Na volta do feriado da Independência de quarta-feira (7), em que a Bolsa brasileira esteve fechada, o contrato do Ibovespa futuro para outubro registrava alta de 0,98% nesta quinta-feira (8), a 111.685 pontos, às 9h17 (horário de Brasília). Já no mercado de câmbio, o contrato futuro do dólar para o mesmo mês caía 0,72%, a R$ 5,224, enquanto o dólar comercial tinha baixa de 0,86%, a R$ 5,192 na compra e na venda.

No exterior, as atenções se voltam para a decisão de política monetária do Banco Central Europeu (BCE), às 9h15, e, mais tarde, ao discurso do chair do Federal Reserve, Jerome Powell, às 10h10, em conferência sobre política monetária.

O Conselho do BCE decidiu hoje aumentar as três taxas de juro diretoras do BCE em 75 pontos base. Segundo a autoridade monetária, “este passo importante antecipa a transição do nível extremamente acomodatício prevalente das taxas de juro diretoras para níveis que assegurarão um regresso da inflação ao objetivo de 2% a médio prazo estabelecido pelo BCE. Com base na sua atual avaliação, o Conselho do BCE espera, nas próximas reuniões, voltar a aumentar as taxas de juro para atenuar a procura e prevenir o risco de uma persistente deslocação em sentido ascendente das expectativas de inflação”, destacou.

Enquanto isso, os investidores por aqui repercutem o desempenho dos ADRs (American depositary receipts), recibos de ações de empresas brasileiras negociados nas bolsas dos Estados Unidos, durante o feriado. O índice Dow Jones Brazil Titans 20 ADR, que reúne as principais empresas brasileiras listadas na B3 com recibos de ações negociados nos EUA, subiu 1,16%, cotado aos 17.090 pontos. O ETF EWZ, por sua vez, subiu 0,96%, a US$ 30,54.

Na véspera, as bolsas nos Estados Unidos fecharam em alta após queda forte recente, favorecidos nessa sessão pela queda dos rendimentos dos títulos do Tesouro norte-americano, enquanto investidores aguardam mais clareza sobre os próximos passos do Federal Reserve.

Os destaques de alta entre os papéis brasileiros ficaram para os ADRs de Azul (AZUL4) e Gol (GOLL4), que subiram 7,71% e 9,83% respectivamente com a queda do petróleo (que fechou abaixo de US$ 90 o barril pela primeira vez desde fevereiro), enquanto os ativos da Petrobras (PETR3;PETR4) fecharam próximos à estabilidade.

Os ADRs da Vale (VALE3) subiram 1,07% na véspera. Nesta quinta, devem repercutir o avanço dos contratos futuros de minério de ferro nas bolsas de Dalian e Cingapura, depois que a cidade chinesa de Zhengzhou disse que começaria a construir projetos habitacionais paralisados, oferecendo algum alívio aos mercados preocupados com a fraca demanda de aço na China. A alta foi de 3,1%, a 706 iuanes (US$ 101,54) a tonelada, depois de atingir seu nível mais forte desde 30 de agosto, a 708,50 iuanes.

Os mercados locais retomam as operações pós feriado nesta quinta-feira com investidores também de olho no impacto político e eleitoral das manifestações do 7 de Setembro, quando o presidente e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL), buscou transformar as comemorações do Bicentenário da Independência em demonstrações de força para sua campanha ao levar milhares de apoiadores para as ruas em atos eleitorais.

Análise de Pamela Semezzato, analista de investimentos da Clear Corretora

Ibovespa

“Segue em lateralização e ainda com características somente de correção da ultimo movimento de alta. Resistencia em 114.200 se for rompida, confirma um novo movimento de alta e o próximo objetivo seria em 121.500. Suporte em 109.000 por enquanto vem segurando o preço.

Dólar

“Barra muito boa com força de compra na terça-feira, sugere mais um movimento forte de alta se hoje romper a máxima de terça. E a próxima região de resistência está em R$ 5,36 e R$ 5,400, que se for rompido podemos esperar por teste no topo anterior em 5.600. Ainda sem tendência definida no curtíssimo prazo”.

(com Reuters)

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