Ibovespa interrompe sequência de altas e fecha em queda de 0,25%

Notícia de continuidade de programa de estímulos animou o mercado no meio do pregão, mas logo o benchmark da bolsa cedeu; giro financeiro registrou força

Lara Rizério

(Shutterstock)

Publicidade

*Atualizada às 19h35 (horário de Brasília)

SÃO PAULO – Ganhando forças após o desfecho da reunião do Federal Reserve, o Ibovespa engatou alta no meio da sessão, mas logo perdeu forças e registrou perdas até no final do pregão. Com isto, o Ibovespa fechou em baixa de 0,25%, aos 59.474 pontos, interrompendo uma sequência de três altas.

O giro financeiro foi forte, de R$ 15,53 bilhões, inflado pelo vencimento de opções sobre o Ibovespa Futuro, além da estreia do fundo imobiliário do Banco do Brasil (BBAS3), que movimentou R$ 366,3 milhões.

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Às 15h30, o Fomc (Federal Open Market Committee), semelhante ao Copom (Comitê de Política Monetária) brasileiro, revelou que a autoridade monetária dará continuidade às compras de US$ 40 bilhões por mês em papéis lastreados em hipotecas. Adicionalmente, o Fomc anunciou um programa de US$ 45 bilhões mensais destinados à compra de títulos de longo prazo do Tesouro, em uma tentativa de reduzir a taxa de desemprego no país. O programa entra em efeito em janeiro.

No fim deste ano expirará a Operação Twist, onde o banco central troca US$ 45 bilhões em títulos de curto prazo por outros de longo prazo. A autoridade monetária também revelou que as taxas de juros continuarão baixas enquanto a taxa de desemprego permanecer acima de 6,5%, desde que a inflação projetada para um a dois anos não ultrapasse os 2,5% e as expectativas inflacionárias permanecerem ancoradas. Antes, os juros baixos continuariam até meados de 2015.

Altas e baixas 
Os destaques do índice ficam por conta da B2W Varejo (BTOW3, R$ 19,00, +7,10%) e Marfrig (MRFG3, R$ 4,88, +3,43%). Do lado oposto, estiveram os papéis preferenciais da Usiminas (USIM3USIM5) com baixa de 3,95%, aos R$ 12,15 para os papéis PNA. Um pouco mais distante aparecem as ações ordinárias da siderúrgica, com queda de 2,88%, sendo cotadas a R$ 13,13. As ações da LLX (LLXL3; R$ 2,23, -3,46%) também registraram expressiva baixa. 

Continua depois da publicidade

As maiores baixas, dentre as ações que compõem o Índice Bovespa, foram:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 USIM5 USIMINAS PNA 12,15 -3,95 +20,47 96,18M
 LLXL3 LLX LOG ON 2,23 -3,46 -33,83 50,00M
 USIM3 USIMINAS ON 13,13 -2,88 -23,12 12,04M
 MRVE3 MRV ON 11,45 -2,55 +11,28 55,60M
 JBSS3 JBS ON 5,54 -2,29 -8,88 30,37M

As maiores altas, dentre os papéis que compõem o Índice Bovespa, foram:

 Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 BTOW3 B2W VAREJO ON 19,00 +7,10 +111,11 70,28M
 MRFG3 MARFRIG ON 8,45 +3,43 -1,05 73,38M
 VAGR3 V-AGRO ON 0,37 +2,78 +22,44 17,57M
 RSID3 ROSSI RESID ON 4,72 +2,16 -37,57 66,73M
 BRFS3 BRF FOODS ON 40,70 +1,75 +12,18 107,18M

As ações mais negociadas, dentre as que compõem o índice Bovespa, foram :

 Código Ativo Cot R$ Var % Vol1 Neg 
 VALE5 VALE PNA 38,38 +0,52 731,20M 37.972 
 PETR4 PETROBRAS PN 19,85 -0,70 637,71M 38.704 
 OGXP3 OGX PETROLEO ON 4,73 +0,64 272,37M 26.785 
 ITUB4 ITAUUNIBANCO PN ED 32,86 -0,39 246,58M 19.595 
 AMBV4 AMBEV PN 88,00 -0,40 241,34M 7.428 
 BBDC4 BRADESCO PN EJ 35,84 +0,11 221,73M 20.236 
 VALE3 VALE ON 39,40 +1,03 216,46M 17.585 
 PETR3 PETROBRAS ON 20,06 -0,89 180,22M 17.924 
 BVMF3 BMFBOVESPA ON 13,69 -0,80 174,46M 22.055 
 BBAS3 BRASIL ON 23,20 +0,87 156,23M 14.365 

* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)
 

Bernanke discursa
Ainda no cenário norte-americano, destaque para o discurso do presidente do Federal Reserve, Ben Bernanke, afirmando que alcançar taxas de desemprego menores e a atual taxas de juros não levarão, necessariamente, a maiores taxas de juros no futuro. Bernanke afirmou ainda que os novos programas anunciados pelo Fomc não levarão a mudanças nas perspectivas para o cenário mais a frente, em 2015.

Segundo o presidente do Fed, as novas medidas do Fed ajudarão a melhorar a combinação com o público, fazendo com que potenciais mudanças na economia possam levar a alterações em como o mercado precifica as possíveis atuações da autoridade monetária, sem que haja uma confirmação da própria para tanto. Com relação à economia dos EUA, Bernanke afirmou que o “fiscal cliff” segue como um dos maiores riscos e afirmou que “agirá pesado” caso nenhum acordo seja firmado até o final do ano. 

União bancária
Na zona do euro, os ministros de Finanças da União europeia reúnem-se nesta quarta, em Bruxelas, para tentar chegar a um compromisso sobre o mecanismo único de supervisão bancária.

Na Itália, o primeiro-ministro fará um pronunciamento, o qual pode dar alguma pista sobre o futuro político do país. Cabe lembrar que, no fim de semana, o premiê anunciou sua saída do cargo logo que o Parlamento aprovar o orçamento para 2013.

Agenda de indicadores
Do lado econômico, as encomendas de máquinas no Japão cresceram em outubro pela primeira vez em três meses. O indicador subiu 2,6% na comparação mensal, mas ficou abaixo do previsto pelos analistas de alta de 3%.

Na zona do euro, a produção industrial recuou 1,4% em outubro, depois de uma queda de 2,3% em setembro. A agenda ainda reserva números sobre o fluxo cambial no Brasil.

Nos EUA, os preços de bens importados e exportados apresentaram queda em novembro. O primeiro recuou 0,7%, enquanto o segundo caiu 0,2%. No final da tarde, o Departamento do Tesouro norte-americano publicará dados sobre o orçamento mensal do país.

Bolsas Internacionais
O índice Nasdaq Composite, que concentra as ações de tecnologia norte-americanas , fechou em leve baixa de 0,28% e atingiu 3.014 pontos, seguindo esta tendência, o índice Dow Jones desvalorizou-se 0,02% a 13.245 pontos. Por outro lado, a S&P 500, que engloba as 500 principais empresas norte-americanas, fechou em leve alta de 0,04% atingindo 1.428 pontos.

Na Europa, o índice FTSE 100 da bolsa de Londres registrou leve alta de 0,35% e atingiu 5.946 pontos; no mesmo sentido, o índice DAX 30 da bolsa de Frankfurt valorizou-se 0,33% a 7.615 pontos. Por outro lado, o CAC 40 da bolsa de Paris fechou em leve alta de 0,01%, atingindo 3.647 pontos.

Dólar
O dólar comercial fechou em baixa de 0,11% e terminando a R$ 2,0754 na venda.

Renda Fixa
O contrato de juros de maior liquidez nesta quarta-feira, com vencimento em janeiro de 2013, fechou aos 7,04%, com queda de 0,03 ponto percentual em relação à sessão anterior.

No mercado de títulos da dívida externa, o título brasileiro mais líquido, o Global 40, fechou em queda de 0,04%, a 126,66% do valor de face. Já o indicador de risco-País fechou com queda de três pontos-base, aos 148 pontos ante 151 pontos da sessão anterior, registrando baixa de 1,99%.

Agenda da próxima sessão
Na agenda doméstica da próxima quinta-feira (13), teremos um indicador relevante. O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) apresenta a Pesquisa Mensal do Comércio de outubro, que acompanha a evolução da atividade comercial no Brasil, com indicadores calculados para cada região do País.

Já nos EUA, a agenda estará cheia. Haverá o número de pedidos de auxílio-desemprego (Initial Claims), em base semanal. Enquanto isso, o Departamento de Trabalho publica os números do PPI (Producer Price Index) e de seu núcleo, que descrevem os preços praticados por produtores durante o mês de novembro. Confira o indicador Retail Sales referente ao mês de novembro, que mede as vendas totais do mercado varejista, desconsiderando o setor de serviços. Já o Retail Sales ex-auto ignora as vendas de automóveis. Por fim, o Business Inventories compreende o nível de vendas e de estoques das indústrias, além dos setores de atacado e varejo durante o mês outubro.

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.