Ibovespa Futuro sobe prolongando ânimo com sinais de diálogo entre EUA e China

Índice avança e dólar cai com uma melhora no cenário externo, que ontem se somou ao desempenho melhor que o esperado do PIB no segundo trimestre para levar a Bolsa à sua maior alta desde maio

Ricardo Bomfim

Painel de cotações (Shutterstock)

Publicidade

SÃO PAULO – O Ibovespa Futuro abre em alta nesta sexta-feira (30), mais um dia positivo para as bolsas internacionais e os futuros dos índices norte-americanos, em em meio à trégua na guerra comercial entre Estados Unidos e China.

Ontem, dirigentes da China disseram que as retaliações feitas pelo país às tarifas impostas pelos EUA já são suficientes e que as conversas para um acordo que ponha fim às tensões foram retomadas o que, somado ao PIB do Brasil acima do esperado, fez com que o Ibovespa voltasse aos 100 mil pontos

Às 09h09 (horário de Brasília) o contrato futuro do Ibovespa para outubro tinha alta de 0,62% a 102.175 pontos, enquanto o dólar futuro para setembro caía 0,25% a R$ 4,159.

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Ao mesmo tempo, os contratos futuros de juros registravam novos ganhos, o DI para janeiro de 2021 recua quatro pontos-base a 5,58%, e para janeiro de 2023 registra perdas do mesmo montante, a 6,67%. 

No Brasil, os investidores repercutem os dados revelados pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) Contínua do IBGE. A Pnad revelou que no segundo trimestre a taxa de desemprego do País terminou em 11,8%, um recuo de 0,6 ponto percentual em relação ao trimestre anterior. 

A população desocupada (12,6 milhões de pessoas) recuou 4,6% (menos 609 mil pessoas) frente ao trimestre anterior e ficou estatisticamente estável em relação a igual período de 2018 (12,8 milhões).

Continua depois da publicidade

Argentina

A S&P afirmou que o anúncio do governo da Argentina, segundo o qual o país adiaria pagamentos de dívida de curto prazo a investidores institucionais, representa um default “sob nossos critérios”. Isso levou a agência a rebaixar o rating soberano em moeda estrangeira de longo prazo do país de B- para SD (default seletivo). Os ratings de emissão de curto prazo foram rebaixados para D (default).

Em comunicado, a S&P argumenta que, por seus critérios, a extensão dos vencimentos de dívida de curto prazo que devem ser pagos somente mais adiante, segundo o governo local, constitui um default. Os ratings de emissão de longo prazo da Argentina foram cortados de B- para CCC-, complementa.

A S&P diz que há riscos associados a um eventual fracasso para avançar com os planos do governo do presidente Mauricio Macri, bem como a perspectiva de que o estresse nos mercados perdure após a eleição presidencial, que terá primeiro turno em 27 de outubro.

A agência afirma que as vulnerabilidades mais acentuadas do perfil de crédito da Argentina são fruto da “rápida deterioração do ambiente financeiro, da ausência de confiança nos mercados financeiros sob as políticas na próxima administração” e da “incapacidade do Tesouro de rolar dívida de curto prazo com o setor privado”.

O jornal Valor Econômico destaca que economistas e analistas argentinos avaliam que, se o governo Macri não receber nenhum sinal positivo nos próximos dias, seja dos credores da dívida, do mercado de capitais ou do FMI, as chances de uma moratória desordenada cresceram substancialmente.

A Folha destaca que o governo, inclusive, vem tentando evitar o termo moratória ou default, já que, caso isso seja oficializado, serão acionados seguros de crédito que demandariam gasto extra ao país e a detentores de títulos.

Noticiário Corporativo

O Bradesco anunciou um novo programa de demissão voluntária (PDV), o segundo na história do banco. O objetivo do movimento, conforme o vice-presidente da instituição, André Cano, é adequar o quadro de colaboradores ao avanço da tecnologia, que, se de um lado permite uma maior produtividade, do outro, diminui a exigência de pessoal.

O PDV do Bradesco ocorre após os concorrentes Itaú Unibanco e Banco do Brasil também anunciarem iniciativas nesta direção. O BB desligou 2,3 mil funcionários, ao custo de R$ 260 milhões, enquanto o Itaú aceita adesões até o próximo sábado e mira um número de 6,9 mil pessoas.

Seja sócio das melhores empresas da Bolsa: abra uma conta na Clear com taxa ZERO para corretagem de ações

O Bradesco não abriu o número de funcionários almejado com o PDV nem mesmo a economia de gastos que terá após o movimento. O segundo PDV do Bradesco terá início na próxima segunda-feira, dia 02, e vai até o dia 16 de outubro. Na mira, estão funcionários com mais de 20 anos de casa.

Diante de um cenário dramático de necessidade de corte de despesas em 2020, o governo avalia suspender novas contratações do programa Minha Casa Minha Vida e redirecionar recursos do Sistema S para bancar alguns gastos do Orçamento. A intenção é suspender as contratações por um prazo que garanta uma economia de despesas de R$ 2 bilhões.

O anúncio vem em um momento de recuperação do setor imobiliário, com os financiamentos à compra e à construção de imóveis atingindo R$ 6,7 bilhões em julho, alta de 10,5% em relação a junho e avanço de 36,0% frente ao mesmo mês do ano passado, segundo Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip).

Ricardo Bomfim

Repórter do InfoMoney, faz a cobertura do mercado de ações nacional e internacional, economia e investimentos.