Ibovespa Futuro tem leve alta entre dados da Europa e expectativa de maior déficit primário; dólar futuro vai a R$ 5,51

Ainda que sem mostrar muita força, índice segue cenário externo em sessão de melhor humor dos mercados internacionais

Rodrigo Tolotti

(Shutterstock)

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SÃO PAULO – O Ibovespa Futuro segue o dia de melhor humor nos mercados internacionais e sobe nesta quarta-feira (23), ainda abaixo do nível dos 98 mil pontos, puxados principalmente por bons dados econômicos na zona do Euro.

No Brasil, o mercado acompanha ainda a informação de que o Ministério da Economia elevou para R$ 861 bilhões a expectativa de déficit primário em 2020, segundo relatório divulgado na noite de ontem, o que representa um aumento em relação ao déficit de R$ 787,45 bilhões esperado para as contas públicas no relatório de final de julho.

Também no cenário doméstico, cresce a expectativa de criação de um imposto sobre transações digitais, depois que o presidente Jair Bolsonaro deu sinal verde à ideia. Segundo a Folha de S. Paulo, agora o governo buscará o apoio do centrão para apresentar a proposta ao Congresso. A expectativa é levantar R$ 120 bilhões por ano com o novo tributo, nos moldes da extinta CPMF.

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Às 09h10 (horário de Brasília), o índice futuro para outubro tinha alta de 0,36%, aos 97.350 pontos, enquanto o dólar futuro registrava alta de 0,87%, a R$ 5,518.

No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2022 sobe três pontos-base a 2,94%, o DI para janeiro de 2023 avança cinco pontos-base a 4,39%, enquanto o DI para janeiro de 2025 tem alta de sete pontos-base a 6,36%.

No exterior, a atividade econômica europeia mostrou um crescimento mais lento em setembro, com o índice de gerente de compras (PMI) Markit em 50,1, abaixo dos 51,9 vistos em agosto. Mesmo assim, leituras acima de 50 indicam expansão da atividade.

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Antes disso, a Espanha revisou sua previsão de Produto Interno Bruto para uma queda de 17,8% no segundo trimestre na comparação com o período anterior, menos severa que a estimativa anterior de queda de 18,5%.

Agenda

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – Base 15 (IPCA-15) subiu 0,45% em setembro na comparação mensal, segundo informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (23).

A expectativa dos economistas, segundo consenso Bloomberg, era de que a inflação medida pelo IPCA-15 apontasse alta de 0,39% em setembro na comparação mensal, após aceleração de 0,23% na medição anterior. Na comparação anual, a projeção era de que a inflação registrasse avanço de 2,6%, contra 2,28% na leitura anterior.

A FGV revela a Sondagem do Consumidor de setembro.

Também é esperado para hoje o índice de gestores de compras (PMI) Markit dos Estados Unidos, que vai atualizar as perspectivas de retomada da economia. O indicador da Europa foi anunciado nesta manhã.

Além disso, é esperado para hoje mais um discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, no Subcomitê do Congresso para a Crise do Coronavírus.

Esta quarta-feira marca o segundo dia do maior evento de fundos imobiliários do país, entre 22 e 24 de setembro. Online e gratuito, o FII Summit – Fórum de Fundos Imobiliários, realizado pelo InfoMoney, reúne executivos de algumas das maiores construtoras e incorporadoras do país, além de economistas, analistas e gestores de FIIs, que vão discutir as tendências desse mercado nos seus diversos segmentos (comercial, hoteleiro, logístico e residencial).

Para participar do FII Summit, que conta com apoio da XP Investimentos, basta se cadastrar gratuitamente no site do evento. Confira a programação completa clicando aqui.

Déficit e novo imposto

O Ministério da Economia elevou para R$ 861 bilhões a expectativa de déficit primário em 2020, segundo relatório divulgado na noite de ontem, o que representa um aumento em relação ao déficit de R$ 787,45 bilhões esperado para as contas públicas no relatório de final de julho.

Para este ano, o governo tinha autorização para registrar em suas contas um déficit primário de até R$ 124,1 bilhões, segundo o G1. O novo cálculo considera uma retração de 4,7% para o Produto Interno Bruto (PIB) neste ano, igual à última estimativa divulgada pelo Ministério da Economia.

A previsão para as receitas em 2020 piorou R$ 9,725 bilhões, passando a R$ 1,446 trilhão no caso da receita bruta e de R$ 1,185 trilhão para a receita líquida.

A piora se deve a mudanças na legislação tributária para o combate à covid-19, ao resultado da arrecadação entre junho e agosto de 2020 e à revisão das estimativas de impacto do adiamento no recolhimento de tributos, de acordo com o O Estado de S.Paulo. Já a previsão para despesas aumentou R$ 63,6 bilhões em relação ao projetado no terceiro bimestre, passando a R$ 2,046 trilhões.

Outro destaque do noticiário nacional é a informação de que a proposta de um imposto sobre transações digitais elaboradas pela equipe do ministro da Economia Paulo Guedes recebeu sinal verde do presidente Jair Bolsonaro. Segundo a Folha de S.Paulo, agora o governo buscará o apoio do centrão para apresentar a proposta ao Congresso. A expectativa é levantar R$ 120 bilhões por ano com o novo tributo, nos moldes da extinta CPMF.

Os recursos vão bancar a desoneração da folha de pagamentos. O benefício acabaria neste ano, mas foi estendido pelo Congresso para o fim de 2021. A expectativa é que a proposta seja apresentada por líderes do governo ainda nesta semana, segundo o Estado de S.Paulo.

Investigações

Também chama atenção a informação de que o presidente Jair Bolsonaro e seus filhos fizeram doações em dinheiro vivo para bancar suas campanhas eleitorais de 2008 a 2014, segundo a Folha de S.Paulo.

No total, foram injetados R$ 100 mil, o que representa valores de R$ 163 mil, corrigidos pela inflação. Embora transações em espécie não configurem crime, podem ter como objetivo dificultar o rastreamento da origem de valores, de acordo com a publicação.

Ainda sobre a família Bolsonaro, ontem o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) prestou um depoimento de mais de seis horas à Polícia Federal no inquérito que apura o financiamento e organização de atos antidemocráticos.

Além disso, os dados de fluxo cambial mostraram um quadro inédito de saída de recursos externos, segundo O Globo. Nos primeiros oito meses do ano, US$ 15,2 bilhões deixaram o país, o maior volume desde o início da série histórica, em 1982. Além disso, os investidores estrangeiros retiraram R$ 87,3 bilhões da Bolsa brasileira de janeiro a 17 de setembro de 2020.

Isso é quase o dobro do registrado em todo o ano passado, quando saíram R$ 44,5 bilhões. É a maior saída da série da B3, iniciada em 2008. Além da crise global e das incertezas sobre o ajuste fiscal no Brasil, o avanço de queimadas e do desmatamento podem agravar ainda mais o quadro, segundo o jornal.

Radar corporativo

No noticiário de empresas, o destaque é o anúncio da combinação dos negócios da Localiza e da Unidas, mediante um acordo de troca de ações. Pelo acordo, anunciado na noite de ontem, os acionistas da Unidas vão receber 0,44682380 ação ordinária de emissão da Localiza em substituição a cada 1 ação ordinária de emissão da Unidas por eles detidas. Com isso, os acionistas da Localiza passariam a deter, em conjunto, 76,85% do capital social total e votante da companhia combinada, e os então acionistas da Unidas passariam a deter, em conjunto, 23,14%.

Além disso, o banco de investimento BR Partners e a empresa de logística Hidrovias do Brasil fixarão hoje o preço por ação em suas ofertas públicas iniciais. Já a Petrobras anunciou aumento de 4% da gasolina vendida às refinarias, enquanto Cemig e Weg anunciaram o pagamento de proventos aos acionistas.

Já a Itaúsa, holding brasileira de investimentos que tem no portfólio empresas como Itaú Unibanco, Duratex, Alpargatas e NTS, realizará em 23 de setembro, das 10h às 12h, o Panorama Itaúsa 2020, evento digital gratuito que irá debater as estratégias da companhia e das empresas investidas. Na data, a holding promoverá ainda discussão sobre o cenário econômico atual e perspectivas de negócio.

O evento terá participação dos executivos Alfredo Setubal, presidente da Itaúsa, Candido Bracher, presidente-executivo do Itaú Unibanco, Roberto Funari, presidente da Alpargatas, e Antonio Joaquim de Oliveira, presidente da Duratex. O evento contará ainda com a participação de Mário Mesquita, economista-chefe do Itaú Unibanco, que abordará perspectivas para a economia e investimentos no Brasil. As inscrições são abertas ao público em geral e, para se inscrever, basta acessar o site panorama.itausa.com.br [panorama.itausa.com.br].

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.