Ibovespa Futuro tem leve queda com tensão sobre EUA-China, Hong Kong e monitorando noticiário político

Incertezas sobre acordo comercial entre EUA-China voltam a gerar aversão ao risco, enquanto investidores seguem de olho na repercussão de Lula solto

Lara Rizério

(Shutterstock)

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SÃO PAULO – O Ibovespa Futuro tem uma sessão de leve queda nesta segunda-feira (11), enquanto o dólar opera perto da estabilidade, com os investidores acompanhando o desenrolar das negociações entre EUA e China, após o revés no otimismo por conta da mudança no discurso do presidente americano Donald Trump, que negou a reversão total das tarifas já impostas dentro da guerra comercial.

Essa revisão é um dos desejos de Pequim para fechar a primeira fase do acordo comercial entre as duas maiores economias globais, porém a possibilidade enfrenta oposição interna na Casa Branca e de consultores externos, diz a Reuters.

O investidor monitora ainda o noticiário político nacional. Na última sexta-feira (8), o Ibovespa registrou queda de 1,78% e o dólar foi para R$ 4,17 acompanhando, além do noticiário internacional, a soltura do ex-presidente Lula. Em discurso no sábado, o petista atacou o presidente Jair Bolsonaro, afirmando que ele deveria “governar para o povo brasileiro e não para milicianos”.

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Às 9h07 (horário de Brasília), o contrato futuro com vencimento em dezembro registrava queda de 0,44%, a 107.425 pontos, enquanto o dólar com vencimento no mesmo mês tinha queda de 0,07%, a R$ 4,165.

Nos Estados Unidos, o feriado do Dia dos Veteranos reduz a liquidez, mas os mercados acionários estão abertos. Por lá, a semana marca o encerramento da safra de resultados corporativos, com destaque para os resultados de Walmart e Cisco.

Até o momento, nesta temporada, das 435 empresas do S&P 500 que divulgaram resultado, 73% delas superaram as estimativas de ganhos e 57% de vendas, de acordo com o The Earnings Scout, cita a CNBC.

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Ainda no front externo, o cenário é contaminado pelo aumento das tensões políticas em Hong Kong. Manifestantes ficaram feridos depois que a polícia local abriu fogo contra um grupo, enquanto no final de semana três parlamentares pró-democracia foram presos.

Entre os indicadores na Ásia, destaque para a inflação ao consumidor da China que decolou em outubro ao nível mais alto em mais de sete anos, aquecida por uma disparada contínua dos preços de carne de porco.

O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) subiu 3,8% em outubro em relação a igual mês do ano passado, comparado com um aumento de 3,0% em setembro.

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A principal leitura da inflação ficou mais alta que a mediana das projeções de economistas consultados pelo Wall Street Journal, de aumento de 3,5%.

Na Europa, o Produto Interno Bruto (PIB) do Reino Unido cresceu 0,3% no terceiro trimestre ante o trimestre anterior. Analistas consultados pela FactSet previam alta um pouco maior, de 0,4%.

Com o avanço, porém, a economia britânica evitou cair numa recessão, uma vez que havia encolhido 0,2% no segundo trimestre ante os três meses anteriores. Na comparação anual, o PIB do Reino Unido teve expansão de 1% entre julho e setembro, a mais fraca desde o primeiro trimestre de 2010.

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Entre as commodities, o preço do minério de ferro recuava 2,3% nos contratos futuros de Dalian. O petróleo também opera em baixa, em meio aos receios de excesso de oferta.

Focus

O Focus manteve a projeção para o PIB de 2019 em 0,92%, enquanto que, depois de sete semanas estacionada em 2,00%, a mediana das projeções do mercado para o crescimento da economia brasileira em 2020 mostrou alta, para 2,08%.

A mediana das projeções para a inflação oficial em 2019 voltou a subir, de 3,29% para 3,31%. Para 2020, o ponto-médio das expectativas para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) manteve-se em 3,60%.

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Os juros futuros têm uma sessão de movimentos mistos: enquanto o contrato com vencimento em janeiro de 2021 tem leve queda de 1 ponto-base, a 4,56%, os de vencimento em 2023 têm leve alta de 1 ponto-base, a 5,69%.

Noticiário corporativo

O noticiário corporativo traz a recompra de até 4,9 milhões de ações aprovada pelo Conselho da IMC, enquanto a Marisa contratou bancos para potencial oferta de ações e a BR Properties define oferta de ações de até R$ 996 milhões. No radar de recomendações, Locamerica teve a recomendação reduzida para marketperform pelo BB Investimentos.

No radar de balanços, Alpargatas lucrou R$ 58,5 milhões, a Tecnisa teve prejuízo de R$ 52,1 milhões. A safra de resultados corporativos ingressa em sua última semana com as divulgações hoje dos balanços da Eletrobras, BR Distribuidora, Marfrig, Cosan, Yduqs, Rumo, Sanepar, CPFL, São Martinho, Enauta e Biotoscana.

Ainda no radar de empresas, a Hapvida acertou a compra do HCP por R$ 16 milhões e a General Shopping propôs grupamento de 36 ações para 1.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.