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SÃO PAULO – Pela sexta vez seguida, o Ibovespa terminou a semana no negativo, registrando perdas de 1,95% no período entre 28 de maio a 1º de junho, fechando esta sexta-feira (1) aos 54.513 pontos. Essa foi a primeira vez que o índice teve queda em seis semanas desde os meses de agosto e setembro de 1998.
Embora a Grécia tenha dado um alívio ao mercado nessa semana, após o fortalecimento de partidos favoráveis ao plano de resgate em pesquisas de intenção de voto e a injeção € 18 bilhões nos maiores, a Espanha chamou a atenção.
Apesar de o primeiro-ministro da Espanha, Mariano Rajoy, insista que o sistema financeiro do país não precise resgate, o contrato para proteção contra calote do país alcançou nível recorde, após o BCE (Banco Central Europeu) supostamente rejeitar o plano do governo de financiar o Bankia.
Não perca a oportunidade!
Números da economia mostram que o país continua em recessão, enquanto o desemprego na Zona do Euro atingiu um novo recorde histórico. O BCE, porém, negou ter tido conversas acerca o assunto e Mario Draghi, presidente do BCE, destacou que não é função de sua instituição.
A Comissão Europeia, por sua vez, sugeriu uma “união bancária” para salvar setor financeiro, enquanto a Alemanha mostrou rara flexibilidade ao apoiar a proposta da Comissão Europeia de dar mais tempo à Espanha para reduzir o seu déficit orçamentário. A chanceler alemã, Angela Merkel, se reunirá com o presidente da Comissão Européia, José Manuel Barroso, para tratar da emissão de títulos conjuntos de dívida no continente – os Eurobonds.
Copom reduz juros
Em relação ao Brasil, o destaque ficou com o final da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) – que terminou em corte de 50 pontos-base na Selic. O mercado especula que um novos cortes deverá ocorrer o novo patamar da Selic.
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Além disso, o PIB (Produto Interno Bruto) avançou apenas 0,2% no primeiro trimestre – patamar que mostra uma recuperação econômica “gradual”, na avaliação de Alexandre Tombini, presidente do Banco Central.
Destaques corporativos
A ponta positiva do Ibovespa ficou com os papéis da Klabin (KLBN4), que tiveram ganhos de 7,55% – terminando a R$ 8,55 cada. Já as ações da CCR (CCRO3) tiveram alta de 5,85%, fechando aos R$ 15,75 cada, e os papéis da Ultrapar (UGPA3) avançaram 5,36% – terminando a semana a R$ 41,25.
A ponta negativa ficou com os ativos ordinários da Usiminas (USIM3), que recuaram 17,67% aos R$ 9,17, após a empresa ser excluída do MSCI (Morgan Stanley Capital International). Já os papéis das imobiliárias tiveram quedas. A ação da Brookfield (BISA3) recuou 15,31%, enquanto os ativos da Gafisa (GFSA3) tiveram queda de 13,67%.
Durante o período, é válido destacar o mau desempenho das “empresas X”, do megaempresário Eike Batista. Os papéis da CCX Carvão (CCXC3), novata na bolsa, tiveram queda de 41,83% na semana, enquanto os ativos da OGX Petróleo (OGXP3) perderam 12,70% de valor de mercado e as ações da MMX Mineração (MMXM3) recuaram 10,09%.
PIB dos EUA desaponta
Os Estados Unidos também chamaram a atenção na sexta-feira, após a segunda prévia do PIB (Produto Interno Bruto) apontar avanço de 1,9% no primeiro trimestre de 2012, abaixo do esperado. Enquanto isso, Relatório de Emprego mostrou a criação de 69 mil novos postos, bastante abaixo dos 150 mil projetados, levando a taxa de desemprego para 8,2%.
Agenda da próxima semana
Dentro da agenda para a primeira semana de junho, as atenções se voltam para a ata do Copom e para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de maio – usado como índice oficial de inflação do País. O mercado também se voltará para os indicadores de desempenho da indústria, assim como a divulgação de outros índices de inflação.
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No cenário externo, a semana também promete ser agitada. Nos EUA, destaque para o livro bege do Federal Reserve e os dados de crédito no país. Já na Europa, o foco fica com as decisões da política monetária do BoE (Bank of England) e do BCE. Na China, por sua vez, os dados sobre a produção industrial e vendas do varejo chamam a atenção.