Ibovespa Futuro sobe com PIB acima do esperado e “ignora” pessimismo no exterior; dólar cai

Pré-market novamente mostra descolamento entre ânimo dos investidores no Brasil e nos outros países

Ricardo Bomfim

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SÃO PAULO – O Ibovespa Futuro abre em alta nesta terça-feira (3) com a surpresa positiva com o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro do terceiro trimestre, que cresceu 0,6% em relação segundo trimestre e 1,2% em relação ao mesmo período do ano passado.

A expectativa mediana dos economistas compilada no consenso Bloomberg era de avanço de 0,4% no trimestre e 1% na base anual. Já acumulado do ano até o mês de setembro, o PIB cresceu 1,0%, em relação a igual período de 2018.

Às 9h10 (horário de Brasília) o contrato futuro do Ibovespa para dezembro tem alta de 0,37%, a 109.410 pontos. Já o dólar futuro com vencimento em janeiro de 2020 registrava queda de 0,45%, a R$ 4,209. O dólar comercial, por sua vez, tem leve baixa de 0,16%, a R$ 4,207 na venda.

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No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2021 fica estável a 4,74% e o DI para janeiro de 2023 recua três pontos, para 5,92%.

Lá fora, as bolsas caem em meio a um recrudescimento do protecionismo do presidente americano, Donald Trump, que ameaçou taxar em até 100% um montante de aproximadamente US$ 2,4 bilhões em importações da França.

“A decisão de hoje do USTR envia um sinal claro de que os EUA irão agir contra regimes fiscais digitais que discriminam ou impõem encargos indevidos às empresas norte-americanas”, disse o representante comercial americano, Robert Lighthizer.

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Trump disse ainda que seria melhor esperar até depois das eleições de 2020 para fechar um acordo comercial com a China.

“De certa forma, gosto da ideia de esperar até depois da eleição para o acordo com a China, mas eles querem fazer um acordo agora e veremos se o acordo será ou não certo”, disse Trump a repórteres em Londres.

Quando perguntado se ele tinha um prazo de acordo, ele acrescentou: “Não tenho prazo, não … De certa forma, acho que é melhor esperar até depois da eleição, se você quiser saber a verdade”.

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Washington e Pequim impuseram tarifas sobre bilhões de dólares em bens uns dos outros desde o início de 2018, atingindo os mercados financeiros e azedando os negócios e o sentimento do consumidor.

Aço

O anúncio do presidente Donald Trump de que pretende impor tarifas à importação de aço do Brasil e da Argentina pegou de surpresa não apenas integrantes do governo brasileiro, mas também parte dos diplomatas americanos que têm participado das reuniões de negociação comercial entre os dois países.

A avaliação interna em Washington, até esse momento, era a de que todas as orientações dadas pela Casa Branca apontavam para a intenção de manter boas relações com o atual governo brasileiro.

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Desde que o presidente Jair Bolsonaro visitou Trump, em março, os times econômicos dos dois governos têm travado uma série de negociações. Apesar da boa vontade mútua, reiterada em público e nos bastidores por americanos, o governo brasileiro já teve parte das expectativas sobre a Casa Branca de Trump frustradas.

Primeiro, os americanos mostraram que o apoio à entrada do Brasil na OCDE não acontecerá imediatamente, já que os EUA não abrem mão de ditar o próprio ritmo de adesão de novos membros à organização.

Depois, o governo Trump seguiu relutante na reabertura do mercado doméstico para importações de carne bovina fresca do Brasil. Em ambos os casos, os integrantes do governo Bolsonaro contornaram a decepção com a narrativa de que as medidas estão em andamento.

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O anúncio a respeito das tarifas do aço, no entanto, pegou o governo brasileiro desprevenido. O tuíte de Trump foi uma surpresa para diplomatas em Brasília e nos EUA.

Até agora, mesmo com percalços, o discurso público do governo brasileiro era de comemoração por uma “nova era” entre os dois países. Na semana passada, o ministro da Economia, Paulo Guedes, esteve em Washington, onde se encontrou com o secretário de Comércio americano, Wilbur Ross. Novamente, o tom da equipe brasileira ao final das reuniões foi positivo.

Noticiário Corporativo

A mineradora Vale informou a previsão de produção de 340 milhões a 355 milhões de toneladas de minério de ferro em 2020. Já os investimentos da Vale devem somar US$ 1,8 bilhão.

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Já o jornal O Globo traz que o processo de privatização do Banco do Brasil já está sendo discutido pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, e sua equipe. O primeiro passo seria convencer Bolsonaro. Em nota, o ministério negou e o BB não comentou.

A Petrobras iniciou nesta segunda-feira (2) a etapa de divulgação da oportunidade referente à venda de sua participação nos campos terrestres de Dó-Ré-Mi e Rabo Branco, localizados na Bacia de Sergipe-Alagoas.

O governo federal anuncia neste mês a reformulação do programa habitacional Minha Casa Minha Vida, que passa a ter como prioridade municípios com até 50 mil habitantes, diz o ministro do Desenvolvimento Regional, Gustavo Canuto.

(Com Agência Estado, Agência Brasil e Bloomberg)

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Ricardo Bomfim

Repórter do InfoMoney, faz a cobertura do mercado de ações nacional e internacional, economia e investimentos.