Ibovespa Futuro sobe com recuperação e mini-pacote de estímulos de Trump; dólar cai

Pré-market mostra ganhos diante da leve melhora nas notícias vindas do exterior

Ricardo Bomfim

(Shutterstock)

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SÃO PAULO – O Ibovespa Futuro abre em alta nesta quarta-feira (7) com recuperação depois da queda ocorrida no pregão anterior. O alívio se segue aos anúncios do presidente americano, Donald Trump, de medidas de resgate a companhias aéreas e suporte à economia totalizando US$ 25 bilhões.

Na véspera, a decisão de Trump de frear as negociações entre democratas e republicanos para um pacote trilionário de estímulos contra os impactos econômicos do coronavírus acabou levando as bolsas do mundo inteiro a virarem para queda, incluindo a brasileira. O presidente americano afirmou que os estímulos só serão aprovados caso ele seja reeleito em novembro. Posteriormente, contudo, Trump pediu ao Congresso que estendesse algumas medidas de apoio à atividade.

Por aqui, o mercado acompanha hoje as notícias de que o governo quer incorporar medidas do chamado “orçamento de guerra” no texto da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) do Pacto Federativo. O objetivo, segundo o Estadão, é regulamentar regras fiscais em caso de calamidade, o que aumentaria o espaço para gastos em 2021, no caso de uma nova onda de covid-19, por exemplo.

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Às 09h13 (horário de Brasília), o índice futuro para outubro tinha alta de 0,84%, aos 96.200 pontos.

O dólar futuro com vencimento em novembro registrava perdas de 0,69%, a R$ 5,559.

No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2022 sobe seis pontos-base a 3,42%, o DI para janeiro de 2023 avança oito pontos-base a 4,90%, o DI para janeiro de 2025 tem alta de oito pontos-base a 6,76% e o DI para janeiro de 2027 registra variação positiva de sete pontos-base a 7,63%.

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Chama atenção a informação de que o presidente Jair Bolsonaro pretende definir as medidas impopulares de financiamento do Renda Cidadã para depois das eleições municipais.

Ao mesmo tempo, o senador Marcio Bittar (MDB-AC) sinalizou que a proposta para o Renda Cidadã deve ficar pronta na próxima semana. Diante deste cenário, as lideranças políticas pedem que o governo defina uma agenda mínima de propostas para a economia para votação até o final do ano.

Contas públicas

O mercado acompanha hoje as notícias de que o governo quer incorporar medidas do chamado “orçamento de guerra” no texto da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) do Pacto Federativo. O objetivo, segundo o Estadão, é regulamentar regras fiscais em caso de calamidade, o que aumentaria o espaço para gastos em 2021, no caso de uma nova onda de covid-19, por exemplo.

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Segundo o jornal, o texto deve definir quais são os cenários em que o governo poderia elevar os gastos. O temor do governo é que as regras fiscais sejam um empecilho para ações de enfrentamento à doença no ano que vem.

Além disso, chama atenção a informação de que o presidente Jair Bolsonaro pretende definir as medidas impopulares de financiamento do Renda Cidadã para depois das eleições municipais.

De acordo com o Estadão, a estratégia foi traçada para evitar que as medidas duras atrapalhem a campanha de aliados políticos. No entanto, aliados do governo consideram que não vai dar para esperar tanto tempo para apontar caminhos ao mercado, já que a piora dos riscos fiscais gerou grande nervosismo.

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Neste ano, a fuga de investidores estrangeiros do Brasil das aplicações de risco em 2020 deve mais do que dobrar em relação ao registrado em 2019, segundo a Folha de S.Paulo. O saldo entre aplicações e retiradas de não residentes ficará negativo em US$ 24 bilhões entre janeiro e dezembro. Em 2019, as saídas somaram US$ 11,1 bilhões.

Ao mesmo tempo, o senador Marcio Bittar (MDB-AC) sinalizou ontem que a proposta para o Renda Cidadã deve ficar pronta na próxima semana. Ele é relator da PEC Emergencial, que deve incorporar o Renda Cidadã. “Semana que vem, se Deus quiser, está pronto”, disse.

Diante deste cenário, as lideranças políticas pedem que o governo defina uma agenda mínima de propostas para a economia para votação até o final do ano. “A crise que se avizinha parece ser dura. O processo legislativo é lento. Tem que ver o que está na ordem do dia”, disse o senador Renan Calheiros (MDB-AL) ao Estadão/Broadcast.

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BNDES

O BNDES liberou o acesso de grandes empresas à linha emergencial de crédito garantida pelo Tesouro, que até ontem era permitido apenas a companhias com faturamento anual até R$ 300 milhões, segundo a Folha de S.Paulo. A meta é liberar até R$ 20 bilhões como garantia, o que permitiria a concessão de até R$ 100 bilhões em empréstimos.

As empresas de grande porte terão direito a acessar 10% dos recursos aportados pela Tesouro no programa, ou R$ 2 bilhões. O banco espera possibilitar a concessão de até R$ 10 bilhões em financiamento, já que cada R$ 1 posto pelo governo pode alavancar outros R$ 5.

Outro destaque é a informação de que o Tribunal Regional Federal da 1ª Região determinou o trancamento de investigações contra o ministro da Economia, Paulo Guedes, conduzidas pela força-tarefa da Operação Greenfield, do MPF (Ministério Público Federal) em Brasília.

Segundo a Folha, duas apurações foram abertas contra Guedes por suspeita de envolvimento em fraudes nos aportes feitos por fundos de pensão ligados a estatais em dois fundos de investimentos criados pela BR Educacional Gestora de Ativos, empresa ligada ao ministro.

Além disso, o mercado acompanha a revelação de que o currículo acadêmico apresentado pelo desembargador Kassio Nunes Marques, indicado pelo presidente Jair Bolsonaro ao Supremo Tribunal Federal (STF), traz um curso de pós-graduação que não é confirmado pela Universidad de La Coruña, na Espanha.

Radar corporativo

Na esfera corporativa, o mercado acompanha hoje a estreia das ações da Sequoia Logística na bolsa de valores. Além disso, a venda dos ativos brasileiros da Laureate continua no radar dos investidores. A Hope Education, grupo de Hong Kong que adquiriu a unidade da Laureate na Malásia há cerca de dez dias, também tinha intenção de fazer uma oferta pela operação brasileira. No entanto, desistiu nesta semana, segundo o Valor Econômico.

A Azul informou que sua posição de liquidez era de R$2,3 bilhões no final de setembro. Além disso, a previsão original era um consumo de caixa de aproximadamente R$ 3 milhões por dia para o segundo semestre do ano, mas apresentou um aumento de caixa de aproximadamente R$ 700 mil por dia ao longo do terceiro trimestre.

Além disso, a MRV anunciou que vai distribuir dividendos, enquanto a Sanepar conseguiu abater 60% de uma multa ambiental. Já a Braskem disse que a taxa de utilização das suas unidades nos Estados Unidos voltou à normalidade, enquanto as vendas de resinas atingiram um recorde no Brasil.

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Ricardo Bomfim

Repórter do InfoMoney, faz a cobertura do mercado de ações nacional e internacional, economia e investimentos.