Ibovespa Futuro sobe com atenção a dados da China e inflação nos EUA; medidas de arrecadação ficam no radar

Investidores ficaram atentos à entrega do Orçamento de 2024 pelo governo, impactando principalmente o setor de bancos

Felipe Moreira

B3 Bovespa Bolsa de Valores de São Paulo (Germano Lüders/InfoMoney)

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O Ibovespa Futuro opera com leve alta nos primeiros negócios desta quinta-feira (31), último pregão do mês de agosto, com as atenções voltadas para dados de inflação nos Estados Unidos e da indústria na China, além de medidas no cenário nacional e do envio do Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2024 ao Congresso.

O PLOA de 2024 será enviado nesta quinta-feira ao Congresso com uma previsão de que a despesa primária crescerá R$ 129 bilhões em relação a este ano.

O governo ainda vai propor nesta quinta iniciativas com o objetivo de ampliar a arrecadação federal e viabilizar um déficit primário zero em 2024, incluindo medida que prevê o fim do mecanismo de distribuição de juros sobre capital próprio (JCP) por empresas, de acordo com duas fontes do Ministério da Fazenda que acompanham o assunto ouvidas pela Reuters.

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Os investidores devem reagir ainda à aprovação pelo plenário do Senado do projeto de lei que retoma o voto de qualidade em casos de empate nas decisões do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), o que deve aumentar a arrecadação do governo.

A Câmara dos Deputados também aprovou na quarta-feira o projeto que prorroga por mais 4 anos a desoneração da folha de pagamentos de 17 setores, que volta para o Senado.

No noticiário econômico, a taxa média de desemprego no Brasil manteve a tendência de queda no trimestre encerrado em julho e caiu para 7,9%, ou 0,6 ponto percentual abaixo da observada no trimestre entre fevereiro e abril e 1,2 p.p. menor que a do mesmo trimestre móvel de 2022, conforme dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada nesta quinta-feira (31) pelo IBGE.

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Às 9h53 (horário de Brasília), o índice futuro com vencimento em outubro operava com valorização de 0,14%, a 119.380 pontos.

Em Wall Street, os índices futuros operam em alta, enquanto investidores observam a divulgação do índice de preços de despesas de consumo pessoal, um importante indicador de inflação para o Federal Reserve (Fed).

O núcleo do índice de preços de gastos com consumo (PCE, na sigla em inglês) nos Estados Unidos subiu 0,2% em julho ante junho e 4,2% na comparação com o mesmo mês do ano passado.

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O resultado veio em linha com o esperado pelo mercado, uma vez que o consenso de analistas projetava alta mensal de 0,2% e de 4,2% na comparação anual.

Os investidores saíram de uma sessão positiva para os principais índices na quarta-feira, com o S&P 500 encerrando o dia com alta de 0,38%. O Dow Jones somou 37,57 pontos, ou 0,11%. Enquanto isso, o Nasdaq Composite ganhou 0,54%. Foi o quarto dia consecutivo de vitórias para os três principais índices.

Dólar

O dólar comercial opera com alta de 0,31%, cotado a R$ 4,884 na compra e R$ 4,885 na venda. Já o dólar futuro para setembro recuava 0,16%, equivalente a R$ 4,885.

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No mercado de juros, os contratos futuros operam com baixa. O DIF24 (janeiro para 2024) opera estável, a 12,38%; DIF25, -0,03 pp, a 10,47%; DIF26, -0,02 pp, a 10,04%; DIF27, -0,02 pp, a 10,20%; DIF28, -0,02 pp, a 10,48%; DIF29 -0,01 pp, a 10,68%.

Exterior

Os mercados europeus operam com alta, depois que o UBS divulgou seu primeiro conjunto de resultados desde que o banco concluiu a aquisição do Credit Suisse.

O UBS registrou lucro de US$ 28,88 bilhões no segundo trimestre, superando em muito as projeções de US$ 12,8 bilhões feitas por analistas consultados pela Reuters. As ações subiram 6,3% com a abertura dos mercados.

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Na frente de dados, a inflação na zona euro foi superior ao esperado para agosto, igualando o valor de julho de 5,3% e continuando bem acima da meta de 2% definida pelo Banco Central Europeu, de acordo com dados preliminares.

O número sugere que o banco poderá continuar a aumentar as taxas de juro em setembro, à medida que os governos europeus lutam para combater a inflação persistente

Ásia

Os mercados asiáticos fecharam sem direção definida, à medida investidores digeriam dados econômicos vindos da China.

A atividade fabril da China encolheu pelo quinto mês consecutivo, com o PMI da indústria do país chegando a 49,7 em agosto. Esta foi uma contração menor em comparação com os 49,4 esperados pelos economistas consultados pela Reuters e os 49,3 de julho.

O PMI do setor não-industrial enfraqueceu pelo quinto mês consecutivo para 51,0, abaixo dos 51,5 de julho, enquanto o PMI composto ficou em 51,3, marcando seu primeiro aumento em quatro meses.

Já as vendas no varejo do Japão saltaram mais do que o esperado em Julho, subindo 6,8% em termos anuais, em comparação com o aumento de 5,4% esperado por uma sondagem da Reuters.

Na Índia, as ações da Adani caíram em meio a novas alegações de manipulação comercial. Adani Energia Verde liderou as perdas, caindo cerca de 3,6% enquanto Adani Enterprises caiu 2,1%.

Os preços do petróleo operam no azul, depois que dados do governo dos EUA mostraram reservas de petróleo mais restritas do que o esperado, enquanto as preocupações com a economia chinesa limitaram os ganhos.

As cotações do minério de ferro na China fecharam com forte alta após a atividade fabril chinesa contrair menos que o esperado em agosto.