Ibovespa Futuro sobe com novo estímulo chinês e dólar tem leves ganhos sem atuação do BC

Após seguidos pregões de queda do dólar ante o real, moeda dos EUA volta a se valorizar sem swaps no radar

Ricardo Bomfim

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SÃO PAULO – O Ibovespa Futuro abre em alta nesta segunda-feira (17), dia que provavelmente será de liquidez reduzida por conta do feriado do Dia do Presidente nos Estados Unidos. O que beneficia os ativos de renda variável é a sinalização de estímulos na economia chinesa para fazer frente aos impactos do coronavírus.

Liu Kun, ministro de Finanças da China, publicou artigo na revista do Partido Comunista afirmando que Pequim planeja cortar impostos para empresas e injetar mais US$ 1,1 bilhão no sistema financeiro. A atualização dos números desta segunda mostra que 70 mil pessoas foram infectadas pelo coronavírus, com 1.700 mortos.

Do lado negativo, os investidores temem o impacto da contração maior que a esperada do Produto Interno Bruto (PIB) do Japão, que caiu 6,3% no quarto trimestre do ano passado, contra uma retração esperada de 3,7%.

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Às 09h14 (horário de Brasília), o índice futuro para abril registrava ganhos de 0,45%, a 115.475 pontos, enquanto o dólar futuro com vencimento em março tem leve alta de 0,29%, para R$ 4,313. Já o dólar comercial registrava alta de 0,21%, a R$ 4,3092 na compra e R$ 4,3104 na venda.

A moeda dos EUA volta a se valorizar depois de ter caído 0,46% ante o real na semana passada. Esse movimento de apreciação da divisa brasileira esteve ligado às intervenções do Banco Central, que vendeu 20 mil contratos de swap por dia desde que o câmbio bateu R$ 4,38 na esteira de coronavírus e falas do ministro da Economia, Paulo Guedes, de que o atual patamar da moeda não é um problema, pois ajudaria os exportadores.

Já os contratos de juros futuros registram ganhos. O contrato com vencimento em janeiro de 2022 registra alta de três pontos-base, a 4,74%, enquanto o de vencimento em janeiro de 2023 avança cinco pontos-base, a 5,30%, seguido pela alta de três pontos-base do vencimento em janeiro de 2025, a 5,99%.

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Entre os indicadores, o mercado fez revisões baixistas para inflação e PIB deste ano. Segundo o Relatório Focus, divulgado pelo Banco Central, a mediana das projeções para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2020 passou de 3,25% para 3,22%, e permaneceu em 3,75% 2021.

Para o PIB, as projeções indicam crescimento de 2,23% neste ano (recuando em relação à expectativa de 2,30% da semana passada) e de 2,50% no ano que vem.

Para a taxa de câmbio, a mediana do dólar permaneceu em R$ 4,10 para o fim de 2020 e passou de R$ 4,10 para R$ 4,11 para 2021. Por fim, o mercado espera a taxa Selic em 4,25% neste ano e em 6% no próximo ano.

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Política 

O governo irá segurar a realização de novos concursos públicos federais até a aprovação da reforma administrativa pelo Congresso. A ideia é usar a abertura de novas vagas como moeda de troca pelas mudanças nas regras do funcionalismo.

Só entre 2020 e 2022, 60 mil servidores públicos se aposentarão, informa reportagem do jornal O Estado de S. Paulo. O secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, disse que “enquanto não aprovar a reforma, não vamos ter espaço para fazer novos concursos”.

O governo aposta que os servidores acabarão por aceitar a mudança, em função do estrangulamento dos serviços públicos e do aumento da carga de trabalho para quem seguir na ativa. O envio da proposta ao Legislativo, contudo, ainda depende da aprovação do presidente Jair Bolsonaro.

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Noticiário corporativo

O Grupo Pão de Açúcar (GPA) informou que a B3 S.A. – Brasil, Bolsa, Balcão, aprovou a admissão do GPA no segmento especial de listagem Novo Mercado. Já a Triunfo Participações (TPIS3) comunicou ao mercado que seu plano de recuperação judicial para a sua subsidiária que controla o Aeroporto de Viracopos (SP) foi aprovado pela assembleia dos credores.

O Magazine Luiza, por sua vez, registrou um lucro líquido ajustado de R$ 185,3 milhões no quarto trimestre de 2019, uma leve queda de 0,5% na comparação com igual período do ano passado. Apesar da queda, o resultado foi acima da maior estimativa dos analistas consultados pela Bloomberg, que esperavam lucro entre R$ 133 milhões e R$ 153 milhões. Já no acumulado do ano, o lucro líquido ajustado foi de R$ 552,1 milhões, queda de 6,4% frente os R$ 589,6 milhões de 2018.

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Ricardo Bomfim

Repórter do InfoMoney, faz a cobertura do mercado de ações nacional e internacional, economia e investimentos.