Ibovespa Futuro sobe após aprovação da Reforma da Previdência na CCJ; dólar fica estável

Mercado comemora votação de um texto que não foi muito desidratado pelos deputados e espera próximos passos

Ricardo Bomfim

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SÃO PAULO – O Ibovespa Futuro sobe nesta quarta-feira (24) repercutindo a aprovação da Reforma da Previdência na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) na Câmara dos Deputados ontem. O texto foi aprovado por 48 votos favoráveis e 18 contrários, resultado que foi comemorado pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Para hoje, o dia é cheio de indicadores econômicos e ficam as expectativas pela instalação da Comissão Especial, próxima etapa da Previdência no Congresso. 

Às 09h40 (horário de Brasília) o contrato futuro do índice para junho subia 0,16% a 96.885 pontos. Já o dólar futuro para maio tem alta de 0,2% a R$ 3,929. 

O ponto positivo da sessão de ontem foi que os jabutis retirados da Previdência para garantir a votação não trazem impacto fiscal. Foram tiradas do relatório a isenção da multa do FGTS a aposentados, a redução da idade na PEC da bengala, a exclusividade da Justiça-DF a processos da reforma e a exclusividade do Executivo para mudar a Previdência.

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Entre os indicadores, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), mostrou fechamento de 43.196 vagas de emprego em março, no pior resultado para o mês desde março de 2017, quando foram fechadas 63.624 vagas. 

Na política, o Superior Tribunal de Justiça reduziu a pena do ex-presidente Lula, o que poderá garantir a migração ao regime semiaberto ainda este ano. Enquanto isso, os militares coordenam uma estratégia para amenizar o desconforto entre os integrantes da família Bolsonaro e Mourão.

Nos juros futuros, o DI para janeiro de 2021 tem baixa de dois pontos-base a 6,95%, ao passo que o DI para janeiro de 2023 fica estável a 8,12%. 

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Bolsas Internacionais

Na Ásia, as bolsas fecharam com sinais mistos. O recente aumento do petróleo pode trazer impacto negativo para a economia do continente, diante das altas quantidades de importações líquidas do produto. Além disso há a preocupação quanto ao governo chinês reduzir medidas de estímulo para se concentrar na redução da sua alavancagem, diante da expansão do PIB acima das expectativas.

O mercado seguirá atento às negociações comerciais entre os Estados Unidos e a China. O representante do comércio dos EUA, Robert Lighthizer, e o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, irão a Pequim para dar sequências às negociações, que até o momento se concentraram em questões como transferência de tecnologia, propriedade intelectual e reformas estruturais.

Na Europa, as bolsas operam predominantemente em baixa no aguardo da safra de resultados corporativos. Mesmo com o resultado acima do esperado do Credit Suisse, que abriu a temporada de balanços dos bancos europeus, a piora no desempenho do índice de sentimento empresarial na Alemanha alerta sobre os riscos da desaceleração do ritmo de crescimento da maior economia europeia. 

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Entre as commodities, o preço do petróleo opera em queda, em meio aos sinais de que os mercados globais continuam abastecidos, mesmo com a pressão de Washington por sanções mais severas ao Irã. O minério de ferro também opera em baixa, diante da expectativa de retomada do aumento da produção no Brasil.

As bolsas norte-americanas operam entre perdas e ganhos. 

Noticiário corporativo

O engenheiro de recursos hídricos da Vale (VALE3) Felipe Rocha disse ontem a diretoria da mineradora tinha conhecimento dos riscos de um possível desabamento da barragem de Brumadinho. Em declaração à CPI no Senado que apura as causas do acidente, ele afirmou que os riscos foram apresentados em um painel de especialistas e em um subcomitê da Vale. Rocha afirmou, entretanto, que não poderia afirmar se as apresentações chegaram ao conhecimento do ex-presidente, Fabio Schvartsman.

A Cielo (CIEL3) registrou um lucro líquido de R$ 548,5 milhões no primeiro trimestre deste ano, cifra 40,4% menor que a registrada no mesmo intervalo do ano passado. O Ebitda recuou 34%, para R$ 1,243 bilhão, enquanto a receita líquida caiu 0,4%, para R$ 2,773 bilhões. O volume financeiro capturado pela empresa com suas maquininhas subiu 3%, para R$ 155,7 bilhões. A empresa informou que projeta um lucro líquido consolidado entre R$ 2,3 bilhões e R$ 2,6 bilhões este ano.

A Via Varejo (VVAR3), controladora das redes Casas Bahia e Ponto Frio, registrou um prejuízo líquido de R$ 49 milhões no primeiro trimestre deste ano, revertendo um lucro apurado de R$ 64 milhões do mesmo período do ano passado. O resultado foi impactado pela menores vendas e margens brutas no período, mesmo com uma redução nas despesas. O Ebitda ajustado recuou 18,2%, somando R$ 521 milhões. A receita líquida recuou 4% e as vendas mesmas lojas caíram 1,9%.

O Carrefour (CRFB3) registrou um crescimento de 9,9% das vendas consolidadas no primeiro trimestre, que somaram R$ 14,2 bilhões. A maior inflação dos alimentos contribuiu para o resultado. As vendas no conceito mesmas lojas cresceram 7,2%, excluindo gasolina e com GMV, o maior nível desde o primeiro trimestre de 2017, afirmou a companhia em relatório preliminar das vendas.

A JBS (JBSS3) informou ontem que realizou por meio de empresas controladas nos EUA reabriu a emissão de três bônus no valor total de US$ 700 milhões. Os recursos da transação e o saldo em caixa serão usados para amortizar um saldo de US$ 1 bilhão do Term Loan da sua controlada JBS USA Lux com vencimento em outubro de 2022.

Ricardo Bomfim

Repórter do InfoMoney, faz a cobertura do mercado de ações nacional e internacional, economia e investimentos.