Ibovespa Futuro sobe, de olho nas reformas da China, Focus e resultados no Brasil

Bolsa chinesa registrou expressiva alta após anúncios de reformas de capital, enquanto mercado repercute queda nas expectativas de inflação no Brasil; Petrobras, Marfrig e Gafisa divulgaram números

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O Ibovespa Futuro inicia a sessão desta segunda-feira (12) com ganhos, apesar do cenário de cautela na maior parte das bolsas mundiais em meio à conclusão de referendo para decidir a autonomia de algumas regiões da Ucrânia. Por outro lado, as reformas de mercado na China repercutem positivamente enquanto, no cenário interno, com destaque para o relatório Focus e para a repercussão de diversos resultados do primeiro trimestre, com especial atenção para os ativos da Petrobras (PETR3;PETR4). Com isso, às 09h17 (horário de Brasília), o contrato futuro com vencimento em junho registrava expressivos ganhos de 0,71%, a 53.930 pontos. 

O relatório Focus apontou para algumas boas notícias em termos de projeção econômica. A expansão do PIB (Produto Interno Bruto) em 2014 aumentou para 1,69%, ante 1,63% da semana anterior, enquanto a inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) em 2014, os economistas diminuíram a expectativa, para 6,39% ante 6,50%, enquanto para o próximo ano a projeção se manteve em 6,00%.

No cenário corporativo, destaque para a divulgação de balanços de grandes empresas, com destaque para a Petrobras. O lucro líquido da estatal somou R$ 5,393 bilhões, queda de 30% na comparação com o mesmo período de 2013, devido a uma provisão bilionária para seu programa de demissões voluntárias e em meio a uma ligeira queda na produção. Conforme apontam os analistas do Credit Suisse, os resultados da companhia apontaram tantos dados positivos quando negativos. A companhia também anunciou na última sexta-feira o início da produção em um novo poço do campo de Lula, no pré-sal da Bacia de Santos, colocando a FPSO Cidade de Paraty no caminho para atingir a capacidade plena de 120 mil barris por dia (bpd) no terceiro trimestre deste ano. 

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Já a Marfrig (MRFG3) teve prejuízo líquido de R$ 96,4 milhões no primeiro trimestre ante perda de R$ 59,6 milhões em igual período do ano passado, conforme divulgado nesta segunda-feira pela segunda maior processadora de carne bovina do país. Enquanto isso, a  incorporadora Gafisa (GFSA3) teve prejuízo de R$ 39,8 milhões no primeiro trimestre deste ano, ante perda de R$ 55,5 milhões no mesmo período do ano anterior, informou a companhia na noite de sexta-feira. Entre cinco estimativas de analistas obtidas pela Reuters, não houve consenso para a linha final do resultado da Gafisa, com as estimativas indo de lucro de R$ 22 milhões de reais a prejuízo de R$ 38 milhões.

No cenário econômico mundial, mais uma vez o destaque fica para a China, que prometeu avançar com uma série de reformas nos mercados de capital do país em uma tentativa de aumentar a transparência, encorajar mais alocação eficiente de recursos e aumentar a abertura a investimento estrangeiro, o que pode aumentar a liquidez do mercado por lá. Além disso, a agência de classificação de risco Moody’s afirmou que o país pode superar os EUA ainda este ano. 

Europa e Ásia
Os principais índices acionários asiáticos fecharam a sessão desta segunda-feira sem uma única direção, enquanto na Europa, a semana inicia com leves ganhos. Contudo, investidores seguem cautelosos os acontecimentos na Ucrânia após o referendo no último domingo. 

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A votação, no Leste da Ucrânia, teve resultado esmagador – 89% dos eleitores são a favor da autonomia de Donetsk assim como em Lugansk, onde 94% dos votantes aprovaram a independência da região. Os dirigentes das duas regiões separatistas pretendem criar órgãos estatais e militares e, no futuro, criar um Estado independente juntamente as outras regiões do Leste e do Sul da Ucrânia, como Karkhiv e Odessa.

A Rússia disse que respeita o resultado do referendo e acrescentou que os resultados deveriam ser implementados de modo pacífico. O país não especificou que ações poderia adotar.

Na Ásia, o benchmark do Japão, o Nikkei, encerrou com queda de 0,30% após dados divulgados mostrarem que a economia do país apresentou um superávit comercial em março abaixo das estimativas do mercado. No ano, o índice já registra forte baixa de 13,15%. Já o índice Shanghai Composite da Bolsa de Xangai registrou alta de 2,07%, com as expectativas de reforma do mercado de capital no país. 

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Na Europa, apesar do início positivo, investidores ainda esperam definições sobre o referendo na Ucrânia. A sessão é impulsionada por fortes compras nas ações do setor de materiais básicos. 

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.