULO – O dia foi de volatilidade na bolsa brasileira e, depois de alternar entre os patamares positivo e negativo, o Ibovespa renovou sua máxima histórica de fechamento após bater seu teto intraday por duas vezes no pregão e alcançar 89.909 pontos.
A forte alta do petróleo no mercado internacional deu base ao otimismo dos investidores, enquanto as incertezas em relação à cessão onerosa pesaram no humor do mercado.
Neste contexto, o Ibovespa encerrou em alta de 0,51%, aos 89.709 pontos, com volume financeiro de R$ 13,36 bilhões. O patamar superou a máxima histórica de fechamento de 89.598 pontos observada em 5 de novembro. 

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No mercado de câmbio, a disputa pela formação da Ptax na sexta-feira (30) também trouxe volatilidade, mas a moeda convergiu para a estabilidade. O dólar comercial teve alta de 0,34%, cotado a R$ 3,856 na venda, e o contrato futuro do dólar com vencimento em dezembro avançou 0,04%, para R$ 3,850.

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Vale ressaltar que o Banco Central anunciou dois leilões de linha de até US$ 1,25 bilhão em 29 de novembro, após dólar somar queda de 2% nas duas últimas sessões com leilões de linha de US$ 2 bilhões na terça e de US$ 1 bilhão na quarta.

A valorização do petróleo foi verificada após a notícia de que a Rússia aceitou cortes de produção, segundo a Reuters. A commodity, que registrava baixa, com o WTI negociando abaixo dos US$ 50 o barril, chegou a subir mais de 3%. 

Até o começo da manhã desta quinta-feira (29), o petróleo tinha baixa com o temor de que a Opep não vá agir decisivamente para limpar excedente da oferta global da commodity, enquanto as atenções ficam voltadas para encontro entre Vladimir Putin, presidente da Rússia, e Mohammed bin Salman, príncipe da Arábia Saudita, que deverão discutir como coordenar política de petróleo. Putin disse que os preços atuais se adequam “bem” à Rússia.

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Ainda no exterior, na ata do Fomc (Federal Open Market Committee), divulgada nesta tarde, o Fed (Federal Reserve) voltou a apontar para uma alta de 0,25 ponto percentual na taxa de juros norte-americana na reunião de dezembro, mas mantiveram o tom de preocupação com o acirramento das tensões comerciais entre Estados Unidos e China e o nível de endividamento das empresas. 

A ata da reunião do início do mês reforça fala de ontem do presidente do Fed, Jerome Powell, indicando que a autoridade monetária do país está chegando a um intervalo estimado de taxas de juros que não aceleram nem diminuem o crescimento e agora está adaptando uma abordagem mais flexível para a política. 

Na ocasião, Powell disse que a taxa de curto prazo estava “um pouco abaixo” do nível neutro, indicando que deve subir menos do que o esperado até o fim do próximo ano.

Para países como o Brasil, isso significa maior atratividade para capitais estrangeiros, em função do comparativo de juros mais interessante, e uma chance de desvalorização do dólar ante o real, diminuindo a pressão inflacionária, o que também ajuda nos juros locais.

As bolsas em Wall Street têm alta moderada após a ata do Fed e à espera de resoluções sobre o comércio global na reunião do G-20, que começa amanhã. O índice Dow Jones caminha para seu quarto pregão positivo na sequência. 

Destaques corporativos

Além dos preços do petróleo, mais uma notícia impacta a Petrobras. A votação do projeto de lei (PLC 78/18) que autoriza a estatal a transferir a petroleiras privadas até 70% de seus direitos de exploração de petróleo na área do pré-sal, a cessão onerosa, foi adiada novamente.

A matéria, que esteve na pauta do Senado não foi apreciada por falta de um entendimento em torno da partilha de royalties da cessão onerosa do pré-sal com estados e municípios. 

Nesta manhã, o líder do governo no Senado, Romero Jucá (MDB-RR) confirmou pelo Twitter de que o projeto deverá ser votado somente a partir de terça feira (4). “Até lá, continuamos construindo uma solução técnica para o repasse dos recursos aos Estados e municípios”, afirmou.

Além da cessão onerosa, outra notícia ganha destaque no radar da Petrobras, que concluiu o reinício de unidade da Replan em 25 de novembro.

Entre os destaques de alta, as ações da CCR saltam até 8% após a notícia, publicada pelo Estadão e depois confirmada pela empresa, de que a companhia e o Ministério Público de São Paulo fecharam acordo de leniência. 

Segundo o jornal, no acordo é revelado caixa 2 de pelo menos R$ 30 milhões para campanhas eleitorais de ex-governadores e deputados de São Paulo. Pelo menos 15 políticos são citados no termo, denominado Auto Composição para Ato de Improbidade, aponta a publicação. 

A concessionária informou que se dispõe a pagar multa de R$ 81 milhões – parte desse valor, R$ 17 milhões, será destinada, na forma de doação, à Biblioteca da Faculdade de Direito da USP, nas Arcadas do Largo São Francisco. A notícia também impulsiona as ações da Ecorodovias, que recentemente também foi alvo de investigações da Polícia Federal. 

Suzano (SUZB3) e a Fibria (FIBR3) informaram na tarde desta quinta-feira (29) que a autoridade de concorrência da Europa aprovou a combinação de seus negócios e bases acionárias. A única restrição é a rescisão antecipada do contrato comercial da empresa com a Klabin (KLBN11), de 900 mil toneladas até 2021.

Agora, a Suzano espera finalizar a listagem de seus ADRs (American Depositary Receipts) na bolsa de Nova York e, posteriormente, concluir a transação em 15 de janeiro. 

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A equipe de análise da XP Research avalia que o anúncio é positivo e mantém a recomendação de compra das ações da Suzano, com preço-alvo revisado de R$ 62,50, patamar 70,1% acima do valor do fechamento de quarta-feira (28). 

As maiores altas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 CCRO3 CCR SA ON 12,74 +11,17 -16,78 286,82M
 SUZB3 SUZANO PAPELON 38,93 +5,96 +109,30 245,78M
 ECOR3 ECORODOVIAS ON 9,41 +5,61 -17,51 64,91M
 CSAN3 COSAN ON 33,88 +4,28 -16,02 54,05M
 USIM5 USIMINAS PNA 8,98 +3,34 -0,89 151,37M

As maiores baixas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 PCAR4 P.ACUCAR-CBDPN 83,53 -3,43 +7,35 159,34M
 CYRE3 CYRELA REALTON 13,82 -2,47 +8,75 45,36M
 CIEL3 CIELO ON 8,91 -2,30 -59,50 116,80M
 BTOW3 B2W DIGITAL ON 38,73 -1,45 +88,93 102,15M
 CVCB3 CVC BRASIL ON 60,62 -1,45 +26,88 49,99M
* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)