Ibovespa Futuro sobe com correção, mas tensão política pode prejudicar índice à vista

Contratos futuros desabaram no after-market com notícia de investigação contra Rodrigo Maia, que contrata incerteza no ambiente político doméstico

Ricardo Bomfim

(Shutterstock)

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SÃO PAULO – O Ibovespa Futuro abre em alta nesta terça-feira (27) após fechar o pregão da véspera em queda de 2,48%, uma baixa bem superior à registrada pelo índice à vista na véspera, de 1,27%. Assim, a diferença de desempenho na véspera pode resultar em um movimento de ajuste na abertura do pregão desta terça. 

O que provocou a queda do índice futuro no after-market de ontem foi a notícia do jornal O Estado de S.Paulo de que um relatório conclusivo da Polícia Federal atribuiu ao presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), os crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e caixa dois no âmbito das investigações que envolvem a delação da Odebrecht. 

Na planilha de propinas da empreiteira, o deputado é identificado como “Botafogo” e teria recebido R$ 350 mil nas eleições de 2010 e 2014. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Edson Fachin, deu 15 dias para a Procuradoria-Geral da República (PGR) decidir se oferece ou não a denúncia. 

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Maia é o principal credor das reformas no Congresso, sendo visto no mercado como o responsável pela aprovação com folga da Previdência na Câmara dos Deputados. Sua queda contrataria bastante incerteza no cenário político atual. 

Às 09h09 (horário de Brasília) o contrato futuro do Ibovespa para outubro subia 0,85% a 96.770 pontos, enquanto o dólar futuro para setembro tem leve variação negativa de 0,05% a R$ 4,153.

No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2021 cai três pontos-base a 5,52%, ao passo que o DI para janeiro de 2023 recua dois pontos-base a 6,59%. 

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Junto às notícias sobre Maia, houve a deterioração da avaliação do governo do presidente Jair Bolsonaro, cuja percepção negativa saltou de 19% em fevereiro para 39% este mês, enquanto a desaprovação subiu de 28,2% para 53,7%, apontou pesquisa da CNT/MDA.

Trégua?

O presidente dos EUA, Donald Trump, disse ontem que funcionários do comércio norte-americano receberam ligações de negociadores chineses propondo uma retomada das negociações, após os aumentos tarifários aplicados por ambos lados na última sexta-feira.

Entretanto, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Geng Shuang, afirmou não saber de nenhum telefonema envolvendo as partes, o que foi apoiado por Hu Xijin, editor-chefe do jornal estatal chinês The Global Times, que tuitou: “Com base no que sei, os principais negociadores chineses e norte-americanos não realizaram conversas por telefone nos últimos tempos”, relata a CNBC.

O yuan chinês seguiu trajetória de desvalorização frente ao dólar, atingindo as mínimas em mais de dez anos, em meio às negociações da guerra comercial. O Banco Popular da China definiu o ponto médio em 7,0810 por dólar – mais fraco do que a correção do dia anterior, porém mais forte do que o nível de 7,1055 que o mercado estava esperando, de acordo com uma estimativa da Reuters.

Assim, o yuan offshore foi negociado a 7,1750 por dólar, enquanto o yuan onshore estava sendo negociado a 7,1613 por dólar. Segundo analistas consultados pela CNBC, não há consenso sobre qual poderia ser o próximo nível a ser observado pelo yuan, o que deverá ser determinado pelos rumos das negociações comerciais.

Além disso, crescem os sinais de que a guerra comercial está afetando a economia global, com a queda das exportações colocando a Alemanha a registrar uma queda do PIB no segundo trimestre de 2019.

A atividade alemã teve contração de 0,1% no segundo trimestre de 2019 ante o primeiro trimestre, segundo dados divulgados nesta terça-feira pela agência de estatísticas alemã Destatis. O resultado confirmou os números preliminares divulgados há duas semanas e veio em linha com previsões de analistas ouvidos pelo Wall Street Journal.

Noticiário Corporativo

A Bloomberg destaca que o grupo liderado pela brasileira Itaúsa Investimentos SA está prestes a comprar a Liquigás, distribuidora de gás em botijão da Petrobras, já que sua oferta de R$ 3,5 bilhões está afastando rivais, disseram pessoas com conhecimento do assunto.

O Mubadala Investment de Abu Dhabi e a brasileira Consigaz Distribuidora de Gás Ltda, que poderiam ter tentado superar a Itaúsa em uma segunda rodada de ofertas, planejam abandonar a disputa junto com seus sócios. A desistência foi por considerarem o preço ofertado pelo Itaúsa alto demais, disseram as pessoas.

Ainda sobre a Petrobras, PetroChina, Sinopec e Saudi Aramco estão entre as empresas que devem ingressar na disputa pelas oito refinarias que a Petrobras pretende licitar.

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Ricardo Bomfim

Repórter do InfoMoney, faz a cobertura do mercado de ações nacional e internacional, economia e investimentos.