Ibovespa Futuro tem leve alta seguindo exterior, apesar de tensão com coronavírus e fala de Trump; dólar recua

Índice avança, apesar de não mostrar muita força em dia de noticiário tenso na Europa e EUA e preparação para feriado de Natal

Rodrigo Tolotti

(Shutterstock)

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SÃO PAULO – O Ibovespa futuro inicia o último pregão da semana de Natal seguindo o humor externo, com leves ganhos apesar dos temores dos investidores com os aumentos de casos de coronavírus, além das dúvidas sobre a aprovação de um acordo comercial pós-Brexit entre Reino Unido e União Europeia e também com as críticas do presidente Donald Trump ao pacote de estímulos aprovado no Congresso dos Estados Unidos.

Ontem, o negociador-chefe da União Europeia, Michel Barnier, que trabalha no acordo pós-Brexit, afirmou que o bloco realizava um “esforço final” para chegar a um resultado. Mas continuam a existir discordâncias sobre o tema da pesca.

Atualmente, mais de 60% da pesca em águas britânicas é feita por navios estrangeiros, à medida que barcos da União Europeia têm acesso as águas dos países membros. Isso continua a valer para as águas britânicas ao menos até o final do ano, mas o Reino Unido deseja limitar esse acesso.

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Nos EUA, o presidente Donald Trump pediu mudanças no projeto de lei para o pacote de estímulos no valor de US$ 900 bilhões. Ele classificou a medida como uma “desgraça” inadequada, e exortou os legisladores a fazerem mudanças, incluindo pagamentos mais generosos aos americanos.

Entre as alterações pleiteadas, o líder da Casa Branca pede que o valor do pagamento direto a americanos seja ampliado dos atuais US$ 600 para US$ 2 mil. “Também peço ao Congresso que retire os itens desnecessários dessa legislação e que me mande uma lei adequada”, instou.

Às 09h08 (horário de Brasília), o índice futuro para fevereiro de 2021 tinha alta de 0,27%, aos 117.370 pontos.

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Enquanto isso, o dólar comercial recuava 0,49% a R$ 5,1360 na compra e a R$ 5,1365 na venda. O dólar futuro com vencimento em janeiro de 2021 registrava queda de 0,39%, a R$ 5,136.

No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2022 cai três pontos-base a 2,86%, o DI para janeiro de 2023 tem queda de quatro pontos-base a 4,26%, o DI para janeiro de 2025 recua cinco pontos-base a 5,81% e o DI para janeiro de 2027 registra variação negativa de cinco pontos-base a 6,61%.

No Brasil, o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Arnaldo Medeiros, detalhou que o Ministério da Saúde negocia com o Instituto Butantan a expansão do contrato de aquisição da CoronaVac para 100 milhões de doses, a serem entregues no primeiro semestre de 2021. De acordo com o secretário, o contrato com o Butantan está praticamente fechado.

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Já na política, o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), afirmou na terça que a agenda prioritária para 2021 envolve os temas de reorganização do Estado e das contas públicas.

Dentre as propostas citadas pelo líder como essenciais estão as reformas tributária e administrativa, a PEC emergencial e a autonomia do Banco Central, e o pacto federativo, além das privatizações. Ele também repetiu aquele que afirma ser o mantra do presidente Jair Bolsonaro (sem partido): “Não tem aumento da carga tributária, não tem fura teto e não tem prorrogação do orçamento de guerra”.

Agenda de indicadores

O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) avançou 1,21% na terceira quadrissemana de dezembro, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV). O resultado representa desaceleração em relação à segunda leitura do mês, quando o índice havia subido 1,41%. Assim, o índice acumula alta de 5,32% nos últimos 12 meses.

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Seis das oito classes de despesa que compõem o IPC-S tiveram decréscimo nas taxas. A maior contribuição para o resultado desta leitura veio do grupo Educação Leitura e Recreação (4,78% para 2,19%), sob influência importante do item passagem aérea, que passou de 28,45% para 9,62%.

As principais influências para cima sobre o IPC-S da terceira quadrissemana de dezembro partiram de tarifa de eletricidade residencial, passagem aérea, gasolina, condomínio residencial (1,63% para 2,07%) e curso de ensino superior (1,23% para 2,26%). Em contrapartida, ajudaram a conter a aceleração do índice tomate (-3,01% para -13,86%), transporte por aplicativo (-1,57% para -2,61%), limão (-27,20% para -19,84%), manga (-11,75% para -9,68%) e protetores para a pele (-1,02% para -1,43%).

Às 10h30 são divulgados dados sobre pedidos de seguro-desemprego nos Estados Unidos, relativos a dezembro. No mesmo horário são divulgados dados de pedidos de bens duráveis, pedidos e frete de bens de capital no país, relativos a novembro. No mesmo horário, são divulgados dados sobre renda pessoal e gastos pessoais nos Estados Unidos em novembro. Também às 10h30 é divulgado o deflator principal DCP, relativo a novembro nos Estados Unidos.

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Às 11h é divulgado o FHFA, índice de preços de casas nos Estados Unidos, relativo a outubro. Às 12h a Universidade de Michigan divulga seus índices de Condições Atuais, Sentimento, Expectativas e Inflação, relativos a dezembro nos Estados Unidos. Também às 12h são divulgados dados sobre vendas de casas novas nos Estados Unidos.

Às 12h, a Receita Federal divulga dados sobre a receita tributária federal no Brasil, relativos a novembro.

Às 22h são divulgados dados Swift (sigla em inglês para Sociedade para Telecomunicação Global Interbanco) sobre pagamentos globais em moeda chinesa, relativos a novembro.

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Pandemia, vacinação e restrições no Brasil

O consórcio de veículos de imprensa que sistematiza dados sobre Covid coletados por secretarias estaduais de Saúde no Brasil divulgou, às 20h de terça, o avanço da pandemia em 24h no país.

A média móvel de novos casos no Brasil em sete dias encerrados na terça foi de 49.395 diagnósticos, um recorde desde que o consórcio começou a sistematizar os dados, no início de junho, e alta de 18% frente 14 dias antes. Apenas em 24 horas foram confirmados 55.799 casos.

A média móvel de mortes em sete dias foi de 776, o maior valor desde 17 de setembro, quando foi registrada média de 779 mortes. Foram 21% casos a mais do que a média de 14 dias antes. Apenas em 24 horas foram registradas 963 mortes.

O Instituto Butantan deve apresentar às 16h desta quarta os dados sobre testes de fase três da CoronaVac, produto desenvolvido pelo laboratório chinês Sinovac que é testado no Brasil e será produzido localmente pelo instituto a partir de insumos importados. O Butantan também pretende fazer nesta quarta pedidos à Anvisa para uso emergencial do imunizante, assim como o para registro definitivo. O imunizante deve ser empregado para imunizar a população de São Paulo, e foi incluído pelo governo federal no Plano Nacional de Imunização.

Além disso, na terça, a presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima, afirmou à comissão externa da Câmara dos Deputados sobre ações contra a Covid que a fundação espera receber em janeiro o ingrediente ativo do imunizante desenvolvido pela parceria entre AstraZeneca e Universidade de Oxford, e iniciar a entrega de doses da vacina em fevereiro.

“Esse é o nosso cronograma de entregas, a partir dessa semana de fevereiro, de 8 a 12, estaremos entregando um milhão de doses de vacinas ao PNI (Programa Nacional de Vacinação)”, afirmou Trindade. A vacina é uma das principais apostas do governo federal para imunizar a população brasileira.

Na terça, o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Arnaldo Medeiros, afirmou que o Brasil deve receber 150 milhões de doses de vacinas contra Covid-19 no primeiro semestre de 2021, somando os imunizantes Pfizer/BioNTech, Sinovac/Butantan e AstraZeneca/Fiocruz.

Além disso, o secretário detalhou que o Ministério da Saúde negocia com o Instituto Butantan a expansão do contrato de aquisição da CoronaVac para 100 milhões de doses, a serem entregues no primeiro semestre de 2021. De acordo com o secretário, o contrato com o Butantan está praticamente fechado.

Na semana passada, o Ministério da Saúde apresentou o Plano Nacional de Imunização. Na ocasião, o ministro da pasta, general Eduardo Pazuello, anunciou que as primeiras entregas devem ocorrer em janeiro, com um quantitativo de 24,5 milhões de doses juntas dos três laboratórios no mês.

A Anvisa anunciou na terça que está fazendo o acompanhamento das chegadas de voos vindos do Reino Unido nos aeroportos de Guarulhos, em São Paulo, e do Galeão, no Rio de Janeiro, após o surgimento de uma nova variante do coronavírus em solo britânico que se mostrou mais transmissível.

Entre as ações adotadas estão a leitura de mensagem sonora no voo já em solo brasileiro, fiscalização do interior da aeronave antes do desembarque, orientação de passageiros e tripulantes sobre o monitoramento deles no Brasil e solicitação às companhias aéreas de informações sobre tripulantes e passageiros.

Além disso, o governo de São Paulo determinou o aumento de restrições de funcionamento de negócios em todo o estado durante o Natal e o réveillon. Apenas serviços essenciais poderão funcionar nos dias 25, 26 e 27 de dezembro e 1, 2 e 3 de janeiro, similar ao estabelecido pela classificação de fase vermelha no estado.

Agenda do governo e contas públicas

O líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), afirmou na terça que a agenda prioritária para 2021 envolve os temas de reorganização do Estado e das contas públicas.

Dentre as propostas citadas pelo líder como essenciais estão as reformas tributária e administrativa, a PEC emergencial e a autonomia do Banco Central, e o pacto federativo, além das privatizações. Ele também repetiu aquele que afirma ser o mantra do presidente Jair Bolsonaro (sem partido): “Não tem aumento da carga tributária, não tem fura teto e não tem prorrogação do orçamento de guerra”.

Segundo informações de bastidores publicadas na terça pelo jornal Folha de São Paulo, o aumento de despesas obrigatórias, impulsionadas pela inflação, deve levar o Ministério da Economia a cortar entre R$ 10 bilhões e R$ 20 bilhões no Orçamento do próximo ano, segundo integrantes da pasta cujo nome não foi divulgado.

Além disso, a Câmara aprovou na terça o texto principal de projeto da chamada lei cambial, que altera a legislação brasileira sobre o mercado de câmbio e é considerado prioritário pelo Banco Central para a elevação de investimentos.

O projeto de modernização cambial dispõe sobre o mercado de câmbio brasileiro, o capital brasileiro no exterior, o capital estrangeiro no país e a prestação de informações ao BC. Por acordo entre os partidos, os deputados decidiram aprovar o texto-base nesta terça e deixar a análise das emendas, que podem alterá-lo, para 2021.

Radar corporativo

A Cielo aprovou o pagamento de R$ 151 milhões em juros sobre o capital próprio, com um valor bruto por ação de R$ 0,05595195275.

O montante será pago no dia 17 de fevereiro de 2021 com base na posição acionária de 29 de dezembro. Ou seja, os papéis passarão a negociar na forma “ex-JCPs” a partir de 30 de dezembro de 2020.

A Uega (Usina Elétrica a Gás de Araucária) firmou um acordo com a Petrobras para suprimento de gás natural de 1º de janeiro a 31 de dezembro de 2021, informou em comunicado a Copel, detentora da unidade paranaense.

O contrato prevê o fornecimento de 2,15 milhões de metros cúbicos de combustível por dia, sem obrigatoriedade de retirada. Com isso, a Uega permanecerá disponível ao (SIN) Sistema Interligado Nacional e poderá ser despachada a critério do ONS (Operador Nacional do Sistema), afirmou a Copel.

A Petrobras celebrou novos contratos de longo prazo com a Braskem para o fornecimento de nafta petroquímica para unidade industrial em São Paulo e de etano e propano para fábrica no Rio de Janeiro, informou a petroleira na terça.

Segundo a estatal, o contrato de nafta tem valor estimado de R$ 19 bilhões e entrará em vigor na quarta, com validade até o final de 2025. Ele prevê o fornecimento de até 2 milhões de toneladas da matéria-prima por ano. Já o acordo de etano e propano, estimado em R$ 7,6 bilhões, passará a valer em 1º de janeiro de 2021 e também possui vencimento no final de 2025.

O Conselho de Administração da companhia Furnas aprovou um acordo judicial para reaver à elétrica Light R$ 496 milhões referentes a pagamentos indevidos recebidos pela subsidiária da Eletrobras em 1986, informou a estatal na terça. O acordo prevê que o pagamento será realizado em três parcelas, sendo uma de R$ 336 milhões até 28 de dezembro deste ano, uma de R$ 40 milhões até 5 de dezembro de 2021 e outra de R$ 120 milhões até 18 de março de 2022.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.