Ibovespa ganha força e sobe 1% com exterior após fala de dirigente do Fed

Os destaques do mercado na sessão desta sexta-feira (21)

Lara Rizério

Bandeira dos Estados Unidos

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SÃO PAULO – Seguindo os principais índices norte-americanos, o Ibovespa ganhou força na tarde desta sexta-feira (21) após o presidente do Federal Reserve de Nova York indicar que a autoridade pode rever sua política monetária em 2019. Mais cedo, o índice brasileiro já tinha ganhado força após uma bateria de indicadores nos EUA.

Às 13h39 (horário de Brasília), o benchmark da bolsa tinha alta de 1,16%, aos 86.254 pontos, enquanto o dólar comercial avançava 0,35%, cotado a R$ 3,8657 na venda. O dólar futuro com vencimento em janeiro, por sua vez, tinha alta de 0,73%, a R$ 3,870.

O presidente do Fed de Nova York, John Williams, afirmou que o banco central norte-americano poderia reavaliar sua política de juros e a redução do balanço em 2019 se a economia desacelerar. Ele disse também que o Fed está ouvindo o mercado, mas ainda acha que a economia dos EUA está forte.

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Segundo o dirigente, o guidance de alguns aumentos graduais das taxas de juros não é um compromisso ou uma promessa, e o banco central ajustará seus pontos de vista com base em dados e perspectivas.

Enquanto isso, as taxas dos principais contratos de juros futuros voltaram a cair na esteira do IPCA-15, que mostrou deflação de 0,16% em dezembro ante expectativa de deflação de 0,12%. O vencimento em janeiro de 2021 recua 1 ponto-base, a 7,38%, enquanto o de vencimento em janeiro de 2023 tem queda de 4 pontos-base, a 8,59%.

No exterior, o PIB dos EUA cresceu à taxa anualizada de 3,4% no terceiro trimestre em relação aos três meses imediatamente anteriores, apontou o Departamento do Comércio do país. O resultado foi praticamente em linha com as projeções de analistas, de crescimento de 3,5%.

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Já os gastos dos consumidores (PCE, na sigla em inglês) cresceram mais rápido que os rendimentos em novembro. Os gastos do consumidor subiram 0,4% em novembro, após um ganho de 0,8% no mês anterior. Enquanto isso, o rendimento avançou 0,2% depois de um ganho de 0,5% em outubro.

Já os pedidos de bens duráveis tiveram recuperação e subiram 0,8% em novembro, após uma forte queda de 4,3% no mês anterior, ficando em linha com o que esperavam os economistas.

Apesar da alta de mais de 1%, o mercado segue apreensivo com a possibilidade de um shutdown (paralisação) parcial nos Estados Unidos em meio a um impasse no Congresso sobre recursos que o presidente Donald Trump exige para a construção de um muro na fronteira com o México. Esse temor soma-se às tensões comerciais com a China.

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As bolsas europeias tiveram queda também de olho nos EUA, em meio ao sentimento negativo do mercado desde a última reunião do Fomc, que não apenas elevou seus juros básicos pela quarta vez este ano, como previu mais dois aumentos das taxas para 2019. Antes disso, os mercados vinham precificando a hipótese de o Fed dar uma pausa no aperto de sua política monetária no próximo ano.

A perspectiva de mais altas de juros nos EUA reforça preocupações com a tendência de desaceleração da economia global. Na Europa, foram divulgados mais cedo indicadores na França e Alemanha. O Produto Interno Bruto (PIB) francês foi revisado para baixo, passando a mostrar crescimento de 0,3% no terceiro trimestre de 2018 ante o segundo. 

O petróleo chegou a subir nesta manhã, mas logo virou para queda em meio a preocupações sobre a economia global.

Noticiário corporativo

No radar corporativo, a Petrobras estuda alternativas para seguir com desinvestimentos “conforme a legislação vigente e em respeito aos limites da liminar” do do ministro Marco Aurélio Mello. A estatal também pré-pagou financiamento com BNDES, Citibank e toma novo financiamento com Citibank, BofA.

Já a Reuters informou que a estatal suspendeu a comercialização de combustíveis com as gigantes internacionais do setor Glencore, Trafigura e Vitol, após nova fase da Lava Jato anunciar no início do mês que as empresas são suspeitas de participar de esquema de corrupção envolvendo funcionários da petroleira.

A Embraer informou que tomará medidas para reverter liminar de acordo com a Boeing, a Cemig quer exercer direito de preferência por fatia Centroeste e a Guararapes aprovou a conversão da totalidade das ações para ON.

As maiores altas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 MRVE3 MRV ON ED 11,97 +12,60 +2,61 47,65M
 EMBR3 EMBRAER ON 21,37 +5,01 +7,42 47,56M
 LREN3 LOJAS RENNERON 41,06 +3,92 +16,50 35,85M
 RENT3 LOCALIZA ON EJ 28,97 +3,32 +32,36 43,79M
 JBSS3 JBS ON 11,76 +3,16 +20,52 17,99M

As maiores baixas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 ELET6 ELETROBRAS PNB 26,06 -3,27 +14,80 38,55M
 ELET3 ELETROBRAS ON 22,43 -2,90 +15,98 49,44M
 SMLS3 SMILES ON 44,95 -1,60 -37,67 6,01M
 CPLE6 COPEL PNB 30,87 -1,53 +24,23 15,51M
 ABEV3 AMBEV S/A ON EJ 15,01 -1,31 -27,16 195,69M
* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)

Noticiário político
Em destaque no noticiário político, o Valor Econômico informa que, sob grande pressão de setores do agronegócio desde a campanha, o presidente eleito, Jair Bolsonaro, já sinalizou a interlocutores que apoia a aprovação, no próximo ano, de projeto de lei (9.525/2017) no Congresso que concede perdão total das dívidas acumuladas por produtores rurais e agroindústrias com o Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural (Funrural). Essa medida deve ter um impacto da ordem de R$ 17 bilhões aos cofres públicos, pelas contas da Receita Federal.

Também no radar, PDT, PCdoB e PSB oficializaram a formação de um bloco de oposição na Câmara ao governo Jair Bolsonaro, a partir do ano que vem. O bloco isola o PT, legenda derrotada no segundo turno da eleição presidencial. Em declarações anteriores, parlamentares desses três partidos criticaram a ideia de o PT ter hegemonia na oposição a Bolsonaro.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.