Ibovespa Futuro sobe com vacinas e autorização de Trump para transição para Biden; dólar cai

Pré-market registra ganhos com a melhora do noticiário internacional

Ricardo Bomfim

(Getty Images)

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SÃO PAULO – O Ibovespa Futuro abre em alta nesta terça-feira (24) com o rali das vacinas se somando à autorização do governo Trump para a transição para o presidente eleito Joe Biden. O atual presidente, Donald Trump, sustenta sem provas que a eleição foi fraudada e nas últimas semanas hesitava em autorizar a transição.

No noticiário do coronavírus, a vacina Sputnik V da Rússia apresentou mais de 95% de eficácia, segundo a fabricante, e é uma das mais baratas até agora, com preço estimado em menos de R$ 55 por dose. As vacinas da Oxford/AztraZeneca, da Pfizer/BioNTech e da Moderna também tiveram resultados acima de 90%, o que reforça a expectativa de que a imunização global comece em breve.

Às 09h36 (horário de Brasília), o índice futuro para dezembro subia 0,31%, aos 107.780 pontos.

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O dólar futuro com vencimento em dezembro registrava queda de 0,4%, a R$ 5,419.

No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2022 sobe seis pontos-base a 3,46%, DI para janeiro de 2023 tem alta de seis pontos-base a 5,26%, DI para janeiro de 2025 avança dois pontos-base a 7,06% e o DI para janeiro de 2027 opera estável a 7,80%.

Por aqui, o ministro da Economia Paulo Guedes descartou, durante evento na segunda-feira, prorrogar o auxílio emergencial para além do final de dezembro. Em meados de novembro, ele afirmara que a medida poderia ser tomada, caso o Brasil passasse por um aumento dos casos de Covid.

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Entre os indicadores, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – Base 15 (IPCA-15) subiu 0,81% em novembro na comparação mensal, segundo informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse foi o maior índice para o mês desde 2015 (0,85%).

A expectativa dos economistas, segundo consenso Bloomberg, era de que a inflação medida pelo IPCA-15 apontasse alta de 0,72% em novembro na comparação mensal, após avanço de 0,94% na medição anterior.

Fim do auxílio emergencial em pauta

A eleição da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados tem como um dos focos de disputa visões diferentes sobre o auxílio emergencial, noticia o jornal Valor. O Centrão, do candidato a presidente da Casa, Artur Lira (PP-AL), defende que o auxílio emergencial não se encerre no final de dezembro, como planejado, e seja prorrogado até fevereiro.

A medida esbarra no fim do chamado Orçamento de Guerra, instituído durante o estado de calamidade pública determinado pelo Congresso como reação à pandemia de Covid. Isso permite ao governo gastar acima do teto de gastos aprovado durante o mandato de Michel Temer.

Segundo o Valor, a prorrogação do auxílio é defendida por Lira como forma de agradar o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Há sinais de que sua popularidade tenha sido impulsionada pela medida, que tirou milhões de brasileiros da pobreza.

Para levar a proposta a cabo, Lira esbarraria no atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), seu adversário. Maia já se disse contrário à prorrogação do auxílio.

Na segunda-feira, o ministro da Economia Paulo Guedes afirmou, no entanto, que o pagamento do auxílio emergencial deve ser encerrado no fim do ano, em palestra. “Do ponto de vista do governo não existe a prorrogação”, afirmou, ao ser questionado sobre a possibilidade de estender o benefício pelos primeiros meses de 2021.

Questionado sobre quais seriam as medidas adotadas pelo governo em uma segunda onda de Covid no Brasil, afirmou: “estamos preparados para enfrentar evidências empíricas (…) Estamos preparados para agir, mas não adianta criar fatos que não existem”.

Em evento realizado no dia 12 de novembro pela Abras (Associação Brasileira de Supermercados), Guedes havia feito, no entanto, uma afirmação em sentido contrário. Ele disse que o governo poderia buscar prorrogar o Estado de calamidade que permite que gaste acima do teto, para continuar pagando o auxílio emergencial após o final do ano, no que foi mal recebido pelo mercado.

Naquela ocasião, afirmou: “Prorrogação do auxílio emergencial, se houver segunda onda, não é possibilidade, é certeza. Se houver segunda onda da pandemia, o Brasil reagirá como da primeira vez. Vamos decretar estado de calamidade pública e vamos recriar (o auxílio emergencial)”.

O governo defende a criação de um programa em substituição ao Bolsa Família, que é discutido com o nome provisório de Renda Cidadã, mas ainda não encontrou uma fórmula para viabilizá-lo. Também neste caso, a criação do benefício esbarra no teto de gastos.

Guedes avaliou também nesta segunda que o Brasil não está em situação dramática de rolagem de dívida e que a inclinação da curva de juros é natural diante dos questionamentos sobre o futuro das contas públicas.

“Este governo atual está relativamente equacionado”, disse Guedes. “Não espero ter nenhum problema de rolagem neste governo”, acrescentou ele, após dizer que “não achamos que estamos em situação dramática”.

Ele reconheceu que no primeiro quadrimestre de 2021 haverá o vencimento de cerca de R$ 600 bilhões em títulos da dívida, mas afirmou que R$ 300 bilhões para fazer frente ao compromisso “já estão automaticamente provisionados” –em referência a 200 bilhões de reais de transferências de resultados do Banco Central para o Tesouro e “100 bilhões e pouco” vindos com a desalavancagem de bancos públicos.

Segundo o Valor, em caso de segunda onda, a equipe econômica pretende prorrogar o auxílio emergencial, mas a ideia é que isso ocorra com nova redução de valor, hoje em R$ 300. A fonte ouvida pelo jornal citou R$ 200 ou R$ 250, com um universo menor de famílias, mas a decisão só seria tomada próximo ao fechamento do ano e isso só será resolvido se ficar clara a necessidade da medida

Disputa pela prefeitura de São Paulo

Pesquisa Datafolha realizada entre os dias 17 e 18 de novembro em São Paulo indica que, a uma semana do segundo turno, o candidato do PSOL, Guilherme Boulos, chegou a 45% das intenções de voto, reduzindo a distância frente o primeiro colocado, o atual prefeito Bruno Covas (PSDB).

Na pesquisa anterior, Boulos tinha 42% das intenções de voto. Assim, Covas teve queda de 58% para 55% das intenções de voto.

O Instituto Datafolha ouviu 1.260 pessoas, e a contagem por votos válidos exclui brancos e nulos, assim como ocorre com a contabilização dos resultados pelo TRE (Tribunal Regional Eleitoral).

Em live do jornal Valor, Covas foi questionado sobre as medidas contra Covid durante o período eleitoral. Ele confirmou que há aumento de internações por covid-19 no estado, mas disse que a capital paulista tem um quadro de estabilidade.

Por isso, afirmou que não vê “necessidade de retroceder” na flexibilização das medidas de isolamento. Ele também defendeu a decisão de fechar hospitais de campanha que, em sua visão, já teriam cumprido sua função.

“Fomos trocando leitos provisórios por leitos permanentes. Fomos fechando com a tranquilidade de que, se houvesse necessidade, teríamos espaço na rede permanente”, disse.

Após divulgar dados que indicam até 90% de eficácia de seu produto, AstraZeneca e Universidade de Oxford afirmaram que irão submeter à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) seu imunizante para aprovação.

Radar corporativo

A Petrobras informou na segunda-feira que sua subsidiária integral Petrobras Global Finance enviou notificações de resgate antecipado aos investidores de cinco títulos globais com vencimento em 2021 e 2022.

O valor equivale a US$ 2 bilhões, excluindo juros capitalizados e não pagos, e será financiado com recursos próprios da empresa.

As ações do Carrefour Brasil caíram 5,35%, após seis altas seguidas e novos protestos e ataques a lojas da rede desde a sexta-feira, depois que João Alberto Silveira Freitas foi espancado até a morte por seguranças de unidade do grupo em Porto Alegre.

O Grupo Cortel, que opera cemitérios, crematórios e funerárias, pediu nesta segunda-feira aval para realizar uma oferta inicial de ações (IPO).

A companhia atua nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Amazonas e conta com 10 cemitérios em seu portfólio, também atuando em diversos outros “produtos e serviços atrelados ao luto”, segundo o prospecto preliminar da operação.

A Embraer está negociando com potenciais parceiros para desenvolver uma nova aeronave turboélice, disse o chefe da unidade de aviação comercial da empresa à Reuters.

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Ricardo Bomfim

Repórter do InfoMoney, faz a cobertura do mercado de ações nacional e internacional, economia e investimentos.