Ibovespa Futuro vira para queda após EUA perderem 701 mil empregos em março; dólar sobe a R$ 5,28

Pré-market mostra desempenho positivo ainda diante de uma expectativa por resolução na guerra de preços dos combustíveis

Ricardo Bomfim

Painel de ações e gráfico (Crédito: Shutterstock)

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SÃO PAULO – O Ibovespa Futuro virou para queda nesta sexta-feira (3) após os Estados Unidos registrarem uma perda de 701 mil empregos em março. O consenso dos economistas da Bloomberg apontava para uma destruição de 100 mil postos de trabalho no período.

Mais cedo, o índice futuro subia ainda acompanhando o rali do petróleo. O barril do Brent dispara mais 14,9% hoje, chegando a US$ 34,40, em meio à expectativa por um acordo da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) após a Arábia Saudita convocar reunião para discutir a crise no mercado.

Ontem, o presidente americano, Donald Trump, escreveu no Twitter que falou com o príncipe herdeiro saudita, Mohammed bin Salman e, após a conversa, esperava que russos e sauditas cortassem em até 15 milhões de barris por dia na produção de petróleo. Contudo, a Rússia negou que tenha mantido conversas com a Arábia Saudita.

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Às 09h45 (horário de Brasília), o Ibovespa Futuro registrava perdas de 0,58%, aos 71.820 pontos. Já o dólar futuro para maio sobe 0,53% a R$ 5,295. O dólar comercial tem alta de 0,33% a R$ 5,281 na compra e a R$ 5,2835 na venda.

No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2022 cai um ponto-base a 3,99%, o DI para janeiro de 2023 fica estável a 5,37% e o DI para janeiro de 2025 registra ganhos de dois pontos-base a 6,96%.

Na zona do euro, a Markit divulgou que o índice dos gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês), que despencou de 51.6 pontos em fevereiro para 29.7 pontos em março, informa a CNBC. Os dados indicam a maior contração da atividade econômica em 20 anos na Itália, Espanha e França, justamente os três países mais atingidos pela epidemia do coronavírus no continente.

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Já na China, o PMI Caixin serviços divulgado na noite passada subiu mais que o previsto em março, de 26,5 para 43. Já a Markit publicou os índices dos serviços e o composto dos gerentes de compras (PMI) para a Zona do Euro em março. Houve queda no PMI composto de 51.6 pontos em fevereiro para 29.7 pontos em março, pior resultado em 20 anos.

Política

Rodrigo Maia, presidente da Câmara dos Deputados, negocia para viabilizar votação hoje em dois turnos na Câmara do “Orçamento de Guerra”, destaca o Valor. Segundo fontes não identificadas pelo jornal, Maia quer acelerar tramitação para dar uma resposta ao ministro Paulo Guedes. O objetivo é ampliar a pressão sobre o governo para liberação dos recursos do auxílio- emergencial; Maia quer derrubar de vez o argumento de Guedes de que só poderá liberar os recursos após a aprovação da PEC. Na terça-feira, Maia afirmou, em plenário, que Guedes tenta jogar a responsabilidade sobre a falta de ações do ministério nos outros.

Já o presidente Jair Bolsonaro subiu o tom e criticou abertamente Luiz Henrique Mandetta, ministro da Saúde, em entrevista à rádio Jovem Pan, afirmando que o ministro extrapolou, contudo, não pretende demiti-lo. “Se não houver volta gradativa, terei de tomar uma decisão”. Ele ainda disse que “pode ser que Mandetta esteja certo, mas falta a ele humildade”.

O Supremo Tribunal Federal (STF) tem dado sinais que tenta impor limites às ações denBolsonaro. A maioria dos ministros está disposta a impedir movimentos do chefe do poder Executivo para afrouxar medidas contra o alastramento da epidemia da Covid-19. Gestos públicos da insatisfação da cúpula do poder Judiciário foram dados recentemente após atitudes do mandatário, informa a Folha de S. Paulo.

Os ministros Alexandre de Moraes e Marco Aurélio levaram à frente os questionamentos que tratam da atuação de Bolsonaro frente à crise. Um deles é a denúncia-crime do deputado federal Reginaldo Lopes (PT-MG) contra o presidente, por supostamente ter violado a Lei que determina pena a quem desrespeitar ordem do poder público para evitar propagação de doença contagiosa.

Empresas pedem revisão de contratos

Sob a alegação de “força maior” ou “evento fortuito”, por causa da epidemia do coronavírus, empresas começam a recorrer à Justiça – e a ter sucesso nos pedidos – para rever contratos. A Raízen, empresa de combustíveis da Cosan e da Shell, declarou “força maior” na revisão dos compromissos com fornecedores por causa da queda nas vendas. A União da Indústria da Cana-de-açúcar (Unica) fornecedora da Raízen, contesta, informa reportagem do jornal O Estado de S. Paulo.

Noticiário corporativo

A Petrobras comunicou que descobriu petróleo no poço pioneiro de Uirapuru, no pré-sal da Bacia de Santos. A estatal informou que analisa os dados para avaliar o “potencial da descoberta”. A Tegma, maior operadora logística no transporte de carros zero-quilômetro, autorizou a diretoria a levantar R$ 100 milhões no sistema financeiro. Já a Usiminas comunicou que reduziu seus investimentos de R$ 1 bilhão para R$ 600 milhões em 2020. Por causa da crise do coronavírus, a empresa tomará várias medidas a partir de amanhã, como o abafamento dos Altos-Fornos 1 e 2 da usina de Ipatinga (MG).

A Agência Nacional de Mineração (ANM) interditou as barragens da Vale sem declaração de estabilidade, enquanto a JBS anunciou a contratação de 3 mil pessoas no Brasil.

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Ricardo Bomfim

Repórter do InfoMoney, faz a cobertura do mercado de ações nacional e internacional, economia e investimentos.