Ibovespa Futuro sobe 2% e dólar cai após apoio de Bolsonaro a Guedes e estímulos no exterior

Após a forte queda da sexta-feira com a tensão política, bolsa começa a semana com ganhos após Bolsonaro realizar coletiva no Planalto

Rodrigo Tolotti

Gráfico de ações (Crédito: Shutterstock)

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SÃO PAULO – O mercado brasileiro começa a semana em alta, seguindo o bom humor externo com investidores atentos à reabertura da economia em alguns países europeus e estados americanos, além dos novos estímulos anunciados no Japão.

Além disso, anima o mercado nesse início de dia a fala do presidente Jair Bolsonaro reforçando seu apoio ao ministro da Economia, Paulo Guedes, dizendo que o chefe da pasta é quem comanda a economia.

“Acabei mais uma reunião aqui tratando de economia. E o homem que decide a economia no Brasil é um só: chama-se Paulo Guedes. Ele nos dá o norte, nos dá recomendações e o que nós realmente devemos seguir”, disse Bolsonaro em frente ao Palácio da Alvorada.

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Enquanto isso, o ministro afirmou que o governo segue firme em sua política econômica de responsabilidade fiscal. Guedes explicou ainda que os gastos feitos para combater o novo coronavírus são uma “exceção” na condução da política econômica.

“Queremos reafirmar a todos que acreditam na política econômica que ela segue e a mesma política econômica”, ressaltou Guedes.

Às 09h15, o Ibovespa Futuro tinha alta de 1,85%, aos 78.000 pontos – após chegar a subir 2,6% nos primeiros sinais do dia -, enquanto o dólar futuro para maio registrava queda de 0,24%, para R$ 5,572. Enquanto isso, em Nova York, o ETF brasileiro EWZ registra alta de 5,73%.

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Já no mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2022 recua 15 pontos-base, em 3,90%, enquanto o DI para janeiro de 2023 tem queda de 25 pontos, para 5,24%. O contrato para janeiro de 2025 cai 25 pontos-base a 7,06%.

As bolsas da Ásia fecharam todas em alta, com destaque para Tóquio, onde o índice Nikkei-225 avançou 2,71% após o Banco do Japão (BoJ) anunciar a compra de comercial papers e outras medidas de estímulo.

O BoJ manteve os juros, como esperado, mas anunciou que continuará a comprar bônus do Japão (JGB) e T-bills “sem estabelecer um limite” e elevou sua meta de compras de dívida corporativa e commercial papers para 20 trilhões de ienes. Segundo o Swissquote, a postura do BoJ “busca ajudar companhias a encontrar financiamento fácil, diante da desaceleração econômica puxada pela pandemia”.

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Na Europa, as bolsas abriram em alta, após o governo italiano publicar ontem um decreto para o começo da fase 2 de reabertura da economia em 4 de maio. A terceira fase, disse o premiê italiano Giuseppe Conte, com a reabertura de bares, restaurantes e museus, só começa dia 18 de maio.

No Reino Unido, o premiê Boris Johnson volta hoje ao trabalho em Downing Street no centro de Londres. Johnson ficou duas semanas hospitalizado com o coronavírus. Ele deve anunciar nesta semana medidas para reabrir a economia britânica, mas alertou para os riscos de um aumento no número de casos. Johnson definiu a situação como de “máximo risco”. A Grã-Bretanha tem mais de 20 mil mortes e 100 mil casos do coronavírus.

A última semana de abril terá reuniões de dois bancos centrais importantes: o Federal Reserve dos Estados Unidos, terça e quarta-feira; e o Banco Central Europeu, que se reúne na quinta-feira. Além disto, as empresas de tecnologia, como Apple, Amazon e Microsoft, deverão publicar balanços do primeiro trimestre.

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No Brasil, a temporada de resultados corporativos do primeiro trimestre ganha tração nesta semana, com a publicação dos balanços do Santander Brasil, Bradesco, Vale, Minerva e Gol, entre outras empresas. Já a Boeing, que luta com a crise do 737 Max e cancelando pedidos, desistiu do negócio de jatos comerciais da Embraer.

Agenda econômica

Às 15h, serão revelados os números da balança comercial semanal até 26 de abril.

A Fundação Getúlio Vargas (FGV) publica na manhã desta segunda suas sondagens do Comércio e do Consumidor em abril. No exterior, poucos indicadores nesta segunda-feira.

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Política 

O presidente Jair Bolsonaro deve anunciar Jorge Oliveira como o novo ministro da Justiça, segundo Folha de S. Paulo e G1. Oliveira é atualmente ministro da Secretaria-Geral da Presidência. Ele substituirá Sergio Moro, ex-juiz que renunciou na sexta-feira depois de acusar Bolsonaro de interferência política no trabalho da Polícia Federal. De acordo com o G1, Bolsonaro também anunciará Alexandre
Ramagem, chefe da Abin, como o novo diretor da Polícia Federal.

Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, suspeito de ingerência na PF, o presidente Jair Bolsonaro agora é alvo de dois procedimentos de investigação abertos pelo Ministério Público Federal para apurar suposta intervenção política do mandatário no Exército, o que, no entendimento dos procuradores, fere a Constituição de 1988.

Delegados da Polícia Federal divulgaram ontem uma carta aberta ao presidente, na qual afirmam que há “crise de confiança” e criticam duramente o mandatário pelas tentativas de interferência na corporação, informa o jornal O Globo.

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Pandemia

O Brasil chegou no domingo à noite a 61,8 mil casos e a 4.205 mortes pelo coronavírus. Só o Estado de São Paulo atingiu mais de 1.700 mortes pela doença e a admissão de casos menos graves, pelos hospitais de campanha, provocou uma fila de ambulâncias com pacientes à espera de internação no sábado no hospital do Anhembi.

Noticiário corporativo 

Primeira empresa a publicar resultados completos do primeiro trimestre de 2020, a Hypera Pharma informou um lucro líquido de R$ 238,2 milhões no período – queda de 25,8% sobre igual trimestre do ano passado.

Os resultados divulgados pela Hypera incluem apenas as operações continuadas e não os ativos da farmacêutica japonesa Takeda, que a indústria brasileira comprou no final do ano passado. A receita líquida da Hypera cresceu 112,5% para R$ 815 milhões no período. A Hypera informou, contudo, que as vendas foram atingidas em março pelo começo da epidemia do Covid-19 no Brasil.

Já a Boeing, que luta com a crise do 737 Max e cancelando pedidos, desistiu do negócio de jatos comerciais da Embraer. A companhia americana disse no sábado que havia encerrado um acordo para comprar 80% dos negócios de jatos comerciais da Embraer por US $ 4,2 bilhões. A Embraer diz que Boeing rescindiu parceria ‘indevidamente’.

Já a Petrobras divulga relatório de produção e vendas do primeiro trimestre em meio à crise do petróleo e à pandemia do coronavírus. A companhia já anunciou cortes na produção de petróleo e admitiu que terá dificuldade de cumprir a meta de desalavancagem que estabeleceu até o fim deste ano. O relatório será divulgado após o fechamento dos mercados.

(Com Agência Estado e Bloomberg)

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.