O Ibovespa Futuro opera com alta nos primeiros negócios desta quarta-feira (27) em meio à recuperação no exterior e com atenções voltadas para a política. A sessão também marca a participação do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em audiência pública na Câmara dos Deputados e posterior encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para melhorar sua relação.
Lula terá reunião, às 17h30 (horário de Brasília), com Campos Neto, presidente do Banco Central, e Fernando Haddad, ministro da Fazenda, no Planalto.
Será a primeira reunião entre Campos Neto e Lula desde que o presidente tomou posse, e acontece depois de uma série de críticas intensas à condução pelo BC da política monetária.
Mais cedo, a Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados promove audiência pública nesta quarta com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, às 9h. Ele deve falar sobre política monetária e explicar um erro contábil no fluxo cambial, divulgado em janeiro pela instituição.
No exterior, o Banco do Povo da China (PBoC, banco central chinês) anunciou que deve intensificar o apoio à economia do país. As medidas anunciadas incluem redução de pagamentos iniciais e das taxas de hipoteca para compradores de casas, como parte do esforço de Pequim para apoiar o mercado imobiliário.
Os lucros da indústrias chinesas caíram 11,7% em termos anuais em agosto, uma contração menor do que a queda de 15,5% nos primeiros sete meses.
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Ibovespa Futuro (INDFUT)
Às 9h20 (horário de Brasília), o índice futuro com vencimento em outubro operava com alta de 0,52%, aos 115.395 pontos.
Em Wall Street, os índices futuros de Nova York operam com alta, revertendo parte das fortes perdas da sessão anterior, quando relatórios de vendas de casas e de confiança do consumidor ficaram abaixo das expectativas, alimentando preocupações sobre o estado da economia dos EUA.
A reação aos dados foi exacerbada pela perspectiva de que os juros deverão se manter em patamar restritivo por período prolongado nos EUA, trajetória que tem sido defendida quase que exaustivamente pelos diretores do Fed após a última decisão de política monetária do Fomc.
Contudo, a sessão é de recuperação com uma boa notícia vinda da política. Os líderes do Senado dos EUA apresentaram seu próprio projeto de lei para evitar que o governo fique sem dinheiro até meados de novembro e fornecer US$ 6 bilhões em assistência à Ucrânia. O plano para evitar uma paralisação a partir da madrugada de sábado ainda precisa superar o impasse na Câmara. O presidente Joe Biden disse que era hora de os republicanos da Câmara aumentarem a pressão para evitar o bloqueio fiscal.
Nesta manhã, o Dow Jones Futuro subia 0,30%, o S&P Futuro tinha alta de 0,37% e Nasdaq Futuro avançava 0,33%.
Dólar hoje
O dólar comercial operava com alta de 0,23%, cotado a R$ 4,998 na compra e R$ 4,999 na venda, após fechar em alta ante o real na véspera, em sintonia com o exterior, onde a moeda norte-americana também subia, na esteira do avanço dos rendimentos dos Treasuries em meio à percepção de que o Fed manterá a taxa de juros mais elevada por mais tempo.
Já o dólar futuro (DOLFUT) para outubro subia 0,31%, indo aos 5.007 pontos.
O índice do dólar (DXY), que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas, avançava 0,17%, a 106,41.
No mercado de juros, os contratos com operavam sem direção única nesta manhã de quarta-feira. O DIF24 (janeiro para 2024) opera estável, a 12,26%; DIF25, -0,01 pp, a 10,78%; DIF26, -0,01 pp, a 10,60%; DIF27, +0,01 pp, a 10,89%; DIF28, 0,00 pp, a 11,22%; DIF29 0,00 pp, a 11,47%.
Exterior
Os mercados europeus operam sem direção definida, à medida que os investidores continuam a avaliar a inflação, as taxas de juro e a saúde da economia global.
O índice Stoxx 600 sutem ligeira alta de 0,1%, com setores espalhados por território marginalmente negativo e positivo. As ações de telecomunicações caíram 1%, liderando perdas menores, enquanto as ações de tecnologia tiveram um aumento de 1%.
A confiança do consumidor alemão provavelmente não se recuperará em 2023, afirmou um relatório da empresa de pesquisa de mercado GfK.
Ásia-Pacífico
Os mercados da Ásia-Pacífico fecharam com alta em sua maioria, com os investidores avaliando os dados industriais da China e os números da inflação de agosto na Austrália.
Nos primeiros oito meses do ano, os lucros das empresas industriais da China registaram uma queda de dois dígitos, mas o ritmo da queda abrandou ligeiramente em agosto.
Os lucros caíram 11,7% em termos anuais em agosto, uma contração menor do que a queda de 15,5% nos primeiros sete meses.
A taxa de inflação da Austrália, por sua vez, subiu 5,2% em termos anuais em agosto, em linha com as expectativas de economistas consultados pela Reuters, enquanto a inflação global ficou em 5,5%.
O setor imobiliário da China trouxe mais más notícias, desta vez que o presidente do China Evergrande Group foi colocado sob vigilância policial, de acordo com uma reportagem da Bloomberg News na quarta-feira. Isso aumenta a pressão sobre o desenvolvedor em apuros, cujas perspectivas já haviam piorado significativamente esta semana.
Commodities
As cotações do petróleo sobem à medida que investidores se concentram no aperto da oferta da commodity.
Dados da indústria divulgados na terça-feira mostraram que os estoques de petróleo bruto dos EUA aumentaram na semana passada em cerca de 1,6 milhão de barris, contra as expectativas dos analistas de uma queda de cerca de 300 mil barris.
No entanto, os mercados continuaram preocupados com o fatos dos estoques de petróleo bruto dos EUA no principal centro de armazenamento de Cushing, Oklahoma, caírem abaixo dos níveis operacionais mínimos.
As cotações do minério de ferro na China fecharam em alta, com dados melhores do que o esperado sobre os lucros industriais no principal consumidor, a China, impulsionando o sentimento, embora as preocupações persistentes com a demanda em meio à fraqueza persistente no mercado imobiliário do país, atingido pela crise, continuassem sendo um obstáculo.