Ibovespa Futuro tem leve queda com guerra comercial e dados ruins da Europa

Cenário externo pesa novamente em semana que já começa com a partida do presidente Bolsonaro para a ONU

Ricardo Bomfim

Publicidade

SÃO PAULO – O Ibovespa Futuro abre em leve baixa nesta segunda-feira (23) em meio a pressões do cenário externo. No final do domingo, o Ministério do Comércio da China se apressou em dizer que foram mantidas conversas comerciais “construtivas” em Washington apesar da delegação chinesa ter desistido de visitar fazendas americanas. 

A desistência se deu logo depois do presidente dos EUA, Donald Trump, afirmar que quer um acordo “completo” com a China, não um que inclua apenas o agronegócio. Isso também gerou preocupações porque já se tem falado muito em um acordo provisório antes das eleições presidenciais americanas de 2020. 

Às 09h05 (horário de Brasília) o contrato futuro do Ibovespa para outubro recua 0,16% a 104.750 pontos, enquanto o dólar futuro com o mesmo vencimento registra ganhos de 0,11% a R$ 4,156. 

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2020 cai um ponto-base a 5,09%, o DI para janeiro de 2021 fica estável a 4,97% e o DI para janeiro de 2023 tem queda de dois pontos-base a 6,06%.  

Hoje haverá novos discursos de membros do Federal Reserve, como o presidente do Fed de Nova York, John Williams, o presidente do Fed de Saint Louis, James Bullard e a presidente do Fed de San Francisco, Mary Daly. 

O presidente Jair Bolsonaro embarca hoje para Nova York, onde amanhã fará o discurso de abertura da 74ª Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU).

Continua depois da publicidade

Relatório Focus

Instituições financeiras reduziram, pela sétima vez seguida, a estimativa para a inflação neste ano. De acordo com pesquisa do Banco Central (BC) ao mercado financeiro, a previsão para a inflação, calculada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), deste vez, passou de 3,45% para 3,44%, em 2019.

Para 2020, foi mantida em 3,80%. A previsão para os anos seguintes também não teve alterações: 3,75%, em 2021, e 3,50%, em 2022.

A previsão para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) – a soma de todos os bens e serviços produzidos no país – foi mantida em 0,87% em 2019.

As estimativas para os anos seguintes também não foram alteradas: 2%, em 2020; e 2,50%, em 2021 e 2022.

A previsão para a cotação do dólar ao fim deste ano subiu de R$ 3,90 para R$ 3,95 e, para 2020, foi mantida em R$ 3,90.

Bolsas Internacionais

No exterior, as bolsas europeias operam em queda generalizada em meio aos dados econômicos ruins na região. Entre os indicadores, o índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) composto da zona do euro, caiu de 51,9 em agosto para 50,4 em setembro, atingindo o menor nível desde junho de 2013, segundo dados preliminares da IHS Markit. O resultado frustrou analistas consultados pelo The Wall Street Journal, que previam alta marginal do PMI composto a 52.

Apenas o PMI industrial da zona do euro diminuiu de 47 em agosto para 45,6 em setembro, tocando o menor patamar em 83 meses e se afastando mais da barreira de 50, o que indica contração mais acentuada da manufatura. Neste caso, a previsão de economistas era de leve aumento a 47,2.

Já o PMI de serviços do bloco recuou de 53,5 para 52 no mesmo período, no menor nível em oito meses e vindo abaixo da projeção do mercado, de ligeira redução a 53,3.

Reforçando o sentimento negativo do mercado, a operadora britânica de turismo Thomas Cook entrar em colapso, diante do fracasso da tentativa de obter recursos para superar uma grave crise financeira. Mais de 600 mil viagens foram canceladas, e há cerca de 150 mil turistas fora do Reino Unido que terão de ser resgatados pelo governo do país.

A Autoridade de Aviação Civil do Reino Unido confirmou que a Thomas Cook encerrou as operações, o que implica na paralisação das atividades de quatro companhias áreas e na dispensa de 21 mil funcionários em 16 países. Na sexta-feira, a companhia informou que buscava obter 200 milhões de libras esterlinas (R$ 1 bilhão) para seguir operando. As negociações com acionistas e credores, no entanto, fracassaram.

Noticiário Corporativo

A Huawei Technologies e China Mobile estão explorando uma parceria para entrar na disputa pela Oi, informou o jornal O Globo no final de semana, mas sem citar como obteve a informação. Um porta-voz da Oi não quis comentar a informação do Globo. Huawei negou interesse em comprar Oi ou qualquer tele no Brasil, segundo informou a Reuters, citando email enviado pela empresa.

A Petrobras informou que celebrou contrato de cessão de direitos creditórios permitindo a antecipação de cerca de R$ 8,4 bilhões dos recebíveis da Eletrobras reconhecidos nos instrumentos de assunção de dívidas referentes à integralidade das dívidas confessadas em 2014 pelo Sistema Eletrobras, com vencimento original até janeiro de 2025.

A Usiminas informou que fará a emissão de debêntures no montante de até R$ 2 bilhões. Segundo a empresa, os recursos obtidos com a oferta serão destinados ao pré-pagamento de dívidas contratadas perante o Banco do Brasil, o Itaú Unibanco, o Banco Bradesco e os debenturistas da 6ª emissão pública.

A Cemig celebrou com o Estado de Minas Gerais aditivo para assegurar a Gasmig a extensão da sua concessão até o ano de 2053. A Gasmig pagará um bônus de outorga de R$ 850 milhões para o Estado de Minas Gerais.

(Com Agência Estado, Agência Brasil e Bloomberg)

Invista melhor o seu dinheiro: abra uma conta gratuita na XP

Ricardo Bomfim

Repórter do InfoMoney, faz a cobertura do mercado de ações nacional e internacional, economia e investimentos.