Ibovespa Futuro tem leve alta e dólar cai entre resultados de blue chips e visita de Bolsonaro à China

Em dia de agenda econômica esvaziada, investidores monitoram balanços e noticiário político

Lara Rizério

Gráfico de ações (Shutterstock)

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SÃO PAULO – O Ibovespa Futuro registra uma sessão de leves ganhos, enquanto o dólar tem nova baixa, entre a safra dos balanços de blue chips como Petrobras, Vale e Ambev e a visita do presidente Jair Bolsonaro à China. Às 9h11 (horário de Brasília), o contrato futuro do Ibovespa com vencimento em dezembro registrava alta de 0,30%, enquanto o dólar registrava queda de 0,42%, a R$ 4,028.

Os números da Petrobras, por exemplo, foram considerados positivos. “Em um trimestre em que preços de petróleo foram em média 9,5% menores em relação ao período anterior, a empresa demonstrou resiliência, com geração de caixa em patamares saudáveis e redução do endividamento”, aponta o analista Gabriel Fonseca, da XP Investimentos. Os ADRs da Petrobras sobem cerca de 2% no pré-market da NYSE.

No noticiário político, a China destacou que Jair Bolsonaro e o primeiro-ministro chinês Xi Jinping tiveram uma reunião amistosa e que os dois lados veem um grande potencial nas
relações comerciais e se expandirão em áreas como agricultura e indústria. A Folha disse que Bolsonaro convidou os chineses a participar dos maciços leilões de campos de petróleo agendados para 6 de novembro.

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No exterior, os resultados corporativos também movimentam os mercados, com destaque para Amazon e InBev, que decepcionaram. Além da cautela, por conta da safra de balanços, seguem as preocupações quanto ao Brexit. Segundo a CNBC, os lideres da União Europeia podem esperar até a semana que vem para tomar uma decisão sobre a extensão do Brexit, enquanto o premiê britânico Boris Johnson busca apoio para eleições gerais em 12 de dezembro.

Na política, o voto da ministra do STF Rosa Weber, considerado decisivo no julgamento sobre prisão em segunda instância, abriu caminho para a Corte derrubar a execução da pena antes de esgotados todos os recursos judiciais. Assim, a indicação é de o Plenário tenha um empate em 5 a 5, com o voto de minerva a cargo do presidente Dias Toffoli – que poderia buscar uma caminho alternativo, com a prisão após julgamento em terceira instância (STJ).

O jornal Folha de S.Paulo traz que o governo já avalia uma eventual saída do Brasil do Mercosul, que, segundo estudos preliminares da CNI, poderia gerar uma perda de 2,4 milhões de empregos e R$ 52 bilhões de massa salarial. Segundo a publicação, no centro do debate está a resistência argentina a uma política de limitação da Tarifa de Exportação Comum (TEC).

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No entanto, uma eventual vitória da esquerda, com a chapa de Alberto Fernández e Cristina Kirchner, no país vizinho, gera um desalinhamento com o governo do presidente Jair Bolsonaro, que defendeu publicamente o atual presidente e vice-líder nas pesquisas, Maurício Macri.

Noticiário Corporativo

A temporada de resultados ganha força com a divulgação de resultados de blue chips. A Petrobras teve um lucro líquido de R$ 9,087 bilhões no terceiro trimestre de 2019 – uma alta de 36,8% ante o mesmo período do ano passado, quando teve lucro de R$ 6,644 bilhões. O resultado ficou acima da média das projeções compiladas pela Bloomberg, que apontava para lucro de R$ 8,410 bilhões. Sobre o segundo trimestre, houve uma queda de quase 52% no lucro, que foi de R$ 18,8 bilhões. Essa diferença se deu porque entre abril e junho houve um grande impacto da venda da TAG sobre os números da empresa.

Já a Vale encerrou o terceiro trimestre deste ano com lucro líquido de R$ 6,461 bilhões. O valor é 15,2% maior do que o ganho de R$ 5,608 bilhões registrados no mesmo período do ano passado.

Com o desempenho, a empresa também reverteu o prejuízo líquido de R$ 418 milhões obtido no segundo trimestre de 2019. Já o lucro operacional da mineradora bateu R$ 14,382 bilhões entre julho e setembro deste ano, contra R$ 12,962 bilhões registrados no mesmo período de 2018 e R$ 7,137 bilhões no segundo trimestre de 2019.

A Ambev divulgou lucro líquido ajustado de R$ 2,441 bilhões, cifra 15,8% inferior. No Brasil, o volume de vendas de cervejas recuou 2,8%, após ajuste de preços e um cenário competitivo potencializado por descontos realizados pela concorrência. Esses fatores ajudaram no tombo das ações da InBev na Europa.

Lojas Renner teve lucro de R$ 189,3 milhões – inferior às projeções. Já a Usiminas teve um prejuízo de R$ 139 milhões no mesmo período.

Além dos balanços, atenção para o banco mineiro BMG e a varejista de moda C&A, que precificaram suas ofertas iniciais de ações (IPO, na sigla em inglês) no piso da faixa indicativa dos coordenadores. A operação do BMG movimentou R$ 1,6 bilhão, sendo R$ 1,2 bilhão da oferta primária — recursos novos, cujo montante vai para o caixa da companhia — e R$ 400 milhões na oferta secundária. A faixa indicativa do IPO do BMG foi definida entre R$ 11,60 — valor da precificação — e R$ 13,40 por ação.

Já o IPO da C&A saiu a R$ 16,50 por ação, também no piso da faixa indicativa, que ia até R$ 20. As ações da varejista começam a ser negociadas na B3 no dia 28, com o código CEAB3. Tanto a tranche primária quanto a secundária movimentaram R$ 813,7 milhões cada, totalizando R$ 1,63 bilhão.

Agenda 

Na agenda doméstica desta sexta, atenção para o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que mede a inflação na cidade de São Paulo, subiu 0,15% na terceira quadrissemana de outubro, acelerando em relação ao acréscimo de 0,10% observado na segunda quadrissemana deste mês, segundo dados publicados hoje pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).

Mais tarde, às 9h30, o Banco Central divulga o relatório de crédito, cujo volume deve ter crescido em 0,7% na base mensal em setembro, segundo estimativa mediana em pesquisa Bloomberg, depois de subir 1,1% na medição anterior.

A autoridade monetária ainda faz leilão de dólares à vista e reverso a partir das 9h30, com rolagem às 11h30 caso haja sobra da oferta à vista. O BC voltou a colocar menos que a oferta no leilão conjugado desta quinta-feira, refletindo menor demanda por dólar.

Já nos EUA, às 11h, atenção para o Índice Michigan de Percepção do Consumidor final de outubro.

(Com Agência Estado, Agência Brasil, Agência Senado, Agência STF e Bloomberg)

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.