Ibovespa Futuro sobe seguindo exterior com melhora na saúde de Trump; dólar cai

Pré-market registra ganhos diante de alívio nas notícias sobre o presidente dos EUA, que reduzem as incertezas em torno das eleições de novembro

Ricardo Bomfim

(Getty Images)

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SÃO PAULO – O Ibovespa Futuro abre em alta nesta segunda-feira (5) acompanhando o desempenho positivo das bolsas internacionais depois do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, dizer em vídeo no Twitter que está melhorando do coronavírus.

Trump saiu do hospital de carro por alguns minutos no fim de semana para cumprimentar apoiadores. As notícias de que seu quadro de saúde está melhor reduzem as incertezas em torno das eleições presidenciais que ocorrem no dia 3 de novembro.

Vale lembrar, no entanto, que os médicos informaram que ele está sendo tratado com dexametasona, remédio que costuma ser recomendado para casos severos da doença. O presidente também passou por duas quedas nos níveis de oxigênio desde o anúncio do diagnóstico, na sexta-feira.

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No domingo, uma pesquisa eleitoral da Reuters/Ipsos mostrou Joe Biden à frente da disputa presidencial, com 51% das intenções de voto, enquanto Trump ficou com 41% dos eleitores.

Ainda em destaque, há sinais de progresso nas negociações de um novo plano de estímulo fiscal no país.

Já no Brasil, o mercado continua a acompanhar nesta semana as articulações do governo para tentar criar o programa social Renda Cidadã. A ideia mais recente, segundo a Folha de S.Paulo, é extinguir o desconto de 20% concedido a contribuintes que optam pela declaração simplificada do Imposto de Renda da pessoa física.

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Às 09h10 (horário de Brasília), o índice futuro para outubro tinha alta de 0,95%, aos 94.170 pontos.

O dólar futuro com vencimento em novembro registrava perdas de 0,78%, a R$ 5,649.

No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2022 sobe cinco pontos-base a 3,53%, o DI para janeiro de 2023 avança três pontos-base a 5,00%, o DI para janeiro de 2025 tem alta de três pontos-base a 6,85% e o DI para janeiro de 2027 registra variação positiva de cinco pontos-base a 7,74%.

As notícias políticas são de que membros do governo estão fazendo esforços para apaziguar a relação do ministro da Economia, Paulo Guedes, com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Hoje à noite eles se encontrarão em um jantar para tentar retomar o diálogo. Segundo o Broadcast Político, o encontro ocorrerá na casa do ministro do Tribunal de Contas da União Bruno Dantas.

Entre os indicadores, os economistas do mercado financeiro projetam uma queda um pouco menor do Produto Interno Bruto (PIB) em 2020, revelou o Relatório Focus do Banco Central. De -5,04% na semana, os especialistas enxergam agora um recuo de 5,02%. Para 2021, a mediana das projeções continua em crescimento de 3,5%.

Já as expectativas para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foram elevadas de 2,05% para 2,12% para 2020. Para 2021, as previsões oscilaram de 3,01% na semana passada para 3,00% agora.

Sobre o dólar, as projeções se mantiveram em R$ 5,25 para 2020 e em R$ 5,00 para 2021.

Por fim, as estimativas para a taxa básica de juros, Selic, seguem em 2,00% ao ano para 2020 e em 2,50% ao ano para 2021.

Renda Cidadã

O mercado continua a acompanhar nesta semana as articulações do governo para tentar criar o programa social Renda Cidadã. A ideia mais recente, segundo a Folha de S.Paulo, é extinguir o desconto de 20% concedido a contribuintes que optam pela declaração simplificada do Imposto de Renda da pessoa física. De acordo com o jornal, a medida pode atingir mais de 17 milhões de brasileiros.

Apesar de incluir o formulário simplificado – que existe há 45 anos – este plano manteria o direito a deduções médicas e educacionais. Mesmo assim, ainda seria necessário abrir espaço no teto de gastos. Por isso, o Ministério da Economia deve fazer um pente-fino no Orçamento para encontrar verbas que possam ser cortadas.

Além do Renda Cidadã, existem outros temas sendo discutidos pelo governo. Segundo o Valor Econômico, começou a ser discutida a possibilidade de prorrogar outras ações criadas para lidar com a pandemia, como o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe) e a redução a zero da alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) nas operações de crédito. No entanto, não há dinheiro para mantê-las.

A situação gera um impasse. De um lado, a equipe econômica pretende restringir todos os programas emergenciais a 2020. Desta forma, este seria um ano de exceção na estratégia de ajuste fiscal. Por outro lado, a pandemia pode impor a continuidade de alguns destes programas, de acordo com integrantes da equipe econômica ouvidos pelo Valor.

O quadro de saúde do presidente dos Estados Unidos continua a ser monitorado por investidores de todo o mundo, e existem chances de que ele receba alta hoje. No domingo, o médico da Casa Branca, Sean Conley, disse que ele “continua a melhorar”.

Antes disso, informações desencontradas e a confirmação de que Trump teve dois episódios de queda no nível de oxigenação foram o centro das atenções. Ontem, o presidente norte-americano chegou a deixar o hospital para um passeio de carro no qual acenou para apoiadores.

Relacionamentos de Guedes

Membros do governo estão fazendo esforços para apaziguar a relação do ministro da Economia, Paulo Guedes, com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

Hoje à noite, eles se encontrarão em um jantar para tentar retomar o diálogo. Segundo o Broadcast Político, o encontro ocorrerá na casa do ministro do Tribunal de Contas da União Bruno Dantas. Havia uma expectativa de que Guedes e Maia fossem se encontrar neste domingo, mas a conversa foi adiada.

A conversa tem como objetivo destravar a agenda legislativa da economia. Na semana que passou, eles voltaram a trocar farpas. Guedes acusou Maia de se unir à esquerda para impedir as privatizações, e o deputado chamou o ministro de desequilibrado.

Outro relacionamento de Guedes que segue no radar do mercado é com o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho. A guerra declarada entre eles em torno da forma de financiamento do programa Renda Cidadã evidenciou um racha no governo. Na semana passada, Marinho defendeu publicamente que o programa deve sair “de qualquer jeito”.

Como resposta, Guedes voltou a chamar Marinho de traidor e deu um alerta à ala política do governo. “Se a doença vier (numa segunda onda), vamos furar teto. Mas não vamos furar o teto para fazer política”, avisou. “Não acredito que Marinho falou mal de mim. Se falou mal, isso mostra que ele, em primeiro lugar, é despreparado, além de desleal e fura teto”, afirmou, segundo reportagem do Estadão.

Depois da briga entre Marinho e Guedes, o presidente Jair Bolsonaro disse neste final de semana que pretende repreender Marinho em uma tentativa de encerrar de vez a disputa entre os dois, de acordo com a Folha de S.Paulo. A expectativa é de que a conversa do presidente com o ministro ocorra no início desta semana, quando Bolsonaro deve promover uma reunião ministerial.

Radar corporativo

No noticiário corporativo, a Petrobras anunciou a venda de uma empresa no Uruguai por US$ 61,7 milhões. Já a Qualicorp e a JHSF divulgaram a distribuição de juros sobre capital próprio. A CCR informou na sexta-feira que o tráfego nas rodovias entre 25 de setembro e 1º de outubro subiu 4,1% na comparação anual. No acumulado do ano, houve queda de 4,6%.

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Ricardo Bomfim

Repórter do InfoMoney, faz a cobertura do mercado de ações nacional e internacional, economia e investimentos.