Ibovespa Futuro sobe apesar de coletiva de Trump sobre a China e em meio a PIB brasileiro; dólar cai a R$ 5,37

Pré-market registra perdas com a piora no noticiário internacional, que se conjuga aos impactos do coronavírus aqui

Ricardo Bomfim

(Shutterstock)

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SÃO PAULO – O Ibovespa Futuro abre em alta nesta sexta-feira (29) ignorando a onda de aversão a risco, que varre o mundo devido ao anúncio do presidente americano Donald Trump, de que iria fazer uma coletiva de imprensa para falar sobre a China. A informação veio em meio a uma escalada nas tensões entre as duas maiores potências globais depois que o Legislativo chinês aprovou uma lei de Segurança Nacional para a cidade de Hong Kong, que concentrou protestos contra Pequim no início do ano.

Não se limitou à China a elevação do tom de Trump. O líder dos EUA também investe pesado contra as redes sociais. Hoje ele voltou à carga no Twitter escrevendo que a rede “não fez nada sobre as mentiras e propagandas da China ou do partido Democrata de esquerda radical”. Na opinião de Trump, o Twitter e outras plataformas de comunicação atacam apenas republicanos e conservadores.

Ele ameaça revogar a Seção 230 da “Communications Decency Act of 1996 (CDA)”, segundo a qual nenhum provedor de internet ou plataforma pode ser responsabilizado por discursos difamatórios.

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Por aqui, foi divulgado o Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre, que registrou uma contração de 1,50%, em linha com a mediana das projeções dos economistas compilada no consenso Bloomberg. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e pegam o início dos impactos do coronavírus na economia brasileira.

Às 09h15 (horário de Brasília) o contrato futuro do Ibovespa para junho subia 0,72% a 87.245 pontos.

Já o dólar comercial tinha queda de 0,28%, a R$ 5,3685 na compra e R$ 5,371 na venda. O dólar futuro para junho subia 0,63% a R$ 5,309.

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Câmbio

Na noite de quinta-feira, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que a autarquia estava preparada para atuar de mais intensa no mercado de câmbio, mas que o real passou a se valorizar.

“Nós fizemos intervenções maiores, até estávamos preparados em algum momento para fazer uma intervenção maior, acabou que o câmbio voltou recentemente um pouco”, disse em transmissão pela internet realizada pelo BTG Pactual.

No ano, o dólar acumula uma alta de 34% e na quinta-feira fechou a R$ 5,3812. No dia 13, chegou aos R$ 5,90.

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Apesar de estar preparado para intervir, Campos Neto reforçou que o câmbio é flutuante.

O presidente do BC falou ainda que mesmo com os juros baixos, em 3% ao ano, a política monetária não está esgotada.

Panorama político

A temperatura política em Brasília deverá continuar concentrando atenções. Após os ataques do presidente Jair Bolsonaro ao Supremo Tribunal Federal (STF), que conduz o inquérito que investiga a propagação de fake news, os ministros da Corte se uniram na defesa da instituição.

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Segundo o jornal “O Globo”, os magistrados acreditam que, apesar das agressões, não haverá uma ofensiva contra a Corte. Para eles, caso seja necessário reagir, o ideal é “não se igualar” aos que os atacam.

O governo também lida com a crise causada pela pandemia do coronavírus. O posto de ministro da Saúde segue vago e o pais alcançou, na quinta-feira, o total de 26.754 mortes causadas pela Covid-19.

Noticiário corporativo

O varejo segue sendo um dos setores mais afetados pelas medidas restritivas geradas pelo coronavírus. A piora dos resultados têm sido mais intensa nas empresas desse segmento.

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A Lojas Marisa registrou no primeiro trimestre do ano um prejuízo líquido de R$ 107,1 milhões, antes R$ 32,4 milhões nos primeiros três meses de 2019.

A receita líquida somou entre janeiro e março R$ 571,7 milhões, uma queda de 5,4%. O desempenho do canal de venda eletrônico contribuiu para amenizar à queda das vendas nas lojas físicas a partir de meados de março. O aumento foi de 47,3%.

Já a Cia. Hering registrou no primeiro trimestre do ano um lucro líquido de R$ 5 milhões, queda de 89,2% na comparação com igual período de 2019.

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A empresa informou que cerca de 30% de suas lojas estão abertas atualmente e que as operações fabris foram parcialmente retomadas.

Já a fabricante de móveis Unicasa, dona das marcas Dell Anno e Favorita, teve prejuízo de R$ 108 milhões, ante R$ 2,973 bilhões de lucro em igual período do ano passado.

No caso da Cosan Logística, prejuízo líquido foi de R$ 80 milhões no primeiro trimestre do ano, ante lucro de R$ 7 milhões em igual período do ano passado.

A Eletrobras, por fim, reportou lucro líquido de R$ 306,83 milhões no primeiro trimestre de 2020, o que representa queda de 77,23% na comparação com o lucro líquido de R$ 1,347 bilhão de igual período do ano anterior.

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Ricardo Bomfim

Repórter do InfoMoney, faz a cobertura do mercado de ações nacional e internacional, economia e investimentos.