Ibovespa futuro registra queda, seguindo exterior com volta das tensões na Ucrânia

Investidores repercutem notícias de que o cessar-fogo no leste da Ucrânia foi violado

Vitor Azevedo

(Gearstd/Getty Images)

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O Ibovespa futuro opera em queda no pré-mercado desta quinta-feira (17) – às 9h15 (horário de Brasília), o contrato com vencimento em abril cai 0,40%, aos 116.235 pontos, acompanhando os principais índices internacionais.

Nos Estados Unidos, o futuro do Dow Jones recua 0,46%, o do S&P 500, 0,54% e o da Nasdaq, 0,69%. Investidores, por lá, repercutem ainda a publicação da ata do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) publicada na tarde de ontem.

“A ata do Fed, Banco Central americano, foi divulgada ontem e interpretada como dovish pelo mercado. Caíram, por ora, as apostas para um aumento de 0,5 ponto percentual na taxa de juros americana na próxima reunião”, comenta a XP Investimentos em seu morning call.

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Apesar do tom mais ameno, que tende a trazer otimismo, volta a pesar nas bolsas – e a aparecer nas manchetes – notícias provenientes da Ucrânia. Durante a madrugada, houve troca de acusações entre as forças ucraniana e russa.

Sites filiados ao governo de Vladimir Putin chegaram a noticiar o disparo de morteiros e granadas na região de Lugansk, afirmando que houve uma violação do cessar-fogo por parte dos ucranianos. Estes, porém, afirmaram que a ofensiva partiu do exército russo.

Segundo a inteligência da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), a Rússia não está diminuindo suas tropas na fronteira, como afirmou anteriormente, mas sim aumentando – com mais de sete mil soldados chegando à região nos últimos dias.

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“A crise na fronteira da Ucrânia volta ao radar, depois que rebeldes apoiados pela Rússia no leste da Ucrânia acusaram as forças do governo de bombardear seu território com morteiros. Os militares da Ucrânia negaram as acusações, com a Rússia reunindo mais de 100.000 soldados perto das fronteiras de seu vizinho, sendo que tal evento pode ser usado como motivo para invadir”, explica a XP.

Os índices europeus – que chegaram a abrir em alta impulsionados pelos balanços trimestrais positivos de várias companhias importantes como Airbus, Nestle, Orange – agora caem ou operam próximos da estabilidade. O DAX, da Alemanha, recua 0,03%. O FTSE, de Londres, cai 0,64%. O STOXX 600, de todo o continente, tem baixa de 0,18%.

Na Ásia, onde os pregões fecharam antes de as notícias geopolíticas estabelecerem a tensão, a tendência foi majoritariamente de alta. O Shanghai, da China, avançou 0,06%. O HSI, de Hong Kong, teve alta de 0,30%. O Kospi, da Coréia do Sul, fechou subindo 0,53%.

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Segundo a casa de research EPFR Global, algumas bolsas da região, principalmente as da China e da Índia, estão recebendo fortes fluxos de investimento, com o mercado mais pessimista para a atualção dos ativos dos Estados Unidos e da Europa. Em janeiro, a bolsa da China recebeu um fluxo de US$ 16,6 bilhões e em dezembro, de US$ 11 bilhões, algo pouco visto desde o início da pandemia.

O índice do Japão, Nikkei, foi o único da região a fechar em queda, recuando 0,83% após as exportações do país recuarem 9,6% em janeiro na base anual e a balança comercial ficar negativa em 2,1 trilhões de ienes.

Nas commodities, o petróleo cai, a despeito das tensões na Ucrânia. “Os preços recuam após comentários da França sugerindo que um acordo para salvar o acordo nuclear de 2015 do Irã com as potências mundiais estava ao alcance, potencialmente liberando a produção de petróleo do país do Golfo Pérsico no mercado global”, explica a XP.

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O minério, por sua vez, voltou a cair por conta de novas pressões por parte do governo chinês. No porto de Dalian a baixa foi de quase 4%, com a tonelada indo a 684.500 iuanes.

No Brasil, PEC dos combustíveis e balanços

No cenário interno, o Ibovespa futuro repercute o andar da PEC dos combustíveis, vista ainda como ameaça fiscal. O presidente da Câmara, Arthur Lira, afirmou que a votação dos projetos deve começar na casa a partir da próxima terça-feira (1).

Fora isso, analistas da XP destacam também a aprovação do subsídio federal para gratuidade de idosos no transporte público. “O Senado aprovou subsídio federal para gratuidade de idosos no transporte público. O texto fixa um teto de R$ 5 bilhões anuais para a transferência aos municípios e durará 3 anos. O custeio será feito com parte das receitas dos royalties do petróleo devidas à União”, comentam.

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As tensões fiscais explicam, parcialmente, a alta da curva de juros. O rendimento do DI com vencimento em janeiro de 2023 sobe três pontos-base, para 12,39%, bem como o do para janeiro de 2025, que vai a 11,36%. Na ponta longa, os DIs vincendos em 2027 e 2029 sobem também três pontos-base, para 11,20% e 11,35%.

O dólar futuro cai 0,08%, a R$ 5,146. O dólar comercial sobe 0,13%, a R$ 5,134 na compra e na venda.

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