Ibovespa Futuro tem leve alta com dados econômicos no Brasil e EUA negando notícias da véspera

Pré-market aponta para dia positivo após o benchmark perder os 107 mil pontos na véspera

Ricardo Bomfim

(Shutterstock)

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SÃO PAULO – O Ibovespa Futuro abre em alta nesta quinta-feira (14) com bons números econômicos aparecendo no Brasil e depois do assessor de Comércio da Casa Branca, Peter Navarro, negar a notícia da Dow Jones que saiu ontem à tarde de que os chineses não estariam dispostos a aceitar um número fixo de importações de produtos agrícolas americanos. Navarro disse que “alguém deve ter ganhado muito dinheiro no mercado” com o que qualificou como boato.

Por outro lado, as bolsas internacionais registram leves quedas após a produção industrial da China crescer 4,7% em outubro, bem abaixo do consenso de mercado, que apontava para expansão de 5,2%. As vendas do varejo também decepcionaram, ao virem com avanço de 7,2% ante projeções de que haveria um aumento de 7,8%.

Por aqui, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) cresceu 0,44% em setembro, acima das expectativas, que eram de alta de 0,3%. O indicador funciona como uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB) e se soma aos dados de serviços e do varejo divulgados essa semana para mostrar uma melhora na economia brasileira.

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Às 9h09 (horário de Brasília) o contrato futuro do Ibovespa para dezembro tinha alta de 0,21% a 106.825 pontos. Já o dólar futuro com o mesmo vencimento registrava perdas de 0,05% a R$ 4,172.

No mercado de juros futuros, os principais DIs abriram completamente estáveis.

No Brasil, destaque sobre as conversas entre Brasil e China para estabelecer uma área de livre comércio que, segundo o ministro da Economia, Paulo Guedes, estão em fase inicial.

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Bolsas Internacionais

“Todos devem parar de ouvir os rumores”, afirmou Navarro, ontem à noite, durante entrevista à rede Fox Business sobre reportagem da agência Dow Jones Newswires sobre as dificuldades nas negociações comercias com a China.

Perguntado sobre a possibilidade de a China comprar US$ 50 bilhões em produtos agropecuários americanos como parte do acordo, Navarro disse que as duas partes negociam a portas fechadas, não pela imprensa.

“Estamos a caminho de uma fase 1 no acordo comercial, vamos ver” se ela se concretiza, afirmou a autoridade, em linha similar a declarações de mais cedo do presidente americano, Donald Trump.

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Na terça-feira, o presidente dos EUA, Donald Trump, disse que um acordo comercial com a China estava “fechado”, mas não deu detalhes e alertou que ele aumentaria as tarifas “substancialmente” sobre produtos chineses sem esse acordo.

Ainda nos Estados Unidos, o foco está no inquérito de impeachment contra Trump, com a primeira audiência televisionada ligando o líder dos EUA diretamente aos esforços para pressionar a Ucrânia a anunciar uma investigação sobre seu rival político interno.

Após afirmar ontem que é improvável que o caminho das taxas de juros do Fed mude enquanto a economia americana continuar crescendo, o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, voltará a falar, desta vez, no Comitê de Orçamento da Câmara sobre as perspectivas econômicas.

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Na Europa, o PIB da zona do euro, ajustado sazonalmente, cresceu 0,2% durante o terceiro trimestre na comparação com os três meses imediatamente anteriores, enquanto em relação ao mesmo período do ano passado aumentou 1,2%. Já o número de pessoas ocupadas avançou 0,1% na comparação trimestral, com ajuste, e subiu 1% em um ano.

Já na Alemanha o país evitou uma recessão técnica, após o seu PIB subir 0,1% no terceiro trimestre, desempenho melhor do que o esperado pelo mercado, que era de queda de 0,1%. Na comparação anual, a alta foi de 0,5%. O ministro da Economia alemão Peter Altmaier disse, porém, o desenvolvimento econômico da região ainda é frágil.

No Reino Unido, as vendas no varejo recuaram 0,1% em outubro ante setembro, frustrando as expectativas de analistas consultados pelo The Wall Street Journal, que previam alta de 0,2% nas vendas. Na comparação anual, as vendas avançaram 3,1% em outubro, também abaixo do previsto, de alta de 3,7%.

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Noticiário corporativo

Na reta final da temporada de balanços, diversas companhias divulgam balanços entre a noite de ontem e esta manhã.

Em destaque, a JBS saiu de prejuízo para lucro líquido neste terceiro trimestre. A companhia de proteínas encerrou o período de julho a setembro de 2019 com lucro líquido de R$ 356,7 milhões, ante prejuízo de R$ 133,5 milhões no mesmo intervalo de 2018.

Já a Natura lucrou R$ 68,6 milhões no terceiro trimestre deste ano, número 48,4% menor do que o reportado um ano antes. Já a Qualicorp lucrou R$ 119,1 milhões no terceiro trimestre deste ano – a cifra é 9% maior do que o valor registrado um ano antes (R$ 109,8 milhões).

A Hapvida, por sua vez, lucrou R$ 215,9 milhões no terceiro trimestre deste ano, um crescimento de 13,5% sobre o mesmo período de 2018.

Além da temporada de balanços, o Conselho de Administração da CVC aprovou Mauricio Montilha para a diretoria de finanças.

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Ricardo Bomfim

Repórter do InfoMoney, faz a cobertura do mercado de ações nacional e internacional, economia e investimentos.