Ibovespa ganha força com disparada da Vale e sobe 3%; dólar volta a R$ 3,96

Mercado opera no positivo impulsionado pelo desempenho das bolsas no exterior após corte do compulsório chinês ofuscar PMIs negativos no país

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – O Ibovespa ganha força na tarde desta terça-feira (1) acompanhando o desempenho das bolsas europeias e norte-americanas. Lá fora, o corte do compulsório anunciado ontem na China se sobrepôs a qualquer pessimismo que pudesse vir dos dados fracos na maior economia da Ásia e fez com que os índices acionários se mantivessem em alta. A queda na taxa de desemprego na zona do euro também contribui para o alívio desta sessão. Por aqui, o mercado fica de olho na audiência pública sobre a prestação de contas da presidente Dilma Rousseff em 2014 e na possibilidade de executivos da Odebrecht começarem uma delação premiada. 

Às 14h09 (horário de Brasília), o benchmark da Bolsa brasileira subia 3,05%, a 44.091 pontos. Já o dólar comercial vira novamente para queda de 1,38% a R$ 3,9484 na venda, enquanto o dólar futuro para abril registra perdas de 2,05% a R$ 3,972. No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2017 tem queda de 10 pontos-base a 14,08%, ao passo que o DI para janeiro de 2021 cai 13 pontos-base a 15,50%. 

empreiteiro Marcelo Odebrecht deu sinal verde para que diretores e ex-executivos da Odebrecht façam delação premiada. Ele não apresentou resistência ao ser informado que eles estudam colaborar com a Justiça. Contudo, Marcelo resiste em ser ele mesmo um delator. Segundo uma fonte que conviveu com ele nos últimos anos e ouvida pela colunista Mônica Bergamo afirmou que, se um dia ele viesse a assinar acordo de delação, não seria seletivo. Ou seja, não falaria apenas sobre o PT. 

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Ações em destaque
As ações da Vale (VALE3, R$ 12,76, +8,04%; VALE5, R$ 9,07, +5,96%) sobem impulsionadas pela alta do minério de ferro. A commodity spot com 62% de pureza e entrega no porto de Qingdao subiu 3,7% a US$ 51,44 a tonelada seca. No radar da mineradora, o acordo entre Samarco, joint venture entre a Vale e a BHP Billiton, e as autoridades brasileiras foi adiado para quarta-feira à espera de documento das sócias, disse uma pessoa com conhecimento direto do assunto à Bloomberg.

As maiores altas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 OIBR4 OI PN 1,34 +10,74 -31,28 3,75M
 VALE3 VALE ON 12,73 +7,79 -2,30 74,62M
 RUMO3 RUMO LOG ON 2,82 +7,22 -54,81 7,14M
 VALE5 VALE PNA 9,07 +5,96 -11,51 200,69M
 CSNA3 SID NACIONALON 5,50 +5,77 +37,50 17,02M

Os papéis da Petrobras (PETR3, R$ 7,29, -0,82%; PETR4, R$ 5,17, +0,58%), por sua vez, zeram ganhos após o petróleo sair do terreno positivo. O barril do WTI (West Texas Intermediate) tem leve variação negativa de 0,03% a US$ 33,74 ao mesmo tempo em que o barril do Brent vira para queda de 0,88% a US$ 36,25. Além disso, de acordo com informações da Bloomberg, a companhia pode deixar mercado de títulos de lado após o empréstimo chinês de US$ 10 bilhões anunciado na sexta-feira. A equipe de análise da XP Investimentos lembra que isso ajuda a companhia no curto prazo, 2016, mas não resolve o problema de alavancagem e elevado endividamento da companhia.

As maiores baixas dentre as ações que compõem o Ibovespa são:

Cód. Ativo Cot R$ % Dia % Ano Vol1
 FIBR3 FIBRIA ON 42,80 -2,73 -17,52 35,26M
 BRKM5 BRASKEM PNA 25,06 -1,73 -9,27 21,14M
 SUZB5 SUZANO PAPELPNA 16,33 -1,03 -12,63 41,25M
 PETR3 PETROBRAS ON 7,29 -0,82 -14,94 63,84M
 BRML3 BR MALLS PARON 13,40 -0,45 +20,72 19,58M
* – Lote de mil ações
1 – Em reais (K – Mil | M – Milhão | B – Bilhão)

Por outro lado, caem as ações de Fibria (FIBR3, R$ 42,80, -2,73%) e Suzano (SUZB5, R$ 16,32, -1,09%). As duas produtoras de papel e celulose possuem perfil exportador e, portanto, são prejudicadas quando há uma queda do dólar, já que ela significa uma redução nas receitas das duas companhias. 

Lula
O ex-presidente entrou com um habeas corpus preventivo na última segunda-feira para não ser conduzido ao Ministério Público de São Paulo. Segundo a assessoria de imprensa do Instituto Lula, ele protocolou o HC junto com as explicações escritas a respeito da investigação sobre o seu suposto triplex e não irá falar em audiência por conta de infrações cometidas pelo MP. Entre elas, a falta de distribuição da representação criminal a um promotor de justiça da área e um suposto prejulgamento ou antecipação de juízo de valor por causa da entrevista que o promotor Cássio Roberto Conserino concedeu à revista Veja manifestando que iria denunciar Lula e sua esposa, Marisa Letícia, sem que a investigação estivesse concluída e sem ter dado oportunidade de manifestação ao casal. 

PMI Brasil
O Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) medido pelo HSBC mostrou uma queda da atividade da indústria brasileira para 44,5 pontos em fevereiro. 

Reunião do Copom (1º dia)
Começa hoje a reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), que definirá amanhã qual será a taxa de juros do Brasil. As expectativas são de que haja uma manutenção da Selic em 14,25%, mas o comunicado pode dar novas indicações para o futuro. Em relatório, o Itaú Unibanco projeta que por conta da inflação surpreendendo para cima nos últimos meses e da recessão severa, o Banco Central não poderá elevar os juros por enquanto, mas com o arrefecimento da inflação no fim do ano, devemos fechar 2016 com Selic a 12,75%

Pedaladas fiscais
O ministro do TCU (Tribunal de Contas da União) Augusto Nardes e o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, participam de audiência pública sobre a prestação de contas da presidente da República no exercício de 2014. Em questão, as manobras contábeis que ficaram conhecidas como ‘pedaladas fiscais’, segundo a Agência Senado. A audiência está marcada para 15h00.

China divulga PMIs
O PMI oficial caiu para 49,0 em fevereiro ante 49,4 em janeiro e abaixo da marca de 50 que separa crescimento de contração. Economistas consultados pela Reuters esperavam queda para 49,3. Já o PMI de indústria do Caixin/Markit, que foca mais em empresárias privadas pequenas e médias, mostrou que a atividade contraiu pelo 12º mês seguido. O índice caiu para 48,0, abaixo da expectativa de 48,3 e do dado de janeiro de 48,4. Por sua vez, o PMI oficial de serviços da China caiu de 53,5 em janeiro para 52,7 em janeiro, ainda em território de expansão mas a leitura mais fraca desde o final de 2008.

Super-terça nos EUA
Acontece nesta terça a chamada “Super Terça” das eleições norte-americanas, quando 12 estados realizarão suas primárias. O evento pode levar os investidores a entrar em pânico sobre quem será o candidato presidencial de cada partido, segundo a NBC News. O mercado tenta aproveitar esta data para tentar realmente começar a projetar a disputa de novembro, com a proximidade de uma definição sobre cada candidato. De acordo com a publicação, a tendência neste dia é de forte oscilação das ações, com os papéis caindo no início do dia, para depois iniciarem uma recuperação, deixando o mercado sem direção definida. Tudo isso porque os investidores tendem a se proteger mais e evitarem qualquer posição antes de uma definição sobre a disputa eleitoral.

Cenário externo
As bolsas chinesas subiram nesta terça-feira após o banco central do país cortar a taxa de compulsório bancário na segunda-feira, em seu esforço mais recente para sustentar a economia. O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, avançou 1,85%, enquanto o índice de Xangai teve alta de 1,71%.

Porém, os ganhos foram limitados pelos PMIs decepcionantes dos setores de indústria e serviços, que destacaram os desafios enfrentados pela segunda maior economia do mundo. No restante do continente, as ações também foram impulsionadas pelo afrouxamento monetário na China junto às pesquisas fracas do país, aumentando as esperanças de medidas de estímulos adicionais.

O japonês Nikkei fechou em alta de 0,37%, enquanto Hang Seng subiu 1,55%. Na Europa, o dia também é de ganhos, revertendo baixa da abertura. O FTSE sobe 0,59%, o DAX tem ganhos de 1,24% e o CAC 40 tinha ganhos de 0,49%. Entre os dados econômicos, a taxa de desemprego na zona do euro caiu de 10,4% em dezembro para 10,3% em janeiro, no seu nível mais baixo desde agosto de 2011. 

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.