Ibovespa pode tombar 20% e dólar flertar os R$ 4 sem reforma da Previdência, diz SulAmérica

 "Sem a reforma, os preços dos ativos não voltariam à era pré-Temer, porque tivemos a aprovação do teto dos gastos, mas eles ficariam no meio do caminho", de acordo com o vice-presidente da instituição

Weruska Goeking

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 SÃO PAULO – O mercado financeiro conta com a aprovação da reforma da Previdência e, se ela não ocorrer, a reprecificação dos ativos deve levar o Ibovespa a despencar 20%, segundo Marcelo Mello, vice-presidente da SulAmérica Investimentos.

 A leitura do parecer da reforma da Previdência que estava prevista para hoje pelo deputado e relator Arthur Maia (PPS) foi adiada para quarta-feira (19). Embora o Ibovespa mostre pequena correção diante do adiamento, o movimento não é nada perto do que pode acontecer se o projeto não for aprovado ainda neste ano, ainda que desidratado em relação à primeira versão do documento.

 “Sem a reforma, os preços dos ativos não voltariam à era pré-Temer, porque tivemos a aprovação do teto dos gastos, mas eles ficariam no meio do caminho”, explicou o gestor de mais de R$ 34 bilhões em encontro com jornalistas na manhã desta terça-feira (18).

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 Outro efeito seria o retorno a valorização de 20% a 30% do dólar, o que levaria a moeda norte-americana a flertar novamente com os R$ 4. O ciclo de corte na taxa básica de juros também estaria com os dias contados. Newton Rosa, economista-chefe da SulAmérica Investimentos, explica que o Banco Central vem sendo claro em seus comunicados ao atrelar a redução da Selic ao avanço das reformas no Congresso.

 Sem a reforma, a inflação ficaria entre 5% e 6%, sem maiores sustos. “O efeito maior seria nas expectativas do que no período atual. Não podemos esquecer que o país continua se recuperando de uma crise e os preços não têm mais forma para subir 10%”, explica Rosa.

 Marcelo Mello conta que o mercado financeiro tem consciência da pressão que o governo vem sofrendo para alterar o texto original da reforma da Previdência e já coloca as eventuais alterações nos preços. No entanto, os investidores contam com a aprovação de mudanças que garantam pelo menos 60% dos benefícios do textos original aos cofres do governo.