Ibovespa Futuro sobe mais de 4% com desaceleração do coronavírus na Europa; dólar cai a R$ 5,29

Pré-market registra fortes ganhos com noticiário sobre a pandemia dando algum alívio

Ricardo Bomfim

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SÃO PAULO – O Ibovespa Futuro registra alta nesta segunda-feira (6) após Espanha e Itália informarem que as infecções e mortes pelo coronavírus desaceleraram neste fim de semana. A Itália registrou no domingo 525 mortes pela Covid-19, menor número diário de óbitos desde 19 de março, quando a epidemia explodiu na Lombardia.

Ainda no noticiário macro, apesar de ter sido adiada a reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) que estava marcada para hoje, as expectativas ainda são grandes para um acordo entre a Rússia e a Arábia Saudita.

Às 09h13 (horário de Brasília), o Ibovespa Futuro registrava ganhos de 4,45%, aos 72.350 pontos. Já o dólar futuro para maio cai 1,21% a R$ 5,294. O dólar comercial, por sua vez, cai 0,85%, a R$ 5,279 na compra e R$ 5,281 na venda.

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Entre os indicadores, o Relatório Focus do Banco Central mostrou uma forte revisão na projeção dos economistas do mercado financeiro para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2020. A expectativa mediana caiu de -0,48% para -1,18%. Para 2020 as previsões seguem em crescimento de 2,5%.

Já para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a projeção caiu de 2,94% para 2,72%. Para 2021 a estimativa da inflação também retrocedeu, de 3,57% para 3,5%.

Por fim, a projeção para o dólar foi mantida em R$ 4,50 para 2020, apesar de ter sido elevada de R$ 4,30 para R$ 4,40 em 2021. A previsão para a Selic foi reduzida de 3,5% para 3,25% para 2020 e de 5% para 4,75% para 2021.

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Política

No radar político, em conversa com partidários em frente do Palácio da Alvorada, o presidente Jair Bolsonaro disse que “algo subiu na cabeça” de integrantes do seu governo, mas que “a hora deles vai chegar”, reporta o jornal O Estado de S. Paulo. “A minha caneta funciona”, afirmou o mandatário, sem mencionar nomes. Na semana passada Bolsonaro criticou o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, com quem mantém divergências quanto ao combate da epidemia do coronavírus no Brasil.

Destaque ainda para a pesquisa Datafolha. Apesar da perda de popularidade diante da crise envolvendo a pandemia do novo coronavírus, a renúncia do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) é rejeitada por 59% dos brasileiros, enquanto 37% desejam que isso aconteça e 4% não têm posição a respeito.

É o que mostra pesquisa com 1.511 entrevistados, realizada por telefone entre 1º e 3 de abril. Segundo o levantamento, apenas 33% dos ouvidos consideram a gestão da crise sanitária por Bolsonaro. Ainda assim, 52% acreditam que ele tem condições de seguir liderando o país. Outros 44% dizem que o presidente perdeu tais condições. A margem máxima de erro da pesquisa é de 3 pontos percentuais para cima ou para baixo (veja mais clicando aqui).

Propostas para atenuar efeitos da pandemia

O Plenário da Câmara dos Deputados aprovou na sexta a chamada PEC do “orçamento de guerra” (PEC 10/20), que permite a separação do orçamento e dos gastos realizados para o combate à pandemia de coronavírus do orçamento geral da União.

A proposta, de autoria do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e outros nove deputados de vários partidos, é a primeira a ser aprovada com o Sistema de Deliberação Remota (SDR) e precisa ser votada ainda pelo Senado. As regras terão vigência durante o estado de calamidade pública, e os atos de gestão praticados desde 20 de março de 2020 serão convalidados.

A intenção da proposta é criar um regime extraordinário para facilitar a execução do orçamento relacionado às medidas emergenciais, afastando possíveis problemas jurídicos para os servidores que processam as decisões sobre a execução orçamentária.

Uma das propostas do governo para combater a crise econômica provocada pela epidemia é a compra direta, pelo Banco Central, de carteiras de crédito e títulos das empresas.

O objetivo é fazer chegar à economia os recursos liberados por Brasília e evitar o “empoçamento” do dinheiro, permitindo aos empresários o acesso aos estímulos, informa o jornal O Estado de S. Paulo. Na avaliação do ministro da Economia, Paulo Guedes, os recursos estão “empoçados” no sistema financeiro.

A compra direta é usada por outros bancos centrais do mundo, como o Federal Reserve dos Estados Unidos. O recurso permite que o Banco Central injete dinheiro no mercado sem precisar de intermediários.

Noticiário corporativo 

A siderúrgica Gerdau informou que abafará o alto-forno 2 da usina de Ouro Branco (MG), como parte das suas medidas para conter o impacto da crise econômica provocada pela pandemia da Covid-19. Além disso, ocorrerão paralisias em abril nas aciarias e laminações de aços longos no Brasil e nos Estados Unidos.

Já a petroquímica Braskem adiou a realização da sua assembleia geral ordinária e a publicação do balanço de 2019. A Braskem publicou apenas um press-release na noite da sexta-feira, no qual informou prejuízo de R$ 2,9 bilhões no quarto trimestre de 2019. A petroquímica informará ao mercado uma data para a nova assembleia e divulgação do balanço consolidado.

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(Com Agência Brasil, Agência Câmara e Agência Estado)

Ricardo Bomfim

Repórter do InfoMoney, faz a cobertura do mercado de ações nacional e internacional, economia e investimentos.