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O Ibovespa iniciou com tração a última semana completa do ano, antes das pausas para Natal e Réveillon, intervalos que costumam reduzir a liquidez dos negócios. Em alta pela quarta sessão consecutiva, o Ibovespa tocou os 163 mil pontos na máxima de hoje, reaproximando-se gradualmente dos recordes intradia (165 mil) e de fechamento (164 mil), renovados no começo de dezembro, em série de picos que retroagem ao fim de outubro.
No encerramento desta segunda-feira, 15, marcava 162.481,74 pontos, com avanço de 1,07%, entre 160.766,37 e 163.073,14 pontos na sessão, em que saiu de abertura no nível correspondente à mínima do dia. O giro ficou em R$ 23,6 bilhões nesta abertura da semana. No ano, o Ibovespa sobe 35,08%, em alta de 2,14% no mês.
O desempenho desta segunda-feira contou com apoio consistente do setor financeiro, o de maior peso na composição do índice da B3. Os ganhos, entre os maiores bancos, chegaram a 3,10% (Santander Unit) no fechamento. Principal papel do segmento, Itaú PN subiu 1,51%. Entre as demais blue chips, o dia foi misto para Petrobras (PETR3, ON -0,18%, PETR4, PN +0,35%) e moderadamente positivo para Vale (VALE3; ON +0,61%), a ação de maior peso no Ibovespa. Na ponta ganhadora do índice, Rede D’Or (RDOR3, +4,71%), à frente de ISA Energia (ISAE4, +4,49%) e Hapvida (HAPV3, +4,01%). No lado oposto, Assaí (ASAI3, -2,56%), Azzas (AZZA3, -2,40%) e Braskem (BRKM5, -2,39%).
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Matthew Ryan, head de estratégia de mercado da Ebury, destaca que a semana reserva dados importantes dos Estados Unidos, ainda divulgados com atraso em razão da longa suspensão de serviços federais – o chamado shutdown – entre outubro e parte de novembro. Assim, ele destaca em especial o relatório oficial sobre o mercado de trabalho dos Estados Unidos, em novembro, que será conhecido nesta terça – normalmente, o payroll costuma ser divulgado às sextas-feiras. A divulgação, segundo ele, ganha importância extra, pelo momento “divergente” entre as políticas monetárias de alguns dos principais BCs do mundo.
“Enquanto o Federal Reserve continua a cortar as taxas, espera-se que o Banco do Japão aumente os juros na sexta-feira. E, na quinta-feira, o BCE Banco Central Europeu manterá as taxas e o Banco da Inglaterra as cortará no mesmo dia”, prevê Ryan.
Para Rachel de Sá, estrategista de investimentos da XP, houve uma virada de chave, especialmente na última semana, com relação ao foco do mercado desde o exterior, de uma perspectiva mais macro – em cima dos sinais relativamente ‘dovish’ do Federal Reserve – para preocupações micro, em razão dos temores em torno do segmento de IA, que têm exigido grandes investimentos de players importantes do setor de tecnologia, alimentando ainda a visão de que haja uma bolha em formação nesses ativos.
Aqui, na agenda doméstica, destaque para o Boletim Focus, que tem trazido, semanalmente, quedas consistentes nas projeções de inflação do mercado, que corroboram a expectativa por Selic mais baixa no primeiro trimestre de 2026, aponta Rubens Cittadin Neto especialista em renda variável da Manchester Investimentos. “A expectativa para a inflação neste ano recuou pela quinta semana consecutiva, passando de 4,40% para 4,36% abaixo do teto da meta. Para 2026, a estimativa caiu para 4,10%”, diz Andressa Bergamo, sócia-fundadora da AVG Capital.
“Os cortes de juros nos Estados Unidos também têm sido um fator de estímulo para o apetite por ações no Brasil”, acrescenta Cittadin, da Manchester, em referência indireta ao carry trade, que favorece o fluxo externo, inclusive para Bolsa, em razão do diferencial crescente entre os juros no Brasil e nos Estados Unidos.