Ibovespa Futuro segue em alta após dado fraco dos EUA, mas dólar e DIs viram para queda

Pré-market mostra ganhos diante das novidades acerca das reformas

Ricardo Bomfim

(Shutterstock)

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SÃO PAULO – O Ibovespa Futuro sobe nesta quarta-feira (2) estendendo os ganhos da véspera, quando o noticiário político impulsionou as compras com as notícias de que a reforma Administrativa será enviada ao Congresso na quinta e a reforma Tributária e o Pacto Federativo também estariam prontos para endereçamento ao Legislativo.

Também faz preço hoje a decepção com o emprego no setor privado dos Estados Unidos. De acordo com o Relatório de Emprego ADP, os EUA criaram 428 mil vagas em agosto, número bem abaixo do 1 milhão esperado pelos economistas segundo o consenso Bloomberg.

Na tarde desta quarta, o Federal Reserve divulga o Livro Bege, com detalhes sobre os indicadores econômicos regionais dos EUA.

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Às 09h25 (horário de Brasília) o contrato futuro do Ibovespa para outubro tinha alta de 0,53%, aos 102.735 pontos.

Enquanto isso, o dólar comercial sobe 0,23% a R$ 5,3966 na compra e a R$ 5,3976 na venda. O dólar futuro para outubro virou para queda de 0,17%, a R$ 5,395 após o dado fraco de emprego nos EUA.

No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2022 cai um ponto-base a 2,78%, o DI para janeiro de 2023 perde três pontos-base a 3,93%, o DI para janeiro de 2025 recua três pontos-base a 5,74% e o DI para janeiro de 2027 varia negativamente em quatro pontos-base a 6,70%.

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O presidente Jair Bolsonaro disse que encaminhará a proposta para reestruturar as carreiras do funcionalismo público, mas destacou que as novas regras se aplicarão apenas aos futuros servidores. Mesmo assim, grupos de servidores se mobilizam em Brasília para influenciar a proposta.

Outro destaque é a aprovação do novo marco legal do gás na Câmara, que tem como objetivo abrir a concorrência no setor e reduzir o preço do gás natural. De acordo com O Estado de S.Paulo, a mudança pode destravar investimentos de até R$ 43 bilhões e ajudar a reindustrializar o país.

Reforma administrativa

Enquanto digere o pior resultado do Produto Interno Bruto (PIB) da história, o mercado espera para amanhã o envio da proposta de reforma administrativa ao Congresso. Na terça-feira, o presidente Jair Bolsonaro disse que encaminhará a proposta para reestruturar as carreiras do funcionalismo público.

Bolsonaro não detalhou a proposta, mas disse que as novas regras se aplicarão apenas aos futuros servidores, segundo a Agência Senado. A notícia é considerada uma vitória de Guedes e do presidente da Câmara, Rodrigo Maia.

A estratégia anterior do governo era deixar o envio da reforma administrativa para o ano que vem, mas o governo anunciou a decisão ontem, junto com a divulgação de prorrogação do auxílio emergencial, com mais quatro parcelas de R$ 300.

Diante da notícia, grupos de servidores públicos se articulam para dialogar com o governo. De acordo com a CNN, o objetivo é atenuar o texto e incluir alternativas como a fusão de carreiras e cortes de custeio, para evitar o risco de redução de jornada e de salários.

O governo fala sobre a possibilidade de economizar R$ 500 bilhões em dez anos, mas não há clareza sobre como esta meta será atingida. Segundo a publicação, também há questionamentos sobre os critérios que vão medir o desempenho do servidor e como a proposta irá impactar apenas quem ingressar no funcionalismo no futuro.

Ontem à noite, o presidente Bolsonaro confirmou que passará por uma cirurgia para remover um cálculo renal.

Novo marco legal do gás

Outro destaque foi a aprovação do projeto do novo marco legal do gás na Câmara, com 351 votos a favor e 101 contra. O projeto segue para o Senado. O objetivo do projeto é abrir a concorrência no setor e reduzir o preço do gás natural.

De acordo com O Estado de S.Paulo, a mudança pode destravar investimentos de até R$ 43 bilhões e ajudar a reindustrializar o país, ao baratear o preço da energia. O mercado até recentemente era dominado pela Petrobras, que decidiu deixar o ramo de distribuição e vender sua malha de gasodutos e estruturas essenciais.

A expectativa do ministro da Economia, Paulo Guedes, é de que o preço do gás pode cair 40%. Com o projeto, novos investimentos devem garantir maior infraestrutura para transportar, escoar e armazenar gás. Outra mudança é que será adotado um regime de autorizações de gasodutos, em substituição ao atual regime de exploração.

Radar corporativo

No noticiário corporativo, um dos destaques é o início da negociação das novas ações da Pague Menos e da Lavvi após oferta inicial de ações.

A Engie anunciou que o Itaú Unibanco vai comprar 18,56% do capital de uma controlada indireta da companhia, no valor de R$ 500 milhões. O acordo vai viabilizar a implantação de cerca de 1.800 quilômetros de linhas de transmissão nos estados do Pará e Tocantins.

Além disso, a Neoenergia contratou financiamentos de R$ 3,4 bilhões com o BNDES para as distribuidoras do grupo, enquanto a Iguá Saneamento retomou o processo de IPO.

Também chama atenção a renúncia do diretor Administrativo e Financeiro e de Relações com Investidores da Lojas Renner, Laurence Beltrão Gomes, que vai se dedicar a outros projetos.

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Ricardo Bomfim

Repórter do InfoMoney, faz a cobertura do mercado de ações nacional e internacional, economia e investimentos.