Ibovespa recua 1,15% após impeachment, mas tem terceiro mês seguido de alta

Além da votação decisiva da saída de Dilma da presidência, mercado acompanhou a bateria de indicadores econômicos: PIB no Brasil, expectativa por Copom e dados nos EUA

Paula Barra

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SÃO PAULO – Apesar da euforia temporária após o Senado aprovar o impeachment de Dilma Rousseff, o Ibovespa não conseguiu manter o ritmo de recuperação e se manteve em queda durante toda a sessão desta quarta-feira (31), fechando com queda de 1,15%, aos 57.901 pontos. Nem o resultado expressivo de 61 a 20 pela cassação de Dilma trouxe ânimo aos investidores, que ficaram de olho ao mau humor do mercado externo e também nos problemas gerados pela segunda votação do Senado, que manteve os direitos políticos da agora ex-presidente.

Apesar da forte queda desta sessão, o índice conseguiu fechar agosto com alta de 1,03%, chegando ao terceiro mês seguido de ganhos. Nos oito meses de 2016 até agora, seis foram de alta para o Ibovespa. Após os fortes ganhos de 11% da Bolsa de julho, agosto era esperado um mês bastante agitado por conta dos grandes eventos como o impeachment e expectativas com altas de juros nos Estados Unidos.

Porém, nos últimos 31 dias, o Ibovespa teve pouca variação, chegando em sua máxima do mês aos 59.417 pontos e mínima de 55.695 pontos. Mesmo com as votações do impeachment no início e fim do mês, os discursos de líderes do Federal Reserve e dados da economia americana, o mercado acabou desapontando com a falta de uma direção, principalmente nestes eventos externos, apesar de agora haver uma expectativa maior de uma alta de juros ainda este ano, o que levou a Bolsa a andar praticamente de lado no período.

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Sessão de hoje
Nesta quarta-feira, a decisão de dividir a votação gerou um enorme desconforto nos caciques do PSDB. Muitos deles atribuíram a manobra para “salvar” Eduardo Cunha (PMDB) e por isso já falam de abandonar o barco do agora efetivo governo de Michel Temer. Segundo o blog de Gerson Camaratti, do G1, surpreso com o resultado da votação que manteve a habilitação política de Dilma, o líder do governo no Senado, Aloysio Nunes (PSDB-SP), entregou o cargo por telefone para o presidente Michel Temer, mas o peemedebista não aceitou. Procurado pelo Blog, Aloyisio negou que tivesse colocado o cargo à disposição.

Já o dólar comercial teve um dia de forte volatilidade, passando boa parte da tarde em alta diante do mau humor do mercado, mas fechou próximo da mínima do dia, com queda de 0,33%, cotado a R$ 3,2281 na compra e R$ 3,2293 na venda.

Segundo Pablo Spyer, diretor da mesa de trade da Mirae Asset, o impeachment já estava precificado pelo mercado, que segue hoje principalmente os ativos internacionais. Esses desdobramentos do impeachment podem até ter um pequeno efeito, mas é principalmente fluxo externo. Muitos investidores estrangeiros aproveitaram o rali recente para realizar. “Olhando em dólar, o desempenho das últimas semanas entrega um bom ganho”, disse. Ele comentou ainda que o mercado abriu o dia em queda e essa desvalorização foi acentuada pelo desempenho do petróleo, que desabou lá fora após os dados de estoque dos Estados Unidos.

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O movimento ameno já era aguardado pelo mercado, que via o impeachment como já precificado pelo mercado, disse o analista Raphael Figueredo, da Clear Corretora, que acredita que o mercado agora vai passar a olhar para os próximos passos de Michel Temer na Presidência. “Há muito que precisa ser feito, mas a sensação de que parou de piorar traz otimismo e oportunidade. É hora de investir em bolsa de valores e procurar empresas de valor”, disse. “Estamos curados de um problema. Agora é cuidar da saúde para longevidade. Impeachment é passado e o mercado é futuro”, complementou (veja a análise completa clicando aqui).

Além do impeachment…
O mercado reagia também à divulgação dos dados de estoque de petróleo nos EUA. A expectativa era de uma alta de 825 mil barris, mas o número veio bem acima do esperado, com 2,3 milhões de barris em estoque. Com isso, as ações da Petrobras, que abriram em alta, viraram para queda e o Ibovespa intensificou as perdas mais tarde.

O mercado repercute também os dados do PIB do segundo trimestre, que vieram um pouco abaixo do segundo trimestre. Porém, de acordo com o banco Fibra, o PIB mostrou sinais de recuperação do investimento, com a economia repercutindo melhores expectativas com governo interino. Além disso, destaque para os dados dos EUA, com o ADP, que veio um pouco acima do esperado e suscita expectativa sobre o payroll que será divulgado na sexta.

No Brasil, o IBGE divulgou que a atividade econômica brasileira registrou queda de 0,6% na comparação com os primeiros três meses de 2016, ante expectativa de queda de 0,5%, totalizando R$ 1,5 trilhão. Na comparação anual, a queda é de 3,8%, ante estimativa de 3,7%. O mercado fica ainda na decisão do Copom, que deve manter a taxa de juros em 14,25% ao ano e para os dados de emprego dos EUA.

Já no noticiário internacional, vale destacar o ADP de agosto que foi levemente acima do esperado em agosto, com a criação de 177 mil novas vagas, ante expectativa de criação de 175 mil vagas. O dia é de leve queda para os mercados mundiais, também voltando a sua atenção para a fala dos dirigentes do Fed de Boston Eric Rosengren, de Chicago Charles Evans e de Mineapolis Neel Kashkari, que podem dar sinais sobre os próximos passos da política de juros nos EUA. Rosengren, que já se pronunciou, adotou um tom mais “hawkish” em sua fala, ao dizer que o Fed deve atingir suas metas de inflação e emprego em breve e, com isso, deve considerar que altas das taxas de juros mais rápidas que podem conter os riscos à economia.

Noticiário corporativo
Além do noticiário interno movimentado, a forte queda do petróleo pressionou as ações da Petrobras, que atingiram queda de 4% na mínima do dia. Os papéis da Vale desabaram 4% também, enquanto os bancos ficaram com queda de cerca de 2% com Itaú Unibanco e Bradesco.

No noticiário corporativo, em destaque, o jornal O Globo destacou que o grupo Ultrapar (UGPA3), candidato à compra da BR Distribuidora, também tem interesse na Braskem (BRKM5), controlada pela Odebrecht. Porém, a compra da fatia da Odebrecht estaria condicionada à permanência da Petrobras (PETR3;PETR4) como sócia da petroquímica.

Além disso, a Petrobras negocia a obtenção de mais financiamentos junto a instituições financeiras da China, disseram fontes ao Valor Econômico, e as discussões poderão se acelerar esta semana com a presença de uma importante delegação brasileira naquele país. Depois do contrato de financiamento de US$ 1 bilhão junto ao Eximbank da China, outras operações continuam em negociação.

As maiores baixas, dentre as ações que compõem o Índice Bovespa, foram:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 VALE5 VALE PNA 14,47 -4,30 +41,17 522,48M
 VALE3 VALE ON 16,94 -4,02 +30,01 160,70M
 BRAP4 BRADESPAR PN 10,28 -3,56 +106,01 23,08M
 NATU3 NATURA ON 31,16 -3,23 +34,07 56,44M
 PETR3 PETROBRAS ON 14,74 -2,90 +72,00 187,25M

As maiores altas, dentre os papéis que compõem o Índice Bovespa, foram:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 BRKM5 BRASKEM PNA 24,11 +3,88 -7,70 73,35M
 USIM5 USIMINAS PNA 3,47 +2,66 +123,87 78,15M
 RUMO3 RUMO LOG ON 7,20 +1,69 +15,38 78,40M
 TIMP3 TIM PART S/AON 8,31 +1,34 +24,37 21,57M
 SBSP3 SABESP ON 29,39 +1,00 +56,72 70,20M

As ações mais negociadas, dentre as que compõem o índice Bovespa, foram:

 Código Ativo Cot R$ Var % Vol1 Vol 30d1 Neg 
 PETR4 PETROBRAS PN ATZ 12,85 -1,83 784,82M 593,32M 45.622 
 ITUB4 ITAUUNIBANCOPN 35,85 -2,05 604,78M 390,72M 32.137 
 VALE5 VALE PNA 14,47 -4,30 522,48M 313,04M 45.055 
 BBAS3 BRASIL ON EJ 23,21 -2,19 439,37M 181,02M 36.323 
 BBDC4 BRADESCO PN 29,06 -0,65 392,02M 237,14M 34.284 
 ABEV3 AMBEV S/A ON 19,19 -0,26 281,34M 225,63M 38.674 
 BBSE3 BBSEGURIDADEON 29,14 -0,21 231,76M 98,46M 11.704 
 BVMF3 BMFBOVESPA ON EJ 17,91 -1,05 197,78M 161,10M 22.202 
 PETR3 PETROBRAS ON 14,74 -2,90 187,25M 135,24M 17.783 
 ITSA4 ITAUSA PN 8,60 -1,49 165,39M 150,71M 27.378 

* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)
 

. as perdas na sessão desta quarta-feira (31) após a divulgação dos dados de estoque de petróleo nos EUA. A expectativa era de uma alta de 825 mil barris, mas o número veio bem acima do esperado, com 2,3 milhões de barris em estoque. Com isso, as ações da Petrobras, que abriram em alta, viraram para queda e o Ibovespa intensifica as perdas, com baixa de 0,86% a 58.070 pontos, conforme cotação das 11h38 (horário de Brasília). Já o contrato futuro com vencimento em setembro registra queda de 0,25%, a R$ 3,235 em dia de leilão de linha do BC.  

O mercado fica de olho na sessão do Senado, mas também repercute os dados do PIB do segundo trimestre, que vieram um pouco abaixo do segundo trimestre. Porém, de acordo com o banco Fibra, o PIB mostrou sinais de recuperação do investimento, com a economia repercutindo melhores expectativas com governo interino. Além disso, destaque para os dados dos EUA, com o ADP, que veio um pouco acima do esperado e suscita expectativa sobre o payroll que será divulgado na sexta. 

No Brasil, o IBGE divulgou que a atividade econômica brasileira registrou queda de 0,6% na comparação com os primeiros três meses de 2016, ante expectativa de queda de 0,5%, totalizando R$ 1,5 trilhão. Na comparação anual, a queda é de 3,8%, ante estimativa de 3,7%. O mercado fica ainda na decisão do Copom, que deve manter a taxa de juros em 14,25% ao ano e para os dados de emprego dos EUA. 

Após cinco dias de sessões, esta quarta marcará o fim do julgamento da presidente afastada Dilma Rousseff. A sessão começará hoje às 11h (horário de Brasília) com a leitura de um relatório produzido pelo presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Ricardo Lewandowski, seguido pelos discursos de dois senadores pela defesa de Dilma e dois pela defesa do impeachment, cada um pelo tempo de cinco minutos. Em seguida ocorrerá a votação, que será feita via painel eletrônico. Os placares de dois jornais – Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo – apontam ao menos 54 votos “sim”, que são suficientes para que Dilma deixe definitivamente o cargo de presidente. 

Já no noticiário internacional, vale destacar o ADP de agosto que foi levemente acima do esperado em agosto, com a criação de 177 mil novas vagas, ante expectativa de criação de 175 mil vagas. O dia é de leve queda para os mercados mundiais, também voltando a sua atenção para a fala dos  dirigentes do Fed de Boston Eric Rosengren, de Chicago Charles Evans e de Mineapolis Neel Kashkari, que podem dar sinais sobre os próximos passos da política de juros nos EUA. Rosengren, que já se pronunciou, adotou um tom mais “hawkish” em sua fala, ao dizer que o Fed deve atingir suas metas de inflação e emprego em breve e, com isso, deve considerar que altas das taxas de juros mais rápidas que podem conter os riscos à economia.. as perdas na sessão desta quarta-feira (31) após a divulgação dos dados de estoque de petróleo nos EUA. A expectativa era de uma alta de 825 mil barris, mas o número veio bem acima do esperado, com 2,3 milhões de barris em estoque. Com isso, as ações da Petrobras, que abriram em alta, viraram para queda e o Ibovespa intensifica as perdas, com baixa de 0,86% a 58.070 pontos, conforme cotação das 11h38 (horário de Brasília). Já o contrato futuro com vencimento em setembro registra queda de 0,25%, a R$ 3,235 em dia de leilão de linha do BC. 

O mercado fica de olho na sessão do Senado, mas também repercute os dados do PIB do segundo trimestre, que vieram um pouco abaixo do segundo trimestre. Porém, de acordo com o banco Fibra, o PIB mostrou sinais de recuperação do investimento, com a economia repercutindo melhores expectativas com governo interino. Além disso, destaque para os dados dos EUA, com o ADP, que veio um pouco acima do esperado e suscita expectativa sobre o payroll que será divulgado na sexta. 

No Brasil, o IBGE divulgou que a atividade econômica brasileira registrou queda de 0,6% na comparação com os primeiros três meses de 2016, ante expectativa de queda de 0,5%, totalizando R$ 1,5 trilhão. Na comparação anual, a queda é de 3,8%, ante estimativa de 3,7%. O mercado fica ainda na decisão do Copom, que deve manter a taxa de juros em 14,25% ao ano e para os dados de emprego dos EUA. 

Após cinco dias de sessões, esta quarta marcará o fim do julgamento da presidente afastada Dilma Rousseff. A sessão começará hoje às 11h (horário de Brasília) com a leitura de um relatório produzido pelo presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Ricardo Lewandowski, seguido pelos discursos de dois senadores pela defesa de Dilma e dois pela defesa do impeachment, cada um pelo tempo de cinco minutos. Em seguida ocorrerá a votação, que será feita via painel eletrônico. Os placares de dois jornais – Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo – apontam ao menos 54 votos “sim”, que são suficientes para que Dilma deixe definitivamente o cargo de presidente. 

Já no noticiário internacional, vale destacar o ADP de agosto que foi levemente acima do esperado em agosto, com a criação de 177 mil novas vagas, ante expectativa de criação de 175 mil vagas. O dia é de leve queda para os mercados mundiais, também voltando a sua atenção para a fala dos  dirigentes do Fed de Boston Eric Rosengren, de Chicago Charles Evans e de Mineapolis Neel Kashkari, que podem dar sinais sobre os próximos passos da política de juros nos EUA. Rosengren, que já se pronunciou, adotou um tom mais “hawkish” em sua fala, ao dizer que o Fed deve atingir suas metas de inflação e emprego em breve e, com isso, deve considerar que altas das taxas de juros mais rápidas que podem conter os riscos à economia.