Ibovespa: mesmo com perdas no ano, índice é o 6º melhor dentre os pares globais no 3T

Contudo, Bolsa local apresenta recuo de 1,77% no ano, mesmo com valorização no 3º trimestre

Camille Bocanegra

Publicidade

O Ibovespa apresentou valorização de 6,4% no terceiro trimestre de 2024 (3T24). Em dólares, a valorização foi de 8,55% e esteve em sexto lugar dentre os 20 principais índices globais acompanhados pela Elos Ayta Consultoria. Com a alta, o índice quebra a tendência de queda dos últimos dois trimestres.


A consultoria destaca, ainda, que resultado foi impulsionado pela depreciação do dólar em 1,99% no período, o que potencializou os ganhos do índice brasileiro. Mas nem tudo é alegria para a bolsa brasileira. No acumulado do ano de 2024 até setembro, o Ibovespa não apresenta o mesmo ritmo e, em dólares, apresenta desvalorização de 12,71%. No apanhado local, o recuo foi de 1,77%.

4 pontos positivos e um “porém” para a alta

Para o Itaú BBA, o trimestre foi marcado por 4 pontos que justificam o movimento do índice no período. Como muito se tem falado, o início da flexibilização de juros nos EUA foi o fator mais esperado para mover a bolsa por aqui. Em segundo lugar, o banco destaca o fluxo estrangeiro no Brasil, com entrada de R$ 15,8 bilhões após pico de saída de R$ 44 bilhões. Além disso, o BBA comenta também a alta de commodities da China no final de setembro, que foi responsável pelas maiores altas de papéis no mês por aqui.

LISTA GRATUITA

Ações Fora do Radar

Garanta seu acesso gratuito a lista mensal de ações que entregou retornos 5x superior ao Ibovespa

O ponto contrário seria justamente uma piora nas perspectivas fiscais e monetárias domésticas. O desempenho foi especialmente puxado por exportadoras e financeiras. Mesmo com recuperação recente, a Vale (VALE3) trouxe contribuição negativa, devido ao peso que tem no índice.

China e Europa lideram os ganhos globais

No terceiro trimestre, o destaque global foi o FTSE China 50, que apresentou uma impressionante valorização de 27,08% em dólares, seguido pelo índice Hang Seng, de Hong Kong, com ganhos de 23,52%, e o BEL20, da Bélgica, que subiu 14,30%. “Esses resultados refletem uma recuperação mais robusta nas economias asiáticas, com ênfase na China, que continua implementando políticas de estímulo econômico. “Esses resultados refletem uma recuperação mais sólida nas economias asiáticas, especialmente na China, que segue incentivando políticas de estímulo econômico”, afirma o estudo da Elos Ayta.

O BBA reforça que países como Taiwan, Índia e China se destacam como “os 3 magníficos ” dentre os emergentes, sendo responsáveis pelo avanço de 107% no grupo no trimestre. O Brasil seria um dos principais detratores do grupo, mesmo com trimestre positivo.

Continua depois da publicidade

Por outro lado, os piores desempenhos no trimestre foram registrados por índices da América Latina. O IPyC, do México, liderou as perdas com uma queda de -7,04%, seguido pelo Msci Colcap, da Colômbia, com recuo de -5,54%, e o S&P Merval, da Argentina, que teve desvalorização de -1,08%. Esses resultados evidenciam os desafios macroeconômicos da região, como pressões inflacionárias e instabilidades políticas, explica a Elos Ayta.

No acumulado de 2024, o grande destaque foi o S&P Merval, da Argentina, que registrou uma valorização de 53,11%. O índice foi impulsionado por fatores locais, como a recuperação de setores chave da economia e o otimismo em relação às eleições presidenciais. A China também se destacou, com o FTSE China 50 subindo 34,65% no ano e o Hang Seng avançando 25,03%, refletindo uma recuperação mais acelerada em comparação às economias ocidentais.