Ibovespa Futuro sobe com alívio na guerra comercial, PIB dos EUA e acordo do pré-sal

Mercado comemora menores tensões no ambiente externo e acordo para aprovar a cessão onerosa e o leilão do pré-sal por aqui

Ricardo Bomfim

(Shutterstock)

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SÃO PAULO – O Ibovespa Futuro opera em alta nesta quinta-feira (26) ainda na esteira do ânimo que tomou conta dos mercados após o presidente americano, Donald Trump, afirmar que um acordo com a China está próximo. O mercado também reage ao Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos do segundo trimestre, que teve um crescimento de 2%, em linha com as expectativas dos economistas no consenso Bloomberg.

Por aqui, o alento fica por conta do acordo entre o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o Congresso para viabilizar o trecho da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da cessão onerosa necessário para a realização do leilão do pré-sal no início de novembro.

Às 9h44 (horário de Brasília), o contrato futuro do Ibovespa para outubro subia 0,18% a 104.910 pontos, enquanto o dólar futuro para o mesmo vencimento caía 0,45% a R$ 4,132.

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No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2021 recua um ponto-base a 4,98% ao passo que o DI para janeiro de 2023 cai na mesma proporção a 6,10%.

Entre os indicadores, o Relatório Trimestral de Inflação do Banco Central mostrou uma revisão das projeções do BC para o PIB de 2019 de 0,8% para 0,9%. No caso da inflação, o BC manteve a projeção anterior. Para a autoridade monetária, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) deve terminar o ano em 3,4%.

A revisão do PIB reflete o resultado mais forte que o esperado no segundo trimestre (alta de 0,4%) e as expectativas de aumento no ritmo da atividade depois que for liberado o saque das contas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).

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PIB dos EUA

O PIB dos Estados Unidos cresceu 2% no segundo trimestre deste ano, ficando em linha com a expectativa mediana dos economistas, compilada no consenso Bloomberg.

Essa foi a terceira estimativa do dado que é calculado pelo Departamento de Análises Econômicas (BEA na sigla em inglês), do país. Na segunda estimativa, tinha sido registrada uma expansão de 2,4% na atividade da maior economia do mundo.

No primeiro trimestre, o PIB dos EUA cresceu 3,1% mesmo com os impactos da guerra comercial.

Governo e Congresso

Para tentar acelerar o andamento de pautas prioritárias à equipe econômica do governo no Congresso, Rodrigo Maia (presidente da Câmara), Davi Alcolumbre (presidente do Senado) e Paulo Guedes (ministro da economia) se reuniram ontem, por cerca de uma hora e meia, buscando um “acerto” no mundo político para o avanço de propostas que são essenciais para o ajuste nas contas do País.

Segundo o jornal O Estado de S.Paulo, ficou acordado que a equipe econômica vai apoiar a PEC do deputado Pedro Paulo (DEM-RJ) para acelerar e ampliar os “gatilhos” de ajuste nas despesas obrigatórias, que incluem benefícios previdenciários e salários de servidores. Essa PEC é considerada pela área econômica como um “primeiro passo” na direção do chamado “pacto federativo”.

Outra medida que esteve na agenda prioritária debatida na reunião é o chamado ‘Plano Mansueto’, que busca conceder a Estados pouco endividados, mas com dificuldades de caixa, acesso a novos empréstimos em troca de medidas de ajuste fiscal.

Durante audiência pública, no Congresso, Guedes afirmou que, se a reforma do pacto federativo, que desvincula recursos federais e aumenta a partilha da União com estados e municípios, não for aprovada, serviços públicos correm o risco de serem paralisados a partir do próximo ano.

“O Orçamento de 2020 prevê déficit [primário] de R$ 124 bilhões, um pouco melhor que neste ano [déficit de R$ 139 bilhões]”, afirmou Guedes, acrescentando: “As previsões são dramáticas, não apenas para o governo federal, mas também para estados e municípios, se a classe política não recuperar o controle do Orçamento”.

Para o presidente da Câmara, o Orçamento público tornou-se uma peça de ficção, que atende a frações privilegiadas da sociedade. Ao mesmo tempo, ressaltou Maia, os gastos públicos aumentam de forma descontrolada, enquanto a maior parte da população tem acesso insuficiente a serviços públicos e empresários conseguem R$ 400 bilhões em subsídios e em incentivos fiscais.

Sobre a reforma da Previdência, o jornal O Globo traz que o adiamento por uma semana da votação da PEC no Senado abriu brechas a lobbies do setor privado e pressões dos partidos da oposição buscando desidratar a proposta. Segundo a publicação, as mudanças têm potencial de redução em cerca de R$ 152 bilhões a economia dos gastos em dez anos.

Entre as propostas que os grupos tentam mexer na reforma da Previdência estão a retirada do aumento de 5% na alíquota da CSLL, defendida pela Febraban; enquanto partidos da oposição buscam derrubar ao menos dois pontos: um que trata do abono salarial e o que fixa a idade mínima para trabalhadores que lidam com atividades prejudiciais à saúde, diz o Globo.

Ainda sobre o governo, Guedes fechou um acordo com a cúpula do Congresso para viabilizar a realização do megaleilão do pré-sal marcado para novembro, mesmo que deputados voltem a mudar a partilha entre Estados e municípios dos recursos previstos, pontua o Estadão.

Noticiário Corporativo

Segundo o jornal Valor Econômico, a Petrobras propôs aos seus acionistas mudanças no estatuto para rever a prática de distribuição de dividendos trimestrais. Segundo a publicação, o tema está na pauta da assembleia geral extraordinária da próxima segunda-feira e o assunto está em linha com a nova política de remuneração aos acionistas apresentada em agosto.

O conselho da Vale aprovou a proposta de encerramento do programa de listagem dos ADSs na Euronext Paris. “A Companhia submeterá o pedido de deslistagem na Euronext Paris nas próximas semanas e o efetivo encerramento do programa estará sujeito à aprovação da Euronext Paris”, disse a empresa em fato relevante, acrescentando que a decisão está em linha com a estratégia de simplificação de processos

O Congresso Nacional decidiu, em sessão realizada ontem à noite manter o veto do presidente Jair Bolsonaro à franquia de bagagens despachadas no transporte aéreo de passageiros. Para o veto ser derrubado eram necessários 257 votos contrários, mas faltaram dez votos. Foram 247 votos contrários ao veto e 187 favoráveis. Com isso, as empresas aéreas poderão continuar cobrando pela bagagem despachada.

(Com Agência Estado, Agência Brasil, Agência Câmara e Bloomberg)

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Ricardo Bomfim

Repórter do InfoMoney, faz a cobertura do mercado de ações nacional e internacional, economia e investimentos.