Ibovespa oscila entre queda de teles, Vale e elétricas e alta de bancos e Petrobras

Ações do banco Itaú sobem cerca de 3% e levou índice a registrar leves ganhos no início da sessão; já Vale cai com PMI de serviços chinês decepcionando, enquanto ações do setor de telecomunicações abrem em forte baixa

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Após a forte alta de ontem, seguindo os mercados internacionais e na expectativa pela pesquisa Ibope, o Ibovespa chegou a abrir com leves ganhos em meio a resultados de bancos nesta terça-feira (5), com as ações do Itaú Unibanco subindo forte após a divulgação de resultados.

Porém, as ações da Vale e elétricas, que registram baixa em meio ao noticiário negativo, e os papéis do setor de telecomunicações fizeram o índice voltar a registrar baixa, mas foram ofuscados pelas ações da Petrobras, que voltaram a subir mais de 1%. Às 10h38 (horário de Brasília), o índice registrava leve alta de 0,20%, a 56.749 pontos, em um movimento de forte oscilação nos primeiros minutos do pregão. Na máxima do dia, o índice chegou a subir 0,35% e, na mínima, chegou a cair 0,46%. 

O noticiário corporativo é bastante movimentado hoje. Em destaque, estão as ações do Itaú Unibanco (ITUB4), que registram alta de cerca de 2% após divulgar um lucro líquido recorrente atingiu R$ 4.973 milhões no segundo trimestre de 2014, com crescimento de 9,8% em relação ao trimestre anterior e de 37,3% em relação ao mesmo período do ano anterior. “O desempenho pode ser considerado, de fato, como a melhor performance do setor financeiro”, destaca a XP Investimentos.

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Por outro lado, as ações do setor de telefonia desabam hoje em meio ao comunicado divulgado pela empresa francesa Vivendi de que a Telefónica fez uma oferta pela sua subsidiária GVT no Brasil. Segundo a empresa, a proposta feita pela Telefónica envolve um negócio total de R$ 20,1 bilhões (cerca de 6,7 bilhões de euros). As ações da TIM Participações (TIMP3) caem 6,44% e da Vivo (VIVT4), cerca de 5%. 

A notícia fere as expectativas da Telecom Italia, dona da TIM Brasil. Rumores de ontem apontavam que a Telefónica entrou na disputa para evitar que a GVT caísse nas mãos da Telecom Italia, que vinha estudando a compra de operadoras brasileiras há meses.  

A oferta feita pela Telefônica para a aquisição da totalidade do capital social da brasileira GVT prevê o pagamento à vista de R$11,962 bilhões (60%), e o restante na forma de ações de emissão da companhia representativas de 12% do capital social desta após a aquisição da GVT.

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As ações do setor elétrico também caem forte na abertura deste pregão, após a notícia de que as distribuidoras terão de contar com dinheiro do próprio caixa para bancar as despesas com a compra de energia no mercado em junho, pelo menos temporariamente, com a demora do governo em fechar um acordo com os bancos e garantir um novo empréstimo para o setor elétrico. Destaque para os papéis de Eletropaulo (ELPL4, R$ 10,15, -2,22%), Copel (CPLE6, R$ 37,00, 0,96%) CPFL Energia (CPFE3, R$ 20,05, -1,96%) e Cemig (CMIG4, R$ 19,07, -1,65%). gasto deve atingir R$ 300 milhões e as empresas terão prazo entre quinta-feira, 07, e sexta-feira, 08, para pagar.

Diferentemente do adotado na liquidação de maio, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) não vai adiar o prazo do desembolso de junho. Um novo adiamento, apurou o Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, seria um sinal “muito ruim” para o mercado. Investidores, sobretudo estrangeiros, questionam as empresas sobre os rumos do setor, cada vez mais imprevisível e dependente de aportes emergenciais.

Os papéis da Vale também registram perdas, após os dados decepcionantes do PMI de serviços da China, que atingiu 50 pontos, ante 53,1 em junho, e ficou na linha que determina expansão e contração. Esta foi a leitura mais baixa desde novembro de 2005, quando os dados começaram a ser coletados, sugerindo que uma recuperação da economia segue sendo frágil e maior apoio governamental pode ser necessário.

Nos EUA, o dia também é de leve baixa. A agenda econômica do país traz a divulgação dos dados de pedidos às fábricas e o ISM Services.


As maiores baixas, dentre as ações que compõem o Índice Bovespa, são:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia
 TIMP3 TIM PART S/A ON 11,43 -6,85
 OIBR4 OI PN 1,37 -5,52
 VIVT4 TELEF BRASIL PN EJ 44,21 -4,37
 RSID3 ROSSI RESID ON 1,36 -2,16
 SANB11 SANTANDER BR UNT N2 15,18 -1,94

As maiores altas, dentre os papéis que compõem o Índice Bovespa, são:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia
 ITUB4 ITAUUNIBANCO PN ED 36,25 +2,20
 ITSA4 ITAUSA PN 9,69 +2,00
 MMXM3 MMX MINER ON 1,45 +1,40
 CSAN3 COSAN ON 37,90 +1,17
 SUZB5 SUZANO PAPEL PNA 8,70 +0,93

Europa em alta com balanços
Já na Europa, os índices registram leve alta, reagindo a temporada de resultados. Além disso, o PMI no Reino Unido mostrou expansão maior que o esperado do setor de serviços e ajudou a impulsionar os índices no continente. 

Enquanto isso, as vendas no varejo da zona do euro avançaram na taxa mais rápida em sete anos em junho, e duas vezes mais rápido que o esperado, graças a vendas fortes tanto de alimentos e produtos não alimentícios.

Na comparação com o mesmo período do ano passado, o volume de vendas no varejo nos 18 países que compartilham o euro saltou 2,4% após alta revisada para baixo de 0,6% em maio, crescimento mais forte desde março de 2007, segundo dados da agência de estatísticas da UE, Eurostat, nesta terça-feira.

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.