Ibovespa registra sua 3ª sessão seguida de lado, à espera de Datafolha e de olho em EUA

SÃO PAULO – O Ibovespa segue o mesmo movimento dos últimos dois dias e segue “de lado” na sessão desta quarta-feira (2), alternando entre leves perdas e ganhos com o mercado digerindo o ADP Employment dos EUA, mas ainda à espera de novos números de criação de vagas de trabalho no país amanhã com o relatório de emprego e na expectativa pela pesquisa eleitoral Datafolha, que será divulgado ainda esta semana. Às 10h29 (horário de Brasília), o índice registrava queda de 0,19%, a 53.070 pontos. 

Enquanto as bolsas europeias e asiáticas registram ganhos com o maior otimismo econômico, Wall Street aponta para uma sessão mais próxima à estabilidade, após ter renovado ontem máxima histórica. As ações de blue chips oscilam entre leves perdas e ganhos e contribuem para o dia morno do índice: a Petrobras (PETR3;PETR4) tem queda de cerca de 0,2% para os papéis PN e estabilidade para os ativos ON, enquanto os papéis da Vale (VALE3;VALE5) têm leves altas de 0,50%. 

A nova pesquisa Datafolha contará com entrevista com 2.884 eleitores em 178 municípios e será realizada entre hoje e amanhã sem tem data definida para divulgação. O TSE ainda divulgou o questionário completo, também com perguntas sobre a avaliação do eleitorado sobre a qualidade do atual governo de Dilma, além das perspectivas do entrevistado sobre inflação, desemprego e poder de compra da população. Diversas questões sobre a Copa do Mundo também constam na ficha. Cabe lembrar que a última pesquisa Ibope, divulgada no último dia 19, mostrou uma estabilidade nas intenções de voto para a presidente, o que trouxe um movimento de baixa para o Ibovespa, principalmente para as estatais.

Conforme aponta o analista da Guide Investimentos, Luis Gustavo Pereira, o mercado não está com uma expectativa tão forte de que a oposição ganhe espaço, ainda mais levando em conta a visão positiva frente à realização da Copa do Mundo. Além disso, a Bovespa segue com um volume fraco em meio a falta de triggers, à espera de novos catalisadores para uma definição mais clara de uma tendência, tanto para cima quanto para baixo, aponta. 

A queda de Dilma Rousseff leva a uma alta das ações uma vez que os investidores estão mostrando que querem uma mudança no governo. O mercado vê negativamente as intervenções do atual governo em alguns setores da economia e que se reflete principalmente na estatal. Assim, quanto menor a chance da reeleição de Dilma, mais animado o mercado parece ficar. 

Enquanto isso, os dados de produção industrial reportados pelo IBGE também chamam a atenção:  que recuou 0,6% em maio sobre abril, registrando queda de 3,2% sobre um ano antes.

Atenção ainda às novas sinalizações de política monetária no Brasil. No fim da tarde de ontem, o Banco Central divulgou uma entrevista de seu presidente Alexandre Tombini para um órgão de comunicação interna da instituição. Tombini deixou claro que a atual revisão para baixo do cenário de crescimento mundial em nada se compara ao quadro de 2011, quando a erupção da crise europeia era iminente e a economia americana não conseguia sustentar sucessivos resultados favoráveis, conforme resssalta a LCA Consultores, e descartando uma queda da Selic. 

Além do cenário nacional, o mercado também segue atento aos EUA: nesta sessão, foram divulgados os dados do ADP Employment, registrando a criação de 281 mil vagas no setor privado em junho, acima do esperado pelo mercado. O indicador é uma prévia do relatório de emprego, que será revelado amanhã. Cabe lembrar que, na próxima sexta-feira, os mercados estarão fechados em Wall Street devido ao feriado de Independência dos EUA.

As maiores baixas, dentre as ações que compõem o Índice Bovespa, são:

As maiores altas, dentre os papéis que compõem o Índice Bovespa, são: